terça-feira, 8 de setembro de 2009

DEFICIENTE - MARIO QUINTANA


Deficiência não é aquilo que enxergamos, mas o que omitimos e escodemos de nós mesmos!

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria. E só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês. "Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda. "Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois "Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.
"A amizade é um amor que nunca morre". Mário Quintana

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA - UNISUL
Campus Grande Florianópolis - Curso de Graduação em Direito
Disciplina: Metodologia da Pesquisa Jurídica - Professor: Mauri Luiz Heerdt

O PROJETO DE PESQUISA[1]

O projeto de pesquisa é o planejamento de uma pesquisa, ou seja, a definição dos caminhos para abordar uma certa realidade. Deve oferecer respostas do tipo: O que pesquisar? Por que pesquisar? (Justificativa) Para que pesquisar? (Objetivos) Como pesquisar? (Metodologia) Quando pesquisar? (Cronograma) Por quem?
A pesquisa científica precisa ser bem planejada. O planejamento não assegurará, por si só, o sucesso da monografia, mas, com certeza, é um bom caminho para uma monografia de qualidade.

Entende-se por planejamento da pesquisa a previsão racional de um evento, atividade, comportamento ou objeto que se pretende realizar a partir da perspectiva científica do pesquisador. Como previsão, deve ser entendida a explicitação do caráter antecipatório de ações e, como tal, atender a uma racionalidade informada pela perspectiva teórico-metodológica da relação entre o sujeito e o objeto da pesquisa. A racionalidade deve-se manifestar através da vinculação estrutural entre o campo teórico e a realidade a ser pesquisada, além de atender ao critério da coerência interna. Mais ainda, deve prever rotinas de pesquisa que tornem possível atingir-se os objetivos definidos, de tal forma que se consigam os melhores resultados com menor custo (BARRETO; HONORATO, 1998, p. 59).

Segundo Minayo (1999), ao elaborar um projeto de pesquisa, o pesquisador estará lidando com, no mínimo, três dimensões:
- Técnica: regras científicas para a construção do projeto;
- Ideológica: relaciona-se às escolhas do pesquisador, sempre tendo em vista o momento histórico;
- Científica: ultrapassa o senso comum através do método científico.

1 DEFINIÇÃO DO ASSUNTO

1.1 Tema

A escolha de um tema representa uma delimitação de um campo de estudo no interior de uma grande área de conhecimento, sobre o qual se pretende debruçar. É necessário construir um objeto de pesquisa, ou seja, selecionar uma fração da realidade a partir do referencial teórico-metodológico escolhido (BARRETO; HONORATO, 1998, p. 62).
É fundamental que o tema esteja vinculado a uma área de conhecimento com a qual a pessoa já tenha alguma intimidade intelectual, sobre a qual já tenha alguma leitura específica e que, de alguma forma, esteja vinculada à carreira profissional que esteja planejando para um futuro próximo (BARRETO; HONORATO, 1998, p. 62).
O tema de pesquisa é, na verdade, uma área de interesse a ser abordada. É uma primeira delimitação, ainda ampla.

Exemplos:
- Sigilo bancário (OLIVEIRA, 2002, p. 214).
- Eutanásia (OLIVEIRA, 2002, p. 169).
- Violência urbana (OLIVEIRA, 2002, p. 169).
- Assédio moral
- A ordem jurídica comunitária no Mercosul, possibilidades de constituição e eficácia (VENTURA, 2002, p. 73).
- As comissões de conciliação prévia como meio alternativo à jurisdição estatal para a solução dos conflitos trabalhistas (SANTOS, 2002).

1.2 Delimitação do tema

Delimitar é indicar a abrangência do estudo, estabelecendo os limites extencionais e conceituais do tema. Enquanto princípio de logicidade, é importante salientar que, quanto maior a extensão conceitual, menor a compreensão conceitual e, inversamente, quanto menor a extensão conceitual, maior a compreensão conceitual. Para que fique clara e precisa a extensão conceitual do assunto, é importante situá-lo em sua respectiva área de conhecimento, possibilitando, assim, que se visualize a especificidade do objeto no contexto de sua área temática (LEONEL, 2002).
Quando alguém diz que deseja estudar a questão da violência conjugal ou a prostituição masculina, está se referindo ao assunto de seu interesse. Contudo, é necessário para a realização de uma pesquisa um recorte mais “concreto”, mais preciso do assunto (MINAYO, 1999).
Ventura (2002) oferece um exemplo de como pode proceder-se para delimitar um tema:
Tema: O tratamento jurídico da instrumentalização controlada do corpo humano.
Possíveis delimitações: a) As conseqüências jurídicas do tratamento do direito ao corpo como direito pessoal ou como direito de propriedade; ou
b) O exercício individual da liberdade sobre o corpo contraposto ao interesse público; ou
c) A legislação brasileira sobre as práticas biomédicas relacionadas a órgãos e genomas humanos.

Outros exemplos[2]:
- Quando o sigilo bancário deve ser quebrado (OLIVEIRA, 2002).
- A influência do desarmamento da população para a melhoria dos índices de violência urbana em Florianópolis-SC.
- A ordem jurídica comunitária no Mercosul, possibilidades de constituição e eficácia: um estudo sobre a viabilidade de adoção de um tribunal regional para o julgamento de crimes contra os direitos humanos.
- O novo meio alternativo para a solução dos conflitos trabalhistas instituído pela Lei 9.958/2000, visando demonstrar os benefícios e problemas que a referida lei apresenta, destacando a constitucionalidade e legalidade de seus preceitos, bem como a viabilidade para obter a conciliação (SANTOS, 2002).

2 PROBLEMATIZAÇÃO

A formulação do problema é a continuidade da delimitação da pesquisa, sendo ainda mais específica: indica exatamente qual a dificuldade que se pretende resolver ou responder. É a apresentação da idéia central do trabalho, tendo-se o cuidado de evitar termos equívocos e inexpressivos. É um desenvolvimento da definição clara e exata do assunto a ser desenvolvido.
O pesquisador deve contextualizar de forma sucinta o tema de sua pesquisa. Contextualizar significa abordar o tema de forma a identificar a situação ou o contexto no qual o problema a seguir será inserido. Essa é uma forma de introduzir o leitor no tema em que se encontra o problema, permitindo uma visualização situacional da questão (OLIVEIRA, 2002, p. 169).
A escolha de um problema, para Rudio (apud MINAYO, 1999), merece indagações:
1. Trata-se de um problema original e relevante?
2. Ainda que seja “interessante”, é adequado para mim?
3. Tenho hoje possibilidades reais para executar tal estudo?
4. Existem recursos financeiros para o estudo?
5. Há tempo suficiente para investigar tal questão?
O problema, geralmente, é feito sob a forma de pergunta(s). Assim, torna-se fator primordial que haja possibilidade de responder as perguntas ao longo da pesquisa. Da mesma forma, aconselha-se a não fazer muitas perguntas, para não incorrer no erro de não serem apresentadas as devidas respostas.

Exemplos[3]:
- O direito sobre o corpo é de natureza pessoal ou patrimonial? Caso seja patrimonial, trata-se de propriedade individual ou coletiva? (VENTURA, 2002, p. 74).
- Quais as causas determinantes para o rompimento do sigilo bancário de agentes públicos? (OLIVEIRA, 2002, p. 218).

3 OBJETIVOS

Relaciona-se com a visão global do tema e com os procedimentos práticos.
Indicam o que se pretende conhecer, ou medir, ou provar no decorrer da pesquisa, ou seja, as metas que se deseja alcançar.
Podem ser gerais e específicos. No primeiro caso, indicam uma ação muito ampla e, no segundo, procuram descrever ações pormenorizadas ou aspectos detalhados.
Uma ação individual ou coletiva se materializa através de um verbo. Por isso é importante uma grande precisão na escolha do verbo, escolhendo aquele que rigorosamente exprime a ação que o pesquisador pretende executar (BARRETO; HONORATO, 1998).
Outro critério fundamental na delimitação dos objetivos da pesquisa é a disponibilidade de recursos financeiros e humanos e de tempo para a execução da pesquisa, de tal modo que não se corra o risco de torná-la inviável. É preferível diminuir o recorte da realidade do que se perder em um mundo de informações impossíveis de serem tratadas (BARRETO; HONORATO, 1998).
Objetivo(s) geral(is): indicação do resultado pretendido. Por exemplo: identificar, levantar, descobrir, caracterizar, descrever, traçar, analisar, explicar, etc.
Objetivos específicos: indicação das metas das etapas que levarão à realização dos objetivos gerais. Por exemplo: classificar, aplicar, distinguir, enumerar, exemplificar, selecionar, etc.

Exemplo:
Determinar, com base na doutrina e na jurisprudência atual brasileira, quando o sigilo bancário deve ser quebrado, isto é, em quais circunstâncias pode vir a ocorrer a quebra do sigilo bancário dos agentes públicos, de maneira que, preenchidos os requisitos legais, esta seja efetuada sem o perigo de violar qualquer outra norma da legislação (OLIVEIRA, 2002, p. 232).

4 JUSTIFICATIVA

A justificativa envolve aspectos de ordem teórica, para o avanço da ciência, de ordem pessoal/profissional, de ordem institucional (universidade e empresa) e de ordem social (contribuição para a sociedade).
Deve procurar responder: Qual a relevância da pesquisa? Que motivos a justificam? Quais contribuições para a compreensão, intervenção ou solução que a pesquisa apresentará?
Silva e Menezes (2001, p.31) afirmam que o pesquisador precisa fazer algumas perguntas a si mesmo: o tema é relevante? Por quê? Quais pontos positivos você percebe na abordagem proposta? Que vantagens/benefícios você pressupõe que sua pesquisa irá proporcionar?
Ventura (2002, p. 75) afirma o seguinte: o pesquisador deve destacar a relevância do tema para o direito em geral, para a(s) disciplina(s) à(s) qual(is) se filia e para a sociedade. Finalmente, cabe sublinhar a contribuição teórica que adviria da elucidação do tema e a utilidade que a pesquisa, uma vez concluída, pode vir a ter para o curso, para a disciplina ou para o próprio aluno.
Barral (2003, p. 88-89) oferece alguns itens importantes que podem fazer parte de uma boa justificativa. São eles:
a) Atualidade do tema: inserção do tema no contexto atual.
b) Ineditismo do trabalho: proporcionará mais importância ao assunto.
c) Interesse do autor: vínculo do autor com o tema.
d) Relevância do tema: importância social, jurídica, política, etc.
e) Pertinência do tema: contribuição do tema para o debate jurídico.

5 HIPÓTESE(s)

Hipótese é uma expectativa de resultado a ser encontrada ao longo da pesquisa, categorias ainda não completamente comprovadas empiricamente, ou opiniões vagas oriundas do senso comum que ainda não passaram pelo crivo do exercício científico (BARRETO; HONORATO, 1998).
Sob o ponto de vista operacional, a hipótese deve servir como uma das bases para a definição da metodologia de pesquisa, visto que, ao longo de toda a pesquisa, o pesquisador deverá confirmá-la ou rejeitá-la no todo ou em parte (BARRETO; HONORATO, 1998).
Embora diversos autores de metodologia da pesquisa jurídica recomendem a elaboração de hipóteses de trabalho, há também os que questionam tal procedimento: “No âmbito do projeto de monografia jurídica, essa exigência parece bastante questionável, entre outras razões pelo estágio de conhecimento do tema em que se encontra o aluno e pela natureza controversa do objeto, que torna improvável a ´confirmação´ de uma só hipótese.” (VENTURA, 2002, p. 74).

Exemplo:
- Em todas as constatações de improbidade administrativa o sigilo bancário deve ser quebrado (OLIVEIRA, 2002, p. 219).

6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Esta parte fundamenta a pesquisa, é a base de sustentação teórica. Também pode ser chamada de revisão bibliográfica, revisão teórica, fundamentação bibliográfica, estado da arte, revisão de literatura, resenha bibliográfica etc.
Para Silva e Menezes (2001, p.30), nesta fase o pesquisador deverá responder às seguintes questões: quem já escreveu e o que já foi publicado sobre o assunto? Que aspectos já foram abordados? Quais as lacunas existentes na literatura? Pode ser uma revisão teórica, empírica ou histórica.
A fundamentação teórica é importantíssima porque favorecerá a definição de contornos mais precisos da problemática a ser estudada.
De acordo com Barreto e Honorato (1998), considera-se como básica em um projeto de pesquisa uma reflexão breve acerca dos fundamentos teóricos do pesquisador e um balanço crítico da bibliografia diretamente relacionada com a pesquisa, compondo aquilo que comumente é chamado de quadro teórico ou balanço atual das artes.
Neste item o pesquisador deve apresentar ao leitor as teorias principais que se relacionam com o tema da pesquisa. Cabe à revisão da literatura, a definição de termos e de conceitos essenciais para o trabalho.
O que se diz sobre o tema na atualidade, qual o enfoque que está recebendo hoje, quais lacunas ainda existem etc. Aqui também é fundamental a contribuição teórica do autor da pesquisa.

7 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Os procedimentos metodológicos respondem: Como? Com quê? Onde?
A metodologia da pesquisa num planejamento deve ser entendida como o conjunto detalhado e seqüencial de métodos e técnicas científicas a serem executados ao longo da pesquisa, de tal modo que se consiga atingir os objetivos inicialmente propostos e, ao mesmo tempo, atender aos critérios de menor custo, maior rapidez, maior eficácia e mais confiabilidade de informação (BARRETO; HONORATO, 1998).
Segundo Ventura (2002, p.76-77), são incontáveis e absolutamente diversas as classificações da metodologia que se pode encontrar na literatura especializada.

7.1 Tipo de pesquisa

7.1.1 Quanto aos objetivos

Segundo Gil (2002), uma pesquisa, tendo em vista seus objetivos, pode ser classificada da seguinte forma:
a) Pesquisa exploratória: Esta pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito. Pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas experientes no problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso.

b) Pesquisa descritiva: Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas características está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática.
Destacam-se também na pesquisa descritiva aquelas que visam descrever características de grupos (idade, sexo, procedência etc.), como também a descrição de um processo numa organização, o estudo do nível de atendimento de entidades, levantamento de opiniões, atitudes e crenças de uma população, etc.
Também são pesquisas descritivas aqueles que visam descobrir a existência de associações entre variáveis, como, por exemplo, as pesquisas eleitorais que indicam a relação entre o candidato e a escolaridade dos eleitores.

c) Pesquisa explicativa: A preocupação central é identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. É o tipo que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso, é o tipo mais complexo e delicado.

7.1.2 Quanto aos procedimentos técnicos

Segundo Gil (2002), uma pesquisa, quanto aos seus procedimentos técnicos, pode ser classificada da seguinte forma:
a) Pesquisa bibliográfica: é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Não é aconselhável que textos retirados da Internet constituam o arcabouço teórico do trabalho monográfico.

b) Pesquisa documental: É muito parecida com a bibliográfica. A diferença está na natureza das fontes, pois esta forma vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Além de analisar os documentos de “primeira mão” (documentos de arquivos, igrejas, sindicatos, instituições etc.), existem também aqueles que já foram processados, mas podem receber outras interpretações, como relatórios de empresas, tabelas etc.

c) Pesquisa experimental: quando se determina um objeto de estudo, seleciona-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, define-se as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.

d) Levantamento: é a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados.
Quanto o levantamento recolhe informações de todos os integrantes do universo pesquisado, tem-se um censo.

e) Estudo de campo: procura o aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente realizada por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as explicações e interpretações do ocorre naquela realidade.
Para Ventura (2002, p. 79), a pesquisa de campo deve merecer grande atenção, pois devem ser indicados os critérios de escolha da amostragem (das pessoas que serão escolhidas como exemplares de certa situação), a forma pela qual serão coletados os dados e os critérios de análise dos dados obtidos.

f) Estudo de caso: consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento.
Caracterizado por ser um estudo intensivo. É levada em consideração, principalmente, a compreensão, como um todo, do assunto investigado. Todos os aspectos do caso são investigados. Quando o estudo é intensivo podem até aparecer relações que de outra forma não seriam descobertas (FACHIN, 2001, p. 42).

g) Pesquisa-ação: um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 1986, p.14).

7.2 Método

O método, segundo Garcia (1998, p.44), representa um procedimento racional e ordenado (forma de pensar), constituído por instrumentos básicos, que implica utilizar a reflexão e a experimentação, para proceder ao longo do caminho (significado etimológico de método) e alcançar os objetivos preestabelecidos no planejamento da pesquisa (projeto).
Segundo Lakatos e Marconi (1995, p. 106), os métodos podem ser subdivididos em métodos de abordagem e métodos de procedimentos.

7.2.1 Método de abordagem

a) Dedutivo: Parte de teorias e leis mais gerais para a ocorrência de fenômenos particulares.
b) Indutivo: O estudo ou abordagem dos fenômenos caminha para planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias mais gerais.
c) Hipotético-dedutivo: que se inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual formula hipóteses e, pelo processo dedutivo, testa a ocorrência de fenômenos abrangidos pela hipótese.
d) Dialético: que penetra o mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.

7.2.2 Método de procedimento

a) Histórico: Parte do princípio de que as atuais formas de vida e de agir na vida social, as instituições e os costumes têm origem no passado, por isso é importante pesquisar suas raízes para compreender sua natureza e função.
b) Monográfico: Para Lakatos e Marconi (1996, p. 151) é “[...] um estudo sobre um tema específico ou particular de suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto não só em profundidade, mas em todos os seus ângulos e aspectos, dependendo dos fins a que se destina”.
c) Comparativo: Consiste em investigar coisas ou fatos e explicá-los segundo suas semelhanças e suas diferenças. Geralmente o método comparativo aborda duas séries de natureza análoga tomadas de meios sociais ou de outra área do saber, a fim de detectar o que é comum a ambos.
Este método é de grande valia e sua aplicação se presta nas diversas áreas das ciências, principalmente nas ciências sociais. Esta utilização deve-se pela possibilidade que o estudo oferece de trabalhar com grandes grupamentos humanos em universos populacionais diferentes e até distanciados pelo espaço geográfico. (FACHIN, 2001, p.37).
d) Etnográfico: Estudo e descrição de um povo, sua língua, raça, religião, cultura...
e) Estatístico: Método que implica em números, percentuais, análises estatísticas, probabilidades. Quase sempre associado à pesquisa quantitativa.
Para Fachin (2001, p. 46), este método se fundamenta nos conjuntos de procedimentos apoiados na teoria da amostragem e, como tal, é indispensável no estudo de certos aspectos da realidade social em que se pretenda medir o grau de correlação entre dois ou mais fenômenos. Para o emprego desse método, necessariamente o pesquisador deve ter conhecimentos das noções básicas de estatística e saber como aplicá-las.
O método estatístico se relaciona com dois termos principais: população e universo.

7.3 Delimitação do Universo a ser pesquisado

Se a pesquisa for de campo e/ou envolver o método estatístico, o tipo de amostragem também precisará ser explicado.
Universo é o conjunto de fenômenos, todos os fatos apresentando uma característica comum, e população como um conjunto de números obtidos, medindo-se ou contando-se certos atributos dos fenômenos ou fatos que compõem um universo.

7.4 Técnicas para coleta de dados

A principal forma de coleta de dados é a leitura (livros, revistas, jornais, sites, CDs etc.), que certamente é utilizada para todos os tipos de pesquisa. Esta técnica também é chamada de pesquisa bibliográfica.
Existem, basicamente, dois tipos de dados:
· Dados secundários: são os dados que já se encontram disponíveis, pois já foram objeto de estudo e análise (livros, teses, CDs, etc.).
· Dados primários: dados que ainda não sofreram estudo e análise. Para coletá-los, pode-se utilizar: questionário fechado, questionário aberto, formulário, entrevista estruturada ou fechada, entrevista semi-estruturada, entrevista aberta ou livre, entrevista de grupo, discussão de grupo, observação dirigida ou estruturada, observação livre, brainstorming, brainwriting, etc.

7.5 Análise e interpretação dos dados

Segundo Rauen (1999, p. 141), é a parte que apresenta os resultados obtidos na pesquisa e analisa-os sob o crivo dos objetivos e/ou das hipóteses. Assim, a apresentação dos dados é a evidência das conclusões e a interpretação consiste no contrabalanço dos dados com a teoria.
Para Triviños (1996, p.161), o processo de análise de conteúdo pode ser feito da seguinte forma: pré-análise (organização do material), descrição analítica dos dados (codificação, classificação, categorização), interpretação referencial (tratamento e reflexão).
O objetivo da análise é sumariar as observações, de forma que estas permitam respostas às perguntas da pesquisa. O objetivo da interpretação é a procura do sentido mais amplo de tais respostas, por sua ligação com outros conhecimentos já obtidos (SELLTIZ et al apud RAUEN, 1999, p. 122).
A interpretação também é um processo de analogia com os estudos assemelhados, de forma que os resultados obtidos são comparados com resultados similares para destacar pontos em comum e pontos de discordância.
Em síntese, é a descrição da forma como serão analisados os dados da pesquisa. Existem duas grandes tendências:
a) se a pesquisa for qualitativa, as respostas podem ser interpretadas global e individualmente;
b) se for quantitativa, provavelmente serão utilizadas tabelas e estatística.

Exemplo:
Como não há dados estatísticos para desenvolver uma representação gráfica, a análise percorrerá os caminhos dos autores, profissionais do Direito e outros pesquisados. Os dados coletivos serão analisados agrupando-os por similaridades e encontrando o que os faz divergentes e comuns (OLIVEIRA, 2002, p. 231).

8 CRONOGRAMA

Tempo necessário para a realização de cada uma das partes propostas da monografia. Deve ser efetuado com muito realismo.
Segue uma sugestão, segundo Santos (2002):


Março
Abril
Maio
Junho
Redação do
capítulo 1
X
X
X












Redação do
capítulo 2



X
X










Redação do
capítulo 3





X
X








Introdução








X







Conclusão









X






Revisão do
Conteúdo









X
X




Revisão
Metodológica











X



Revisão
Ortográfica












X


Preparação para defesa













X

Defesa














X

9 PLANO PROVISÓRIO DA MONOGRAFIA

Assim como um sumário, o pesquisador mostrará o provável plano da monografia, contendo as seções primárias (capítulos) e secundárias (subitens).
É necessário coerência com o referencial teórico e metodológico planejado.

10 REFERÊNCIAS

Elenco de fontes citadas para a realização do projeto de pesquisa durante a:
- Metodologia da pesquisa
- Instrumental teórico.

11 REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES[4]

Elenco de fontes consultadas, mas não citadas no projeto.


REFERÊNCIAS

BARRAL, Welber. Metodologia da pesquisa jurídica. 2. ed. Florianópolis: Fundação Boitex, 2003.

BARRETO, Alcyrus Vieira Pinto; HONORATO, Cezar de Freitas. Manual de sobrevivência na selva acadêmica. Rio de Janeiro: Objeto Direto, 1998.

BARROS, Aidil de Jesus Paes de; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
GARCIA, Eduardo Alfonso Cadavid. Manual de sistematização e normalização de documentos técnicos. São Paulo: Atlas, 1998.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1995.

LEONEL, Vilson (Org.). Diretrizes para a elaboração e apresentação da monografia do curso de Direito. Tubarão, 2002.

MÁTTAR NETO, João Augusto. Metodologia científica na era da informática. São Paulo: Saraiva, 2002.

MINAYO, Maria Cecília de Souza et al. (Org.) Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 2. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1994. 80 p.

NUNES, Luiz Antonio Rizzatto. Manual da monografia jurídica. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1997.

OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Metodologia científica aplicada ao Direito. São Paulo: Thomson, 2002.

RAUEN, Fábio José. Elementos de iniciação à pesquisa. Rio do Sul, SC: Nova Era, 1999.

RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 22. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

SANTOS, Rodrigo Mendes dos. As comissões de conciliação prévia como meio alternativo à jurisdição estatal para a solução dos conflitos trabalhistas. 2002. 15 f. Projeto de pesquisa apresentado ao curso de Direito, Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça, SC.

SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muskat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3. ed. rev. e atual. Florianópolis: Laboratório de Ensino à Distância da UFSC, 2001.

THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa - ação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1986.

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas , 1987.

VENTURA, Deisy. Monografia jurídica. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2002.
[1] Os elementos aqui apresentados são fundamentais para a elaboração de um bom projeto de pesquisa. Vale lembrar, no entanto, que esta não é uma regra rígida para ser seguida. Existe muita literatura sobre o assunto e várias das questões tratadas aqui não são consensuais. Portanto, é importante considerar outras fontes de consulta, inclusive o orientador.

[2] Evitar abordagens vagas e imprecisas. Por exemplo: “O novo Código Civil”; “O Mercosul”.
[3] Antes de fazer a(s) pergunta(s) de pesquisa, é fundamental contextualizar o tema em questão.
[4] Este item não consta como elemento do trabalho acadêmico nas normas da ABNT. Optou-se por colocá-lo aqui para diferenciar as obras efetivamente citadas no trabalho das obras consultadas (não citadas). Portanto, trata-se de um item opcional no trabalho acadêmico.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

PROJETO MEIO AMBIENTE E TECNOLOGIA


CURSO MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
MÓDULO GESTÃO DE MÍDIAS
ERENÍ ARGENTINA DANTAS
KELLY CHRYSTINE GUEDES LEVY




PROJETO
MEIO AMBIENTE E TECNOLOGIA



1- APRESENTAÇÃO

O tema meio ambiente é inerente ao ser humano, porém, nunca teve uma política bem definida aqui no Brasil, embora a mesma seja caracterizada por incorporar a dimensão socioeconômica, política, cultural e histórica do país.

Observando a necessidade de trabalhar no âmbito escolar com a educação ambiental, por acreditar que a escola é um veículo com grandes poderes de transmissão de pensamento e também auxiliadora no processo de construção de conhecimento, esse projeto apresenta propostas de aula a serem desenvolvidas no ensino fundamental séries finais.

Portanto, sentiu-se a necessidade de mostrar que o equilíbrio da natureza é essencial para a vida na terra. Atualmente, a preocupação com a degradação do planeta ocupa atenção da sociedade local e mundial, onde a escola se engaja com os ambientalistas na busca de soluções para preservar o meio ambiente.

Partindo do princípio que a educação ambiental é um processo longo e contínuo, e mudar isso não é uma coisa fácil, devemos primeiro mudar nossos hábitos e atitudes, uma vez que a mudança deve ser espontânea e vir de dentro para que ela possa de fato ocorrer.

Muitas situações estão distantes fisicamente, mas que influenciam na manutenção dos seres vivos. Por isso, a importância de pequenos atos em nossas casas e escolas.

A Educação Ambiental é muito mais do que conscientizar sobre o lixo, reciclagem e datas comemorativas, é trabalhar situações que possibilitem a comunidade escolar pensar propostas de intervenção na realidade que os cerca. Ela será o elo entre todas as disciplinas e preencherá uma lacuna na área da educação, que é a valorização da vida e, portanto, do meio ambiente.

“As pessoas cuidam do meio ambiente por duas razões apenas:por amor ou por temor. Vale dizer, algumas pessoas conservam a natureza porque gostam, porque acham bonito, independente para ela servir para alguma coisa. Elas conservam por razões puramente afetivas . Outras conservam porque já ouviram falar no desequilíbrio ecológico, porque tem medo de cortar a mata, assorear os rios, acabar com o oxigênio, a poluição dá doença, etc. Assim, basicamente nós temos um fator afetivo e um fator cognitivo, este depende do conhecimento. A preocupação maior de um educador ambientalista deve ser o de desenvolver no aluno esses dois fatores.(OLIVEIRA, 1990,p.18)

Geralmente, a criança desenvolve com mais sensibilidade o gosto e o amor pela natureza, já no adulto , muitas vezes, é preciso desenvolver o respeito. Percebe-se, portanto, que a Educação Ambiental abrange todas as áreas. A cidadania tem fator fundamental para conscientização deste contexto global.

Não é por falta de conhecimento que o meio ambiente é destruído, mas devido ao estágio de desenvolvimento existente nas relações sociais de nossa espécie. Ao desmatar, queimar, poluir, utilizar ou desperdiçar recursos naturais ou energéticos, cada ser humano está reproduzindo o que aprendeu ao longo da história e a cultura do seu povo. Portanto, este não é um ato isolado de um ou outro indivíduo, mas reflete as relações sociais e tecnológicas de sua sociedade.

Não adianta um aluno tirar nota dez nas provas e continuar atirando lixo nas ruas, pescar peixes fêmeas prontas para reproduzir, desperdiçar água e energia elétrica, desmatar ou realizar outro tipo de ação danosa, seja por não perceberem a extensão dessas ações ou por não se sentirem responsáveis pelo mundo em que vivem. Há a necessidade de conciliar a teoria com a prática no dia-a-dia, garantindo, assim, o futuro da humanidade.

Logo, precisamos desenvolver a valorização da vida, espontaneamente voltaremos a nos integrar com a natureza e conseqüentemente procuraremos preservar o meio ambiente, pois teremos uma noção clara de que tudo é integrado. Somos parte da natureza, porém, devido a inúmeros fatores, esquecemos disto.

Neste caso, a noção de projetos está ligada com a apresentada por Signorelli (Projetos Didáticos, 2001: 2A) quando perguntado o que significa trabalhar com projetos: “Significa das aos alunos a oportunidade de aprender a fazer planejamentos com o propósito de transformar uma idéia em realidade”, buscando, segundo Scarpa nos diz no mesmo artigo (idem), a aprendizagem de procedimentos de estudo, seleção e pesquisa, além do desenvolvimento de responsabilidades, expressões de opiniões e escolhas.

O projeto Educação Ambiental faz-se necessário para colocar em prática no dia-a-dia, através de pequenos atos, que darão início as grandes transformações que devem ser assumidas por todos neste século XXI.

Os processos pedagógicos relativos à educação ambiental caracterizam-se, principalmente, na participação. A participação é um aprendizado, cabendo à educação ambiental resgatar valores humanos como solidariedade, ética, respeito pela vida, honestidade, responsabilidade, entre outros. Desta forma, irá favorecer uma participação responsável nas decisões de melhoria da qualidade de vida, do meio natural, social e cultural.

As atividades de educação ambiental devem possibilitar aos educandos oportunidades para desenvolver uma sensibilização aos problemas ambientais, propiciando uma reflexão a respeito desses problemas e a busca de soluções. Essas atividades de sensibilização devem ser um caminho para tornar as pessoas conscientes de quão importantes são as suas atitudes. Sensibilizar é cativar os participantes para que suas mentes se tornem receptivas às informações a serem transmitidas.


2- PÚBLICO ALVO

Este projeto é destinado a educandos de 10 a 40anos do ensino fundamental e da modalidade EJA da:

ESCOLA ESTADUAL JOSÉ PONCIANO DO NASCIMENTO
RUA: JOSÉ MACEDO – CENTRO – RIO REAL/BAHIA


3- DURAÇÃO

Este tem projeto tem a duração de uma unidade contando com 55 dias letivos,


4- OBJETIVOS


4.1. OBJETIVO GERAL


Estimular a mudança prática de atitudes e a formação de novos hábitos com relação à utilização dos recursos naturais favorecendo a reflexão sobre a responsabilidade ética de nossa espécie e o próprio planeta como um todo, auxiliando para que a sociedade possua um ambiente sustentável, garantindo a vida no planeta.



4.2. OBJETIVOS ESPECIFICOS


Ø Estimular para que perceba a importância do homem na transformação do meio em que vive e o que as interferências negativas tem causado à natureza;
Ø Desenvolver e estimular a criatividade;
Ø Estimular a leitura e a escrita;
Ø Desenvolver os conhecimentos lógicos matemáticos (quantidades, adição, subtração, leitura de gráficos, porcentagem);
Ø Desenvolver a oralidade, a socialização;
Ø Proporcionar o contato e o uso dos recursos tecnológicos como aliados ao processo de aprendizado e também ao processo de preservação do meio ambiente.
Ø Incentivar e promover o trabalho coletivo e a cooperação entre os alunos e os professores, entre a escola e a comunidade, para transformação humana e social, alcançando a preservação e a recuperação do ecossistema.
Ø Possibilitar a construção da consciência ecológica para este mundo diferente e transformador, fazendo análises importantes tanto nos conteúdos programáticos como na prática relativa ao meio ambiente escolar.
Ø Observar e analisar fatos e situações de todos os tipos de lixo do ponto de vista ambiental, de modo crítico, reconhecendo as necessidades e oportunidades de atuar de modo propositivo para garantir um meio ambiente saudável e a boa qualidade de vida.
Ø Conscientizar o aluno para a necessidade de pensar no problema do lixo, nas formas de coleta e destino, na reciclagem, nos responsáveis pela produção e destino na escola, em casa e em espaços comuns, e que venha se tirar proveito e lucro da coleta e reciclagem, ao mesmo tempo, trazendo retorno para a escola e para o município. Sendo assim, buscar-se-á parcerias que envolvam empresas e setor público.
Ø Perceber que o lixo pode ser uma fonte importante de recurso financeiro através da reciclagem.
Ø Identificar o nível de dependência em relação a energia elétrica, buscando alternativas para a redução do consumo e outras fontes produtoras de energia.
Ø Conscientizar sobre a importância da água para manter a vida no planeta, além de buscar meios para economizar e usá-la racionalmente.
Ø Criar uma consciência sobre a necessidade de diminuir e buscar formas para solucionar a poluição do ar, da água, do solo, sonora e visual. Possibilitar a comunidade escolar o acesso a áreas verdes preservadas.
Ø Capacitar os alunos para plantar, preservar e recuperar áreas verdes na escola e comunidade, visando formar cidadãos que interagem e participem de forma ativa na recuperação do meio ambiente.
Ø Recuperar o terreno da escola para criar um espaço de reflorestamento e embelezamento, servindo para efetivar na prática as ações da E.A. Participar de ações sociais que resgatem valores humanos como respeito pela vida, responsabilidade, solidariedade, amizade e ética.


5- METODOLOGIA


O projeto Educação Ambiental será apresentado aos professores para que surjam propostas de trabalho e atividades relacionadas ao assunto explorando diversos aspectos conceituais do seu campo de estudo. A situação problema será exposta aos alunos para que o assunto entre em discussão e a partir daí sejam construídos o seu pré-projeto.

Idéias sobre cada disciplina executará, poderá na reunião ser tirada, ampliada ou complementada.

o Português – leitura e interpretação de textos oriundos de revistas , jornais escritos e jornais falados.
o Matemática – análise de dados e gráficos, através de debate;problemas envolvendo quatro operações e porcentagem.
o Geografia- paisagem de ontem e de hoje. Conseqüências da ação indiscriminada do homem
o Ciência - Meio ambiente e saúde
o História - o processo de exploração da terra e o desenvolvimento do Brasil.
o Religião – respeito a terra.
o Educação Artística – Mural por sala; ensaio de teatro
o Educação Física - Meio ambiente e saúde ensaio de apresentação de dança;


6. ESTRATÉGIAS

Ø Implantar programas de seleção, reciclagem e destino do lixo.
Ø Campanhas para a diminuição do uso de veículos, de embalagens plásticas, etc.
Ø Elaboração, apresentação e distribuição de jornais, murais, folders, textos.
Ø Oficinas (sabão, sacolas, etc)
Ø Livro de receitas alternativas.
Ø Palestras.
Ø Releitura de obras de pintores
Ø Paródias
Ø Trilha ecológica.
Ø Visita ao aterro sanitário – lixão.
Ø Apresentação de peças teatrais com o objetivo de sensibilizar e conscientizar os indivíduos sobre a importância de preservar o meio ambiente.
Ø Assistir documentários.
Ø Trabalho de campo.
Ø Reciclagem de papel
Ø Estudo comparativo do gasto de energia elétrica nas casas dos alunos e na escola, com propostas de redução gradativa e busca de alternativas.
Ø Amostra de imagens, utilizando a TV pendrive de demonstrem a degradação do meio ambiente;
Ø A partir das fotos, pedir para os alunos elaborar e escrever frases ou pequenos textos que descrevam as fotos, construindo um mural na sala de aula;
Ø Visita ao site: www.uol.com.br/ecokids/ que trata da questão da preservação do meio ambiente. Está visita ao site será uma atividade de leitura e exploração do site.
Ø Apresentação de um vídeo educativo que trate da questão do lixo, da preservação do meio ambiente trazendo a importância da reciclagem;
Ø Comentários sobre vídeos;
Ø Criar juntamente com os alunos uma lista de objetos que podem ser reciclados;
Ø Socialização das construções e das pesquisas;
Ø Construção de texto com ilustrações para apresentar as soluções que foram pesquisadas para o problema que esta sendo estudado;
Ø Propor aos alunos a confecção de uma cartilha, feita por eles, onde irão apresentar através de textos e desenhos os problemas que agridem o meio ambiente e as possíveis soluções para esses problemas.

Trabalhando com Música.

Ø Apresentar a eles o texto da música de Chico César (Xote da Poluição) e falar um pouco sobre o autor;
Ø Fazer uma leitura individual e coletiva do texto musical;
Ø Ouvir e cantar a música;
Ø Interpretação da música (conversas dirigidas pelo professor)
Ø Ditado de palavras retiradas do texto.


Reciclando e Brincando com a Matemática.

Ø Confecção de um boliche com garrafas de “pet”.
Ø Cada aluno deverá levar uma garrafa de “pet” (garrafa plástica de refrigerante) para a confecção do boliche.
Ø Cada um irá pintar sua garrafa com cores diferenciadas, pois cada cor corresponderá a um número.
Ø Construir junto como eles o quadro que servirá de legenda para identificação da cor com seu respectivo número.
Ø Inicia o jogo.
Ø Neste jogo pode ser trabalhada adição, subtração, quantidade.
Ø Como atividade de casa uma pesquisa em livros, sites, revistas, jornais, etc, que tragam soluções para o problema que está sendo trabalhado por eles.

Reciclando Papel

Ø No primeiro momento desta aula o professor irá propor a turma um trabalho de arte no qual será utilizado papel reciclado;
Ø O professor apresenta alguns materiais que foram construídos com papel reciclado e explica para os alunos como se dá o processo de reciclagem de papel;
Ø Com os materiais, já previamente prontos, o professor juntamente com os alunos inicia o processo de reciclagem de papel
Ø Depois de seco, papel reciclado, será usado para pinturas e desenhos;
Ø Ilustração da cartilha (o professor deve orientar ao aluno que a ilustração deve ser feita de acordo com o seu texto).
Ø Está aula será dedicada aos preparativos para a Feira do Meio Ambiente, onde os alunos irão apresentar e distribuir as cartilhas preparadas por eles e também fazer a exposição dos trabalhos construídos a partir de reciclagens.
Ø Exposição da Feira do meio ambiente.



7. AVALIAÇÃO

Espera-se que durante o desenvolvimento da prática pedagógica aplicada a educação ambiental: - ocorra uma relativa mudança de comportamento dos educandos na comunidade escolar; - o exercício da cidadania, solidariedade e cooperação entre escola e comunidade;

8. RECURSOS

HUMANOS – educandos , docentes, comunidade escolar e vizinhos.
MATERIAL - video, dvd, tv, tv pendrive, episcopio, retroprojetor, papel metro, produtos que possam ser reciclados (papel, tecido, garrafas PET,outros...), livro, computador, jornal, revista, lápis de cor , hidrocor,


9. REFERÊNCIAS


AZEVEDO, Genoveva Chagas de. “Uso de jornais e revistas na perspectiva da
representação social de meio ambiente em sala de aula”. In Marcos Reigota
(org.) Verde Cotidiano: O Meio Ambiente em discussão. Rio de Janeiro: DP&A,
1999, pp. 67-82.

BOMTEMPO, Luzia. “Os Alunos Investigadores”. AMAE-Educando, no 270, pp. 6-11, Setembro 1997.

DIB-FERREIRA, Declev Reynier. História Ambiental do Morro do Céu: A Atuação dos Diversos Atores Sociais. Monografia de Especialização. UERJ, Faculdade de Educação, 2001.

FERREIRA, Declev Reynier Dib. A pedagogia de projetos e a educação ambiental na escola - uma experiência Revista Ambiente e Educação, v.7: 105-114, 2002 – Editora da Furg – Rio Grande - RS

GUIMARÃES, Mauro. A Dimensão Ambiental na Educação. Campinas, SP: Papirus, 1995.

HERNÁDEZ, Fernando. “Repensar a Função da Escola a Partir dos Projetos de Trabalho”. Pátio, Ano 2, no 6, Agosto/Outubro, 1998.
LAYARGUES, Philippe Pomier. “A Resolução de Problemas Ambientais Locais deve ser um tema-gerador ou a atividade-fim da educação ambiental?”. In Marcos Reigota (org.) Verde Cotidiano: O Meio Ambiente em discussão. Rio de Janeiro: DP&A, 1999, pp. 131-148.

LEITE, Lúcia Helena Alvarez. “Pedagogia de Projetos: Intervenção no Presente”. Presença Pedagógica, Mar./Abr. 1992, v.2, no 8, pp 25-33.

LITTO, Frederic, M. “Um Modelo Para Prioridades Educacionais Numa Sociedade de Informação”. Convívio, no 6. Secretaria Municipal de Educação. Prefeitura do Rio de Janeiro. Janeiro, 1999.

LOBATO, Denise R., COSTA, Lara M. da & LIMA, Sérgio R de. Educação Ambiental: Como Elaborar um Projeto de Educação Ambiental (Cartilha). Rio de Janeiro: Gráfica ALERJ, 2000.

MEIO AMBIENTE disponível: http://www.sipenet.com/meioambiente.html Acesso: 19/04/2009.

NEVES, E. & TOSTES, A.. Meio Ambiente: A Lei em Suas Mãos. Petrópolis: Vozes, 1992.

NITERÓI. Consultoria Especial de Ciência e Tecnologia. Niterói Bairros Digital (CD-rom). Prefeitura de Niterói, 1996.

PEDRINI, Alexandre de Gusmão (org.). Educação Ambiental: Reflexões e Práticas Contemporâneas. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

PROJETOS DIDÁTICOS. Revista Nova Escola, São Paulo, Ano XVI, no 146, 1A – 7A, outubro de 2001.

PROJETO MEIO AMBIENTE. Disponível: http://www.slideshare.net/Denise/projeto-meio-ambiente. Acesso: 19/04/2009

SISINNO, Cristina Lucia Silveira. Estudo preliminar da contaminação ambiental em área de influência do aterro controlado do Morro do Céu (Niterói - RJ), Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 1995.

domingo, 9 de agosto de 2009

PROJETO - O MUNDO AO SEU REDOR


CURSO MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
MÓDULO GESTÃO DE MÍDIAS
ERENÍ ARGENTINA DANTAS
KELLY CHRYSTINE GUEDES LEVY

PROJETO - O MUNDO AO SEU REDOR




INTRODUÇÃO


Abandonar o discurso que rotula a telinha como a raiz de todos os males é o ponto chave para executar este projeto.
Na atualidade através da prova Brasil realizada neste município é constatado uma dificuldade de interpretação de mensagens , textos etc. Sendo necessário uma ação para que subtraia a quantidade de analfabetos funcionais, sendo o PROJETO O MUNDO AO SEU REDOR o ponto de partida para uma educação capaz de formar o cidadão que vive e trabalha no terceiro milênio.

Não basta aprender: é preciso a arte de traduzir todo conhecimento em ação. O ensino, tal como o conhecemos, debruça-se essencialmente sobre o domínio do aprender a conhecer e, em menor escala, do aprender a fazer.

Neste novo milênio se faz necessário um conjunto de saberes que no relatório para a UNESCOda Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques Delors. propôs uma educação direcionada para os quatro pilares fundamentais de aprendizagem: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver com os outros, aprender a ser.
Jacques Delors (1998) aponta como principal conseqüência da sociedade do conhecimento a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda vida, fundamentada nos quatro pilares, que são, concomitantemente, do conhecimento e da formação continuada.
Uma educação fundamentada nos quatro pilares acima elencados sugere alguns procedimentos didáticos que lhe seja condizente, como:
  • Relacionar o tema com a experiência do estudante e de outros personagens do contexto social;
  • Desenvolver a pedagogia da pergunta (Paulo Freire e Antonio Faundez, Por uma Pedagogia da Pergunta, Editora Paz e Terra, 1985);
  • Proporcionar uma relação dialógica com o estudante;
  • Envolver o estudante num processo que conduz a resultados, conclusões ou compromissos com a prática;
  • Oferecer um processo de auto-aprendizagem e co-responsabilidade no processo de aprendizagem;
  • Utilizar o jogo pedagógico com o princípio de construir o texto.

O educando necessita interpretar o mundo, ter consciência das necessidades básicas da aprendizagem e uso das tecnologias. E esse projeto visa proporcionar uma metodologia que através da televisão e do DVD ocorra um desempenho relevante no processo ensino X aprendizagem, passa informações interpretadas ,mostra modelos de comportamento, ensina linguagens coloquiais e multimídias e privilegiam alguns valores em detrimento de outros.
Na educação a televisão é uma ferramenta para que ocorra uma educação eficaz , logo, que novelas, seriados, desenhos animados, noticiários... Qualquer programa de televisão pode ser usado na sala de aula para introduzir ou aprofundar conteúdos e para discutir valores e comportamento.

Ela usa ação, imagens e sons especialmente selecionados para prender a atenção da garota. Ajuda na formação de memórias de longa duração [é capaz de desenvolver a imaginação dos jovens , e as historias que ela conta são temas de conversas e debates acalorados entre eles.

Portanto, é preciso saber aproveitar a liberdade e a criatividade do espaço televisivo, mas, ao mesmo tempo, aprender a definir limites, a consciência crítica, reabilitar os valores e fortalecer a identidade das pessoas e dos grupos – desafios do educador neste projeto. Logo que a televisão permite iniciar pelo sensorial,pelo afetivo, pelo que toca o aluno antes de falar de idéias, de conceitos, de teorias. Parti do concreto para o concreto para o abstrato, do imediato para o mediato, da ação para a reflexão, da produção para a teorização.

Mesmo os programas violentos, os que veiculam valores distantes do que os educadores querem passar aos alunos e os que tratam a realidade de maneira simplista ou equivocada. Mas inclusive esses podem render bons frutos segundo José Manuel Moran professor das Faculdades Sumaré, em São Paulo, e pesquisador na área de tecnologias aplicadas à educação : "Tudo o que passa na televisão é educativo. Basta o professor fazer a intervenção certa e propiciar momentos de debate e reflexão."

Para Bucci: “Saber ver criticamente a televisão é condição básica para o exercício da cidadania”.
“Mais importante do que controlar o que a TV veicula diariamente é preparar o público, sobretudo os telespectadores mirins, a vê-la sem se submeter a ela. O importante é saber usá-la para a vida, sem ser usado por ela”.



Objetivo Geral


Através da televisão e DVD mediar caminhos para que os aprendentes adquiram a capacidade de articulação, de superposição e de combinação de linguagens diferentes levando – os a uma interpretação de mundo.

OBJETIVOS ESPECIFICOS:


§ Perceber simultaneamente caminhos que sensibilize o expectador/aprendente;
§ Fazer leituras de programas envolvendo cada área do conhecimento analisando a visão critica do educando;
§ Correlacionar os valores apresentados na televisão com conceitos de: justiça, liberdade,trabalho,responsabilidade,discriminação racial, social ou de gênero .
§ Preparar jovens para consumir seletivamente e criativamente a TV desenvolvendo competências para análise e critica , a parti de linguagens , produção e recepção.


Público alvo :

Escolas Públicas da rede municipal, do ensino fundamental de 8 anos (5ª série a 8ª série)


METODOLOGIA


A TV é um meio de comunicação predominante instrumental de socialização, entreterimento, informação,publicidade composto em função do interesse de mercado.



É essencial o professor levar ao educando a entender que a televisão não é uma "janela para o mundo" como gostam de caracterizar os mais entusiasmados: "A televisão é um recorte muito bem produzido e montado da realidade e não a realidade".

Estimular os alunos a opinar sobre os programas e chamar a atenção deles para os cortes das cenas e o uso da trilha sonora ajuda o aprendente a perceber as diversas possibilidades do meio.

Uma outra característica da televisão é trabalhar com temas atuais. Dessa forma, ela pode atualizar conteúdos dos livros didáticos ou mesmo fornecer material que ainda não está neles.

As novelas, minisséries, seriados ou episódios contam histórias do cotidiano. Ao abordar conflitos pessoais ou sociais comuns, prendem a atenção pela previsibilidade ou pelo humor. Essa relação entre o real e o imaginário atrai os telespectadores, que se identificam com situações ou personagens. A aproximação com a vida real fornece rico material para discutir valores e comportamentos.

Para Ismar de Oliveira, o maior atrativo da telinha é ela ser puro entretenimento: "Ela trabalha com humor e síntese e conta histórias sem parar". E, bem trabalhada em sala de aula, pode ser o recurso que faltava para tornar as aulas mais dinâmicas e atraentes.

“Uma escola que não ensina como assistir à televisão é uma escola que não educa”

Quem afirma é o pedagogo espanhol Joan Ferrés. Autor de livros como Televisão e Educação, Televisão Subliminar e Vídeo e Educação, ele observa que a tendência no meio escolar é a de adotar atitudes unilaterais diante do fenômeno da televisão.

Ele observa que a tendência no meio escolar é a de adotar atitudes unilaterais diante do fenômeno da televisão. Ferrés lembra que, segundo Umberto Eco, as atitudes extremistas acabam confluindo, levando a resultados semelhantes. “A atitude mais adequada é a aceitação crítica, o equilíbrio entre o otimismo ingênuo e o catastrofismo estéril, um equilíbrio que assuma a ambivalência do meio, as suas possibilidades e limitações, as suas contradições internas.”

Para o professor Clóvis de Barros Filho, autor do livro Ética na Comunicação, “a televisão é o principal manancial de referenciais cognitivos dos alunos, e muitos professores têm um preconceito tão grande que se tornam incapazes de sequer reconhecer esses mananciais”. Ele afirma que:

“A escola deve preparar para os meios de comunicação de massa, e não condená-los. Os alunos vão passar a vida inteira assistindo à TV, e muitas vezes não se gasta um segundo para ensiná-los a ver tanto o Jornal Nacional quanto Os Cavaleiros do Zodíaco”

A Escola pode desempenhar um papel insubstituível no estímulo ao desenvolvimento de telespectadores críticos. A opinião é do jornalista e crítico de TV Eugênio Bucci, autor dos livros O Peixe Morre pela Boca e Brasil em Tempo de TV, que reúnem artigos publicados em jornais e revistas.

Cada professor precisa reconhecer a necessidade de melhorar sua qualificação enquanto telespectador. E mobilizar-se para superar o nível superficial do gosto / não gosto, em relação à TV, construindo, pouco a pouco, um novo saber e um novo nível de relação consciente com ela. Buscar os porquês de seus “gostares e não-gostares”. Cabe ir um pouco mais fundo: perguntar-se o que são, como atuam, o que desejam esses conteúdos e formas, essas imagens, sons e textos mixados, que vão formatando mesmo nossas subjetividades.


Quanto às indagações e pressões de alunos, querendo manifestações do professor sobre programas assistidos, cujos heróis e vilões, algozes e vítimas provocam discussões acaloradas, já será uma novidade positiva que o professor conheça os programas que estão alimentando seus alunos. Assim, poderá conversar com os alunos sobre eles, poderá identificar a leitura que fazem deles, e seus principais equívocos. A ferramenta principal não será corrigir, desmentir, discordar.

Currículos escolares tentam ignorar que fora da sala de aula as crianças muito aprendem sobre o mundo, que a informação que a mídia lhes lega é acessível.
A escola é solicitada a estimular competências não para simplesmente ler, interpretar, mas para compreender meios e mensagens audiovisuais que os jovens consomem e com que se envolvem afetivamente. Deve encorajá-los a conhecer a mídia, ativar-lhes o pensamento crítico, analisar o que a TV veicula.

O professor necessita se familiarizar com a tecnologia que irá trabalhar para que o uso produza resultados positivos na aprendizagem, antes de ligar o aparelho deve lembrar de:

- Gravar o programa e selecionar as cenas que serão exibidas aos alunos, fazendo o recorte dentro dos seus objetivos.
- Planejar as aulas propondo exercícios e atividades relacionadas ao vídeo: eles não podem ser exibidos como se fossem auto-explicáveis.
- Checar a qualidade da imagem e do som.
- Parar a exibição sempre que necessário para comentários ou explicações.
- Pedir para os alunos anotarem as cenas mais importantes, as falas e os detalhes mais marcantes.
- Rever as cenas mais importantes.
- Observar as reações do grupo para voltar aos pontos da exibição que a turma mais se deteve.
- Ao adotar a televisão como recurso pedagógico, convém avisar os pais pois eles podem ter preconceitos e achar que a escola está enrolando ao colocar a turma na frente do aparelho "em vez de" dar aula.

O professor deve exercitar sua criatividade e a interdisciplinaridade, usando vídeos da TV Escola. Veja alguns exemplos:

1) tire o som de um programa e deixe que os alunos escrevam os diálogos (aproveite para ajudá-los no domínio da língua portuguesa, porque eles precisam conhecê-la para ter sucesso nos vestibulares, nos concursos e nos empregos);
2) passe o início de um vídeo e peça que os alunos escrevam o final, comparando as diversas produções dos estudantes com a do filme;
3) se você, sua escola ou seus alunos tiverem câmera de vídeo, incentive-os a produzir um roteiro e a realizar o filme, apresentando-o aos colegas (uma produção dessas pode ser objeto de avaliação, em vez de uma prova);
4) se ninguém tiver câmera, peça aos alunos que dramatizem o roteiro preparado, apresentando-o como uma peça de teatro ou novela, incentivando-os na pesquisa, na elaboração, na iluminação e na sonorização da peça;
5) analise com os alunos vídeos do ponto de vista do conteúdo, iluminação, sonorização, figurino, recursos técnicos, roteiro;
6) escolha uma notícia importante e peça que acompanhe a sua apresentação em três telejornais diferentes, observando formas de abordagem e de aprofundamento em cada um deles. Invente outras idéias e discuta com seus colegas os resultados alcançados.

Como NÃO usar a telinha em aula:

Sem critério e objetivos pedagógicos claros, a televisão pode virar embromação. Portanto, evite:

- Usar como tapa-buraco quando falta professor ou acontece algum contratempo.
- Passar vídeo que não tenha relação com o conteúdo: as crianças percebem que essa é uma forma de camuflar a falta de planejamento.
- Usar o recurso em todas as aulas e esquecer outras dinâmicas: o exagero diminui a eficiência e empobrece as atividades.
- Criticar sistematicamente possíveis defeitos de informação ou estéticos: se eles existirem, desafie a turma a encontrá-los e a questioná-los.
- Assistir à televisão com os alunos sem discussão: qualquer assunto que venha da televisão deve ser integrado com o tema da aula.


ALGUMAS ATIVIDADES QUE PODEM SER REALIZADA


AUTO AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA (PROFESSOR)

Seus alunos, como usam a televisão?

Quanto tempo às crianças passam diante de uma televisão?

Quais os programas mais assistidos pelos alunos?

Qual seria o papel do educador diante disso?


Localizar os programas na programação da televisão nos jornais ou revistas:
Marque os programas que você mais gosta de assistir:


1) A quais desses programas de TV você assiste?
2) A quais deles seus alunos assistem?
3) Como você avalia os programas a que seus alunos mais assistem?
4) Como avalia os programas de maior audiência em sua casa?
5) Há opções mais interessantes para escolher?
6) Que programas você indica para crianças e adolescentes?
7) Há programas que você desconhece? Quais?
8) Há programas que você deseja discutir, analisar? Quais?

Cada professor precisa reconhecer a necessidade de melhorar sua qualificação enquanto telespectador. E mobilizar-se para superar o nível superficial do gosto / não gosto, em relação à TV, construindo, pouco a pouco, um novo saber e um novo nível de relação consciente com ela. Buscar os porquês de seus “gostares e não-gostares”. Cabe ir um pouco mais fundo: perguntar-se o que são, como atuam, o que desejam esses conteúdos e formas, essas imagens, sons e textos mixados, que vão formatando mesmo nossas subjetividades.


Assim, para a educação, torna-se fundamental discutir e pensar sobre o quanto nós, professores, talvez saibamos muito pouco a respeito das profundas transformações que têm ocorrido nos modos de aprender das gerações mais jovens.
§ Afinal, o que é para eles estar informado ou buscar informação?
§ De que modo seu gosto estético está sendo formado?
§ O que seus olhos buscam ver na TV, o que olham e o que dizem do que olham?
§ Que sonoridades lhes são familiares, aprendidas nos espaços da mídia?
§ O que lhes dá prazer nessas imagens midiáticas?
§ Com que figuras ou situações alunos e alunas se identificam mais acentuadamente?
§ Que modos de representar visualmente os objetos, os sentimentos, as relações entre as pessoas são cotidianamente aprendidos a partir da linguagem da televisão?
§ De que modo vamos aprendendo a desejar este ou aquele objeto, através das imagens e sons da TV?
§ Que novos modos de narrar, de contar histórias, aprendemos através da experiência diária com a TV?

A partir da grade de programação analisada,
podemos classificar os programas conforme você os considera:


Educativo com finalidade explícita de ensinar
Educativo sem finalidade explícita de ensinar
Não educativo
Deseducativo


Como você define programa educativo? Dê exemplos:

É possível aprender com programas e filmes não produzidos para educar?


Escolher um programa de TV ou filme para elaborar uma proposta de utilização pedagógica do programa escolhido:


ATIVIDADES PARA SEREM DESENVOLVIDAS COM OS APRENDENTES

Ø A reportagem “O Poder da Telinha” da Revista Nova Escola, de dezembro de 1998 traz algumas reportagens interessantes sobre os gêneros apresentados na televisão.


Novela
Telejornais
Programas de Auditório
Publicidade

Vamos comentar, apontando aspectos relevantes para nossa prática cotidiana.




Ø Os jovens de 5ª e 6ª séries fazer uma pesquisa in loco dos desenhos preferidos pelos colegas da 4ª série de uma escola municipal , após assistir aos vídeos, discutir a maneira como os personagens se relacionam muitas vezes com brigas e violência e conceitos de justiça e amizade. Após cada um escrever um artigo para a publicação no jornal a ser confeccionado pela escola baseado nesses debates.


Ø Utilizar a TV para tratar de trabalho infantil. A turma ler o Estatuto da Criança e do Adolescente e assisti a reportagens dos programas Fantástico e Globo Repórter, da TV Globo e visita o PETI. Após realiza pesquisas na internet sobre as diferentes situações de trabalho infantil e o que está sendo feito no Brasil para erradicá-lo, Por outro lado, seleciona as informações para montar um "telejornal" sobre o tema, compreendendo a necessidade de síntese para o veículo.


Ø Fazer o levantamento dos programas que mais apresentam situações de preconceitos racial, social ou de gênero. Os alunos pesquisaram em casa e concluíram que Chaves, seriado mexicano exibido à tarde pelo SBT, era o campeão. O personagem do título é maltratado pelos colegas por ser órfão, pobre e mal- vestido. Os estudantes começaram então a reparar como eles mesmos julgavam as pessoas pela aparência e, depois de um debate, concluíram que eles próprios são preconceituosos e que precisavam mudar de atitude.


Ø Já as produções de época fornecem farto material de pesquisa em diversas disciplinas. Que pode trabalhar vários capítulos: em História, levando os alunos pesquisarem a Revolução Farroupilha e os outros levantes ocorridos no Brasil Colônia e fazer a maquete das residências, com conhecimentos de geometria e cálculos; em Artes, analisaram as imagens ;a comparação do vocabulário típico da época com o de outros estados em Língua Portuguesa.


Ø Para quebrar o grande tabu que a Matemática representava para eles, ela levou para a classe um vídeo com comerciais de supermercados e lojas de eletrodomésticos gravados em casa. Primeiro pedir para os estudantes relatarem o que viram e ouviram nas propagandas. O objetivo era que percebessem a força de coerção da linguagem. Depois introduzir os conteúdos: com os números utilizados nos comerciais, ela ensinou juros, desconto, vendas à vista e a prazo e propôs vários exercícios.


AVALIAÇÃO

O desenvolvimento do trabalho deverá surgir com uma avaliação diagnóstica do que o educando assiste, para após ser dado direcionamentos.

Podendo realizar avaliações através de debates, conversas, trocas de opiniões, discussões, focalização de objetivos, pesquisar, redações, construção de maquetes e peças teatrais.

Neste processo avaliação se faz através da interação, participação e troca de experiências. Favorecendo a consolidação da cidadania , identidade, impedindo a dominação ideologia e simbólica.


CONCLUSÃO

Pensar nas responsabilidades que temos hoje de lidar com as informações televisíveis sujeitos a mobilidade, modificações, transporte rápido configura-se um caminho para transformar a prática pedagógica em sala de aula.

Não usamos tecnologia por mera brincadeira ou para dizer que somos modernos. Usamos tecnologia porque, com recursos lúdicos e contemporâneos, podemos educar crianças e jovens para viver com responsabilidade, criatividade, espírito crítico, autonomia e liberdade em um mundo tecnologicamente desenvolvido.


REFERÊNCIAS:

NEVES, Carmen Moreira de Castro. Tecnologia na educação presencial ou a distância: seis lições básicas. Pátio Revista Pedagógica. Porto Alegre – Artmed, 2001

http://revistaescola.abril.com.br/ Site da Revista Nova Escola

http://www.portalbrasil.net/brasil_economia.htm Portal Brasil – Dados sócio econômicos do país

http://www.mec.gov.br/seed/tvescola/materialdidatico.shtm Ministério da Educação – Secretaria de Educação a Distância - Material Didático do Curso de Extensão TV na Escola e os Desafios de Hoje.

MIDIAS COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA


RESUMO DE TEXTOS ESTUDADOS - ARQUIVO PESSOAL

MIDIAS COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA

Kelly Chrystine Guedes Levy


No século XXI, aliada às linguagens encontra-se o desafio para aprender de maneira diferenciada, pois desde o final do século XX, no ano de 1997, a Unesco realiza um encontro em Paris que envolveu educadores expressivos de todo no mundo. Deste encontro, originou-se o Relatório da Proposta para Educação no século XXI, que destaca a necessidade de focalizar a aprendizagem em quatro grandes pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser (Delors [3]). Para que ocorram esses processos de aprendizagens significativas, recomenda-se que a prática pedagógica do professor contemple um paradigma novo que venha atender as exigências da sociedade com a produção do conhecimento, em especial, com a oferta dos recursos disponíveis presentes na era oral, escrita e digital.

Portanto, faz necessário uma reflexão acerca da inevitável presença da mídia como ferramenta didática. Ou seja, a prática do professor deve utilizar recursos que vão além do livro didático, e onde mais encontramos a realidade? Onde podemos identificar temas geradores de discussões, de tomada de consciência por parte dos alunos e professores? A mídia tem se mostrado como um objeto de estudo não só na Comunicação, como também para a Educação, pois reflete e reproduz questões do cotidiano.

É possível afirmar com veemência que as mídias não são nocivas ao indivíduo. Seu poder manipulador, revelado pela célebre escola de Frankfurt, mais conhecida pela sua Teoria Crítica, apregoava que as massas eram manipuladas pelos aparatos técnicos, que tinham como lógica interna a relação clássica marxista: produção – circulação – consumo.

A globalização afeta diretamente a sociedade, logo que permiti o contato rápido entre as pessoas, o excesso e o acúmulo de informações, em relação ao tipo de experiência correspondente, de modo particular para crianças e jovens; a velocidade do acesso a fatos, imagens e dados, em relação a um tipo diferenciado de experiência com o tempo, a memória e a própria concepção aprendida de história; novos modos de viver a intimidade e a vida privada, em relação com a experiência política e as práticas sociais, nos diferentes espaços públicos; outros modos de compreender o que seriam as diferenças, de que tanto se fala, em relação às práticas do mercado, ávidas por novidades sempre “outras”; a centralidade do corpo e da sexualidade na cultura, em relação direta com a superexposição midiática de corpos infantis e juvenis; finalmente, a crescente miscigenação de linguagens de diferentes meios (cinema, televisão, fotografia, artes plásticas, pintura, computador, Internet), em relação às narrativas de agora – ficcionais, publicitárias, didáticas ou jornalísticas.


Porem, somente uma parte da humanidade foi muito beneficiada. Neste processo, Lévy [1], alerta que a linguagem digital se trata de um novo processo de alfabetização e que a grande maioria da população ainda não tem acesso privilegiado a esta nova Era da Informação. Neste contexto, enfatiza-se o papel dos educadores para que criem projetos inovadores na escola, em todos os níveis de ensino, para que a população em geral tenha acesso a recursos midiáticos.

Os alunos precisam superar a passividade que caracterizou grande parte de sua formação para se tornarem participativos, ativos e investigadores na busca do conhecimento. Para tanto, professor e alunos precisam ser parceiros na produção do conhecimento. As perspectivas de um paradigma inovador na sociedade do conhecimento levam a repensar a prática pedagógica. Frente à nova realidade, o professor tem sido desafiado a ultrapassar seu papel autoritário e de dono da verdade, para se tornar um articulador e pesquisador crítico e reflexivo.

A escola precisa se adequar à tecnologia utilizando recursos midiáticos, Essa nova visão desafia o professor a mudar o foco do ensinar para aprender, qualificar o professor para sua utilização é de suma importância e sua exploração por parte do educador aproximará mais do aprendente contribuindo para o processo ensino-aprendizagem.

Vale salientar que os educandos no dia-a-dia convive com diversas formas de mídias, portanto, se faz necessário desmistificar esses recursos e torna-los recursos preciosos na sala de aula.

Muito mais do que saber lidar com as tecnologias é necessário saber lidar com o seu contexto. A alienação à exposição da televisão é discurso que não ressoa mais como uníssono, pois este meio técnico é um importante facilitador dos professores. Nesse sentido, Ferrés (1996) destaca que o que era causa de alienação será oportunidade para formação. O que era convite à hipnose passará a uma provocação para reflexão crítica, com a televisão transformando-se em um meio que enriquece.

Se assim considerar, os professores terão que tematizar a mídia. Logicamente, fala-se do seu conteúdo que poderá ser trabalhado no contexto escolar. Os temas geradores de Paulo Freire são a materialização dessa proposição. Porém, os temas geradores devem partir da realidade do aluno, relacionando com os conteúdos propostos pelo professor.

Segundo Píer Cesare Rivoltella “(...)da mediação entre a cultura dos meios, dos estudantes, da cultura escolar e da tradição cultural(...)”, função desempenhada pelo “mídia-educador”. Portanto, a utilização dos recursos midiáticos aproximará o professor da cultura do aluno, que poderá utilizar: o volume de informações disponíveis, o impacto de imagens e sons, a facilidade de interações, o aprendizado cooperativo em redes... para obter uma educação com qualidade.
Diante desse contexto, a opção de utilizar as mídias depende de reflexão crítica do professor para ter uma compreensão de como os meios de comunicação se estruturam e como agem sobre a aprendizagem das pessoas. Segundo Preti [9], as mídias são importantes tanto pelo que mostram e revelam, tanto pelo que omitem e ignoram. Trata-se de um processo de ressignificação contínua que precisa ser estudado por todos aqueles que se proponham a trabalhar com mídias educacionais. Esse processo de opção crítica é extremamente importante para que possamos efetivamente construir uma sociedade formada por cidadãos conscientes e responsáveis por suas ações.

Em função da mudança paradigmática da sociedade e da revolução tecnológica, toda atividade de docência deveria propor aos alunos a produção do conhecimento. Com esse desafio posto, os docentes deveriam incorporar na prática pedagógica a utilização de recursos de aprendizagem, em especial, a inclusão de uma ou mais mídias educacionais.

Rejeitar as mídias é rejeitar a técnica enquanto benefício do ser humano. As novas tecnologias, como a Internet, são aliadas na disseminação de informação, enquanto elementares na construção do conhecimento, mas é a televisão que ainda é uma das ferramentas essenciais para manter os indivíduos conscientes do que acontece ao seu redor.

O professor, que muitos profetizaram que desapareceria com o advento da Internet e dos telecursos, tem papel central nessa relação dialógica entre a oferta midiática e o contexto escolar.

A semântica é elemento central no processo de ensino-aprendizagem. Dentro dessa perspectiva, o professor ainda tem um papel central no contexto escolar. Ele não é significado nem significante, ele é um interpretante e resignificante dos conteúdos veiculados na mídia. Ele seria um grande mediador das relações interpessoais, bem como midiáticas. Não se trata de dar linearidade ao conhecimento, mas, sim, tematizar os conteúdos, propor temas geradores que venham a dar conta da produção do conhecimento para e pela mídia.

O professor auxiliaria seus alunos a educarem o olhar, a interpretação, a percepção das manifestações culturais do mundo, a partir dos valores sociais contextualizados com a cultura do aluno. Nesse particular, Porto (1998) defende que é importante que a escola defina, não de antemão, o que é significado ou não para o aluno, em função de sua cultura de origem, mas considere os diferentes segmentos culturais presentes na escola. Com isso, os significados para os alunos surgem e são construídos a partir das experiências deste, respeitando as iniciativas do professor.

A comunicação avançou e, contemporaneamente, compreende-se que o indivíduo pode constituir-se em todas essas etapas. Assim, a educação que se baseia apenas na relação clássica professor-aluno e está centrada apenas nos livros como meio, deixa lacunas na compreensão do mundo e dos sujeitos que serão preenchidas em outro lugar que não na escola, sendo que não necessariamente a partir dos valores sociais comungados como coletivos.

A partir do final do século XX, a escola deixa de ser um lugar de aprender a ser, mas começa, ou, deveria começar a ser, um lugar de se aprender a viver no mundo e não pelo mundo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

ALCÂNTARA, Paulo R. A Prática Docente E As Mídias Educacionais: Convergência e Divergências. Disponível: http://www.abed.org.br/congresso20
07/tc/572007115855AM.pdf Acesso : 5/09/2008

FISCHER , Rosa Maria Bueno Mídia, Máquinas de Imagens e Práticas Pedagógicas. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v12n35/a09v1235.pdf. Acesso: 5/09/2008


SANFELICE, Gustavo Roese & Araújo, Denise Castilhos de. Mídia e Ação Pedagógica: possibilidades de encontro. UNI revista - Vol. 1, n° 3 : (julho 2006)
Disponível: http://www.alaic.net/ponencias/UNIrev_Araujo_e_Sanfelice.pdf. Acesso: 5/09/2008

PROJETO DE PESQUISA


UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA - UNISUL
Campus Grande Florianópolis - Curso de Graduação em Direito
Disciplina: Metodologia da Pesquisa Jurídica - Professor: Mauri Luiz Heerdt

O PROJETO DE PESQUISA[1]

O projeto de pesquisa é o planejamento de uma pesquisa, ou seja, a definição dos caminhos para abordar uma certa realidade. Deve oferecer respostas do tipo: O que pesquisar? Por que pesquisar? (Justificativa) Para que pesquisar? (Objetivos) Como pesquisar? (Metodologia) Quando pesquisar? (Cronograma) Por quem?
A pesquisa científica precisa ser bem planejada. O planejamento não assegurará, por si só, o sucesso da monografia, mas, com certeza, é um bom caminho para uma monografia de qualidade.

Entende-se por planejamento da pesquisa a previsão racional de um evento, atividade, comportamento ou objeto que se pretende realizar a partir da perspectiva científica do pesquisador. Como previsão, deve ser entendida a explicitação do caráter antecipatório de ações e, como tal, atender a uma racionalidade informada pela perspectiva teórico-metodológica da relação entre o sujeito e o objeto da pesquisa. A racionalidade deve-se manifestar através da vinculação estrutural entre o campo teórico e a realidade a ser pesquisada, além de atender ao critério da coerência interna. Mais ainda, deve prever rotinas de pesquisa que tornem possível atingir-se os objetivos definidos, de tal forma que se consigam os melhores resultados com menor custo (BARRETO; HONORATO, 1998, p. 59).

Segundo Minayo (1999), ao elaborar um projeto de pesquisa, o pesquisador estará lidando com, no mínimo, três dimensões:
- Técnica: regras científicas para a construção do projeto;
- Ideológica: relaciona-se às escolhas do pesquisador, sempre tendo em vista o momento histórico;
- Científica: ultrapassa o senso comum através do método científico.

1 DEFINIÇÃO DO ASSUNTO

1.1 Tema

A escolha de um tema representa uma delimitação de um campo de estudo no interior de uma grande área de conhecimento, sobre o qual se pretende debruçar. É necessário construir um objeto de pesquisa, ou seja, selecionar uma fração da realidade a partir do referencial teórico-metodológico escolhido (BARRETO; HONORATO, 1998, p. 62).
É fundamental que o tema esteja vinculado a uma área de conhecimento com a qual a pessoa já tenha alguma intimidade intelectual, sobre a qual já tenha alguma leitura específica e que, de alguma forma, esteja vinculada à carreira profissional que esteja planejando para um futuro próximo (BARRETO; HONORATO, 1998, p. 62).
O tema de pesquisa é, na verdade, uma área de interesse a ser abordada. É uma primeira delimitação, ainda ampla.

Exemplos:
- Sigilo bancário (OLIVEIRA, 2002, p. 214).
- Eutanásia (OLIVEIRA, 2002, p. 169).
- Violência urbana (OLIVEIRA, 2002, p. 169).
- Assédio moral
- A ordem jurídica comunitária no Mercosul, possibilidades de constituição e eficácia (VENTURA, 2002, p. 73).
- As comissões de conciliação prévia como meio alternativo à jurisdição estatal para a solução dos conflitos trabalhistas (SANTOS, 2002).

1.2 Delimitação do tema

Delimitar é indicar a abrangência do estudo, estabelecendo os limites extencionais e conceituais do tema. Enquanto princípio de logicidade, é importante salientar que, quanto maior a extensão conceitual, menor a compreensão conceitual e, inversamente, quanto menor a extensão conceitual, maior a compreensão conceitual. Para que fique clara e precisa a extensão conceitual do assunto, é importante situá-lo em sua respectiva área de conhecimento, possibilitando, assim, que se visualize a especificidade do objeto no contexto de sua área temática (LEONEL, 2002).
Quando alguém diz que deseja estudar a questão da violência conjugal ou a prostituição masculina, está se referindo ao assunto de seu interesse. Contudo, é necessário para a realização de uma pesquisa um recorte mais “concreto”, mais preciso do assunto (MINAYO, 1999).
Ventura (2002) oferece um exemplo de como pode proceder-se para delimitar um tema:
Tema: O tratamento jurídico da instrumentalização controlada do corpo humano.
Possíveis delimitações: a) As conseqüências jurídicas do tratamento do direito ao corpo como direito pessoal ou como direito de propriedade; ou
b) O exercício individual da liberdade sobre o corpo contraposto ao interesse público; ou
c) A legislação brasileira sobre as práticas biomédicas relacionadas a órgãos e genomas humanos.

Outros exemplos[2]:
- Quando o sigilo bancário deve ser quebrado (OLIVEIRA, 2002).
- A influência do desarmamento da população para a melhoria dos índices de violência urbana em Florianópolis-SC.
- A ordem jurídica comunitária no Mercosul, possibilidades de constituição e eficácia: um estudo sobre a viabilidade de adoção de um tribunal regional para o julgamento de crimes contra os direitos humanos.
- O novo meio alternativo para a solução dos conflitos trabalhistas instituído pela Lei 9.958/2000, visando demonstrar os benefícios e problemas que a referida lei apresenta, destacando a constitucionalidade e legalidade de seus preceitos, bem como a viabilidade para obter a conciliação (SANTOS, 2002).

2 PROBLEMATIZAÇÃO

A formulação do problema é a continuidade da delimitação da pesquisa, sendo ainda mais específica: indica exatamente qual a dificuldade que se pretende resolver ou responder. É a apresentação da idéia central do trabalho, tendo-se o cuidado de evitar termos equívocos e inexpressivos. É um desenvolvimento da definição clara e exata do assunto a ser desenvolvido.
O pesquisador deve contextualizar de forma sucinta o tema de sua pesquisa. Contextualizar significa abordar o tema de forma a identificar a situação ou o contexto no qual o problema a seguir será inserido. Essa é uma forma de introduzir o leitor no tema em que se encontra o problema, permitindo uma visualização situacional da questão (OLIVEIRA, 2002, p. 169).
A escolha de um problema, para Rudio (apud MINAYO, 1999), merece indagações:
1. Trata-se de um problema original e relevante?
2. Ainda que seja “interessante”, é adequado para mim?
3. Tenho hoje possibilidades reais para executar tal estudo?
4. Existem recursos financeiros para o estudo?
5. Há tempo suficiente para investigar tal questão?
O problema, geralmente, é feito sob a forma de pergunta(s). Assim, torna-se fator primordial que haja possibilidade de responder as perguntas ao longo da pesquisa. Da mesma forma, aconselha-se a não fazer muitas perguntas, para não incorrer no erro de não serem apresentadas as devidas respostas.

Exemplos[3]:
- O direito sobre o corpo é de natureza pessoal ou patrimonial? Caso seja patrimonial, trata-se de propriedade individual ou coletiva? (VENTURA, 2002, p. 74).
- Quais as causas determinantes para o rompimento do sigilo bancário de agentes públicos? (OLIVEIRA, 2002, p. 218).

3 OBJETIVOS

Relaciona-se com a visão global do tema e com os procedimentos práticos.
Indicam o que se pretende conhecer, ou medir, ou provar no decorrer da pesquisa, ou seja, as metas que se deseja alcançar.
Podem ser gerais e específicos. No primeiro caso, indicam uma ação muito ampla e, no segundo, procuram descrever ações pormenorizadas ou aspectos detalhados.
Uma ação individual ou coletiva se materializa através de um verbo. Por isso é importante uma grande precisão na escolha do verbo, escolhendo aquele que rigorosamente exprime a ação que o pesquisador pretende executar (BARRETO; HONORATO, 1998).
Outro critério fundamental na delimitação dos objetivos da pesquisa é a disponibilidade de recursos financeiros e humanos e de tempo para a execução da pesquisa, de tal modo que não se corra o risco de torná-la inviável. É preferível diminuir o recorte da realidade do que se perder em um mundo de informações impossíveis de serem tratadas (BARRETO; HONORATO, 1998).
Objetivo(s) geral(is): indicação do resultado pretendido. Por exemplo: identificar, levantar, descobrir, caracterizar, descrever, traçar, analisar, explicar, etc.
Objetivos específicos: indicação das metas das etapas que levarão à realização dos objetivos gerais. Por exemplo: classificar, aplicar, distinguir, enumerar, exemplificar, selecionar, etc.

Exemplo:
Determinar, com base na doutrina e na jurisprudência atual brasileira, quando o sigilo bancário deve ser quebrado, isto é, em quais circunstâncias pode vir a ocorrer a quebra do sigilo bancário dos agentes públicos, de maneira que, preenchidos os requisitos legais, esta seja efetuada sem o perigo de violar qualquer outra norma da legislação (OLIVEIRA, 2002, p. 232).

4 JUSTIFICATIVA

A justificativa envolve aspectos de ordem teórica, para o avanço da ciência, de ordem pessoal/profissional, de ordem institucional (universidade e empresa) e de ordem social (contribuição para a sociedade).
Deve procurar responder: Qual a relevância da pesquisa? Que motivos a justificam? Quais contribuições para a compreensão, intervenção ou solução que a pesquisa apresentará?
Silva e Menezes (2001, p.31) afirmam que o pesquisador precisa fazer algumas perguntas a si mesmo: o tema é relevante? Por quê? Quais pontos positivos você percebe na abordagem proposta? Que vantagens/benefícios você pressupõe que sua pesquisa irá proporcionar?
Ventura (2002, p. 75) afirma o seguinte: o pesquisador deve destacar a relevância do tema para o direito em geral, para a(s) disciplina(s) à(s) qual(is) se filia e para a sociedade. Finalmente, cabe sublinhar a contribuição teórica que adviria da elucidação do tema e a utilidade que a pesquisa, uma vez concluída, pode vir a ter para o curso, para a disciplina ou para o próprio aluno.
Barral (2003, p. 88-89) oferece alguns itens importantes que podem fazer parte de uma boa justificativa. São eles:
a) Atualidade do tema: inserção do tema no contexto atual.
b) Ineditismo do trabalho: proporcionará mais importância ao assunto.
c) Interesse do autor: vínculo do autor com o tema.
d) Relevância do tema: importância social, jurídica, política, etc.
e) Pertinência do tema: contribuição do tema para o debate jurídico.

5 HIPÓTESE(s)

Hipótese é uma expectativa de resultado a ser encontrada ao longo da pesquisa, categorias ainda não completamente comprovadas empiricamente, ou opiniões vagas oriundas do senso comum que ainda não passaram pelo crivo do exercício científico (BARRETO; HONORATO, 1998).
Sob o ponto de vista operacional, a hipótese deve servir como uma das bases para a definição da metodologia de pesquisa, visto que, ao longo de toda a pesquisa, o pesquisador deverá confirmá-la ou rejeitá-la no todo ou em parte (BARRETO; HONORATO, 1998).
Embora diversos autores de metodologia da pesquisa jurídica recomendem a elaboração de hipóteses de trabalho, há também os que questionam tal procedimento: “No âmbito do projeto de monografia jurídica, essa exigência parece bastante questionável, entre outras razões pelo estágio de conhecimento do tema em que se encontra o aluno e pela natureza controversa do objeto, que torna improvável a ´confirmação´ de uma só hipótese.” (VENTURA, 2002, p. 74).

Exemplo:
- Em todas as constatações de improbidade administrativa o sigilo bancário deve ser quebrado (OLIVEIRA, 2002, p. 219).

6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Esta parte fundamenta a pesquisa, é a base de sustentação teórica. Também pode ser chamada de revisão bibliográfica, revisão teórica, fundamentação bibliográfica, estado da arte, revisão de literatura, resenha bibliográfica etc.
Para Silva e Menezes (2001, p.30), nesta fase o pesquisador deverá responder às seguintes questões: quem já escreveu e o que já foi publicado sobre o assunto? Que aspectos já foram abordados? Quais as lacunas existentes na literatura? Pode ser uma revisão teórica, empírica ou histórica.
A fundamentação teórica é importantíssima porque favorecerá a definição de contornos mais precisos da problemática a ser estudada.
De acordo com Barreto e Honorato (1998), considera-se como básica em um projeto de pesquisa uma reflexão breve acerca dos fundamentos teóricos do pesquisador e um balanço crítico da bibliografia diretamente relacionada com a pesquisa, compondo aquilo que comumente é chamado de quadro teórico ou balanço atual das artes.
Neste item o pesquisador deve apresentar ao leitor as teorias principais que se relacionam com o tema da pesquisa. Cabe à revisão da literatura, a definição de termos e de conceitos essenciais para o trabalho.
O que se diz sobre o tema na atualidade, qual o enfoque que está recebendo hoje, quais lacunas ainda existem etc. Aqui também é fundamental a contribuição teórica do autor da pesquisa.

7 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Os procedimentos metodológicos respondem: Como? Com quê? Onde?
A metodologia da pesquisa num planejamento deve ser entendida como o conjunto detalhado e seqüencial de métodos e técnicas científicas a serem executados ao longo da pesquisa, de tal modo que se consiga atingir os objetivos inicialmente propostos e, ao mesmo tempo, atender aos critérios de menor custo, maior rapidez, maior eficácia e mais confiabilidade de informação (BARRETO; HONORATO, 1998).
Segundo Ventura (2002, p.76-77), são incontáveis e absolutamente diversas as classificações da metodologia que se pode encontrar na literatura especializada.

7.1 Tipo de pesquisa

7.1.1 Quanto aos objetivos

Segundo Gil (2002), uma pesquisa, tendo em vista seus objetivos, pode ser classificada da seguinte forma:
a) Pesquisa exploratória: Esta pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito. Pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas experientes no problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso.

b) Pesquisa descritiva: Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas características está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática.
Destacam-se também na pesquisa descritiva aquelas que visam descrever características de grupos (idade, sexo, procedência etc.), como também a descrição de um processo numa organização, o estudo do nível de atendimento de entidades, levantamento de opiniões, atitudes e crenças de uma população, etc.
Também são pesquisas descritivas aqueles que visam descobrir a existência de associações entre variáveis, como, por exemplo, as pesquisas eleitorais que indicam a relação entre o candidato e a escolaridade dos eleitores.

c) Pesquisa explicativa: A preocupação central é identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. É o tipo que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso, é o tipo mais complexo e delicado.

7.1.2 Quanto aos procedimentos técnicos

Segundo Gil (2002), uma pesquisa, quanto aos seus procedimentos técnicos, pode ser classificada da seguinte forma:
a) Pesquisa bibliográfica: é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Não é aconselhável que textos retirados da Internet constituam o arcabouço teórico do trabalho monográfico.

b) Pesquisa documental: É muito parecida com a bibliográfica. A diferença está na natureza das fontes, pois esta forma vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Além de analisar os documentos de “primeira mão” (documentos de arquivos, igrejas, sindicatos, instituições etc.), existem também aqueles que já foram processados, mas podem receber outras interpretações, como relatórios de empresas, tabelas etc.

c) Pesquisa experimental: quando se determina um objeto de estudo, seleciona-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, define-se as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.

d) Levantamento: é a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados.
Quanto o levantamento recolhe informações de todos os integrantes do universo pesquisado, tem-se um censo.

e) Estudo de campo: procura o aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente realizada por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as explicações e interpretações do ocorre naquela realidade.
Para Ventura (2002, p. 79), a pesquisa de campo deve merecer grande atenção, pois devem ser indicados os critérios de escolha da amostragem (das pessoas que serão escolhidas como exemplares de certa situação), a forma pela qual serão coletados os dados e os critérios de análise dos dados obtidos.

f) Estudo de caso: consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento.
Caracterizado por ser um estudo intensivo. É levada em consideração, principalmente, a compreensão, como um todo, do assunto investigado. Todos os aspectos do caso são investigados. Quando o estudo é intensivo podem até aparecer relações que de outra forma não seriam descobertas (FACHIN, 2001, p. 42).

g) Pesquisa-ação: um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 1986, p.14).

7.2 Método

O método, segundo Garcia (1998, p.44), representa um procedimento racional e ordenado (forma de pensar), constituído por instrumentos básicos, que implica utilizar a reflexão e a experimentação, para proceder ao longo do caminho (significado etimológico de método) e alcançar os objetivos preestabelecidos no planejamento da pesquisa (projeto).
Segundo Lakatos e Marconi (1995, p. 106), os métodos podem ser subdivididos em métodos de abordagem e métodos de procedimentos.

7.2.1 Método de abordagem

a) Dedutivo: Parte de teorias e leis mais gerais para a ocorrência de fenômenos particulares.
b) Indutivo: O estudo ou abordagem dos fenômenos caminha para planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias mais gerais.
c) Hipotético-dedutivo: que se inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual formula hipóteses e, pelo processo dedutivo, testa a ocorrência de fenômenos abrangidos pela hipótese.
d) Dialético: que penetra o mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.

7.2.2 Método de procedimento

a) Histórico: Parte do princípio de que as atuais formas de vida e de agir na vida social, as instituições e os costumes têm origem no passado, por isso é importante pesquisar suas raízes para compreender sua natureza e função.
b) Monográfico: Para Lakatos e Marconi (1996, p. 151) é “[...] um estudo sobre um tema específico ou particular de suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto não só em profundidade, mas em todos os seus ângulos e aspectos, dependendo dos fins a que se destina”.
c) Comparativo: Consiste em investigar coisas ou fatos e explicá-los segundo suas semelhanças e suas diferenças. Geralmente o método comparativo aborda duas séries de natureza análoga tomadas de meios sociais ou de outra área do saber, a fim de detectar o que é comum a ambos.
Este método é de grande valia e sua aplicação se presta nas diversas áreas das ciências, principalmente nas ciências sociais. Esta utilização deve-se pela possibilidade que o estudo oferece de trabalhar com grandes grupamentos humanos em universos populacionais diferentes e até distanciados pelo espaço geográfico. (FACHIN, 2001, p.37).
d) Etnográfico: Estudo e descrição de um povo, sua língua, raça, religião, cultura...
e) Estatístico: Método que implica em números, percentuais, análises estatísticas, probabilidades. Quase sempre associado à pesquisa quantitativa.
Para Fachin (2001, p. 46), este método se fundamenta nos conjuntos de procedimentos apoiados na teoria da amostragem e, como tal, é indispensável no estudo de certos aspectos da realidade social em que se pretenda medir o grau de correlação entre dois ou mais fenômenos. Para o emprego desse método, necessariamente o pesquisador deve ter conhecimentos das noções básicas de estatística e saber como aplicá-las.
O método estatístico se relaciona com dois termos principais: população e universo.

7.3 Delimitação do Universo a ser pesquisado

Se a pesquisa for de campo e/ou envolver o método estatístico, o tipo de amostragem também precisará ser explicado.
Universo é o conjunto de fenômenos, todos os fatos apresentando uma característica comum, e população como um conjunto de números obtidos, medindo-se ou contando-se certos atributos dos fenômenos ou fatos que compõem um universo.

7.4 Técnicas para coleta de dados

A principal forma de coleta de dados é a leitura (livros, revistas, jornais, sites, CDs etc.), que certamente é utilizada para todos os tipos de pesquisa. Esta técnica também é chamada de pesquisa bibliográfica.
Existem, basicamente, dois tipos de dados:
· Dados secundários: são os dados que já se encontram disponíveis, pois já foram objeto de estudo e análise (livros, teses, CDs, etc.).
· Dados primários: dados que ainda não sofreram estudo e análise. Para coletá-los, pode-se utilizar: questionário fechado, questionário aberto, formulário, entrevista estruturada ou fechada, entrevista semi-estruturada, entrevista aberta ou livre, entrevista de grupo, discussão de grupo, observação dirigida ou estruturada, observação livre, brainstorming, brainwriting, etc.

7.5 Análise e interpretação dos dados

Segundo Rauen (1999, p. 141), é a parte que apresenta os resultados obtidos na pesquisa e analisa-os sob o crivo dos objetivos e/ou das hipóteses. Assim, a apresentação dos dados é a evidência das conclusões e a interpretação consiste no contrabalanço dos dados com a teoria.
Para Triviños (1996, p.161), o processo de análise de conteúdo pode ser feito da seguinte forma: pré-análise (organização do material), descrição analítica dos dados (codificação, classificação, categorização), interpretação referencial (tratamento e reflexão).
O objetivo da análise é sumariar as observações, de forma que estas permitam respostas às perguntas da pesquisa. O objetivo da interpretação é a procura do sentido mais amplo de tais respostas, por sua ligação com outros conhecimentos já obtidos (SELLTIZ et al apud RAUEN, 1999, p. 122).
A interpretação também é um processo de analogia com os estudos assemelhados, de forma que os resultados obtidos são comparados com resultados similares para destacar pontos em comum e pontos de discordância.
Em síntese, é a descrição da forma como serão analisados os dados da pesquisa. Existem duas grandes tendências:
a) se a pesquisa for qualitativa, as respostas podem ser interpretadas global e individualmente;
b) se for quantitativa, provavelmente serão utilizadas tabelas e estatística.

Exemplo:
Como não há dados estatísticos para desenvolver uma representação gráfica, a análise percorrerá os caminhos dos autores, profissionais do Direito e outros pesquisados. Os dados coletivos serão analisados agrupando-os por similaridades e encontrando o que os faz divergentes e comuns (OLIVEIRA, 2002, p. 231).

8 CRONOGRAMA

Tempo necessário para a realização de cada uma das partes propostas da monografia. Deve ser efetuado com muito realismo.


9 PLANO PROVISÓRIO DA MONOGRAFIA

Assim como um sumário, o pesquisador mostrará o provável plano da monografia, contendo as seções primárias (capítulos) e secundárias (subitens).
É necessário coerência com o referencial teórico e metodológico planejado.

10 REFERÊNCIAS

Elenco de fontes citadas para a realização do projeto de pesquisa durante a:
- Metodologia da pesquisa
- Instrumental teórico.

11 REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES[4]

Elenco de fontes consultadas, mas não citadas no projeto.


REFERÊNCIAS

BARRAL, Welber. Metodologia da pesquisa jurídica. 2. ed. Florianópolis: Fundação Boitex, 2003.

BARRETO, Alcyrus Vieira Pinto; HONORATO, Cezar de Freitas. Manual de sobrevivência na selva acadêmica. Rio de Janeiro: Objeto Direto, 1998.

BARROS, Aidil de Jesus Paes de; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
GARCIA, Eduardo Alfonso Cadavid. Manual de sistematização e normalização de documentos técnicos. São Paulo: Atlas, 1998.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1995.

LEONEL, Vilson (Org.). Diretrizes para a elaboração e apresentação da monografia do curso de Direito. Tubarão, 2002.

MÁTTAR NETO, João Augusto. Metodologia científica na era da informática. São Paulo: Saraiva, 2002.

MINAYO, Maria Cecília de Souza et al. (Org.) Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 2. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1994. 80 p.

NUNES, Luiz Antonio Rizzatto. Manual da monografia jurídica. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1997.

OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Metodologia científica aplicada ao Direito. São Paulo: Thomson, 2002.

RAUEN, Fábio José. Elementos de iniciação à pesquisa. Rio do Sul, SC: Nova Era, 1999.

RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 22. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

SANTOS, Rodrigo Mendes dos. As comissões de conciliação prévia como meio alternativo à jurisdição estatal para a solução dos conflitos trabalhistas. 2002. 15 f. Projeto de pesquisa apresentado ao curso de Direito, Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça, SC.

SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muskat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3. ed. rev. e atual. Florianópolis: Laboratório de Ensino à Distância da UFSC, 2001.

THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa - ação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1986.

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas , 1987.

VENTURA, Deisy. Monografia jurídica. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2002.
[1] Os elementos aqui apresentados são fundamentais para a elaboração de um bom projeto de pesquisa. Vale lembrar, no entanto, que esta não é uma regra rígida para ser seguida. Existe muita literatura sobre o assunto e várias das questões tratadas aqui não são consensuais. Portanto, é importante considerar outras fontes de consulta, inclusive o orientador.

[2] Evitar abordagens vagas e imprecisas. Por exemplo: “O novo Código Civil”; “O Mercosul”.
[3] Antes de fazer a(s) pergunta(s) de pesquisa, é fundamental contextualizar o tema em questão.
[4] Este item não consta como elemento do trabalho acadêmico nas normas da ABNT. Optou-se por colocá-lo aqui para diferenciar as obras efetivamente citadas no trabalho das obras consultadas (não citadas). Portanto, trata-se de um item opcional no trabalho acadêmico.