terça-feira, 23 de agosto de 2011

ARQUIVO PESSOAL - SINTESE DO TEXTO: AS CONSEQUENCIAS DA MODERNIDADE

GIDDENS, Anthony. As dimensões institucionais da Modernidade, in:As conseqüências da modernidade. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1991.


Para compreender a sintese do capitulo 2 intitulado: As dimensões institucionais da Modernidade contido no livro : As conseqüências da modernidade; faz necessário identificar o autor:

Anthony Giddens é um dos sociólogos mais profícuos da atualidade, quer seja pela qualidade e temática de sua obra, quer seja por suas convicções políticas. Nasceu no dia 18 de janeiro de 1938 em Londres. Sociólogo britânico, renomado por sua Teoria da estruturação.Do ponto de vista acadêmico, o seu interesse centra-se em reformular a teoria social e reexaminar a compreensão do desenvolvimento e da modernidade.

Foi Director da: London School of Economics and Political Science (LSE) entre 1997 e 2003. Anteriormente foi professor de Sociologia em Cambridge. Muitos livros foram publicados sobre este autor e a sua obra. Foram-lhe concedidos diversos títulos honoríficos. Foi co-fundador, em 1985, de uma editora de livros científicos, a Polity Press. Giddens trabalhou como assessor do ex-Primeiro-ministro britânico Tony Blair.

Anthony Giddens situa o leitor na questão relacionada às instituições modernas se são capitalistas ou industriais? Partindo da definição e caracterização dos eixos citados o que conduz a um entendimento das dimensões institucionais da modernidade e da globalização.

O autor desenvolve uma incurssão para o esclarecimento do problema proposto identificando que a grande arma do capitalismo é a vigilância. Giddens se aventura em terreno pantanoso: o militarismo é quase sempre objeto de estudo de liberais, quase nunca de marxistas.

Metódico, o sociólogo inglês começa por desmontar as teorias sociais evolucionistas, que permeiam tanto os trabalhos de Marx como os do positivista Augusto Comte, demolindo a falácia eurocêntrica de que as sociedades ocidentais sejam o topo de uma escala darwiniana de desenvolvimento. Optando por uma visão descontinuísta da história - aqui refinando a visão marxista. E segue buscando nos primórdios do Estado absolutista a concentração de poder administrativo que permitiria o estabelecimento tanto do capitalismo como do industrialismo. Que possibilita a manipulação de informações de acordo com a ideologia da classe dominante, através da proposta curricular da escola e por seguinte estimulando a passividade dos aprendentes e perpetuando o sistema de classes vigentes.

Conceitua o capitalismo como “sistema de produção de mercadorias, centrado sobre a relação entre a propriedade privada do capital e o trabalho assalariado sem posse de propriedade”, e das características inerentes ao industrialismo com “uso de fontes inanimadas de energia material na produção de bens, combinado ao papel central da maquinaria no processo da produção capitalismo”.

Reconhece as sociedades capitalistas como subtipo das sociedades modernas tendo como características: competitividade, expansionismo, economia insulada, transformação do trabalho assalariado em mercadoria, autonomia do estado, controle por meio da violência
Identifica as quatro dimensões básicas da modernidade e sua inter-relações.

MODERNIDADE

Dimensões institucionais
Vigilância
Capitalismo Poder militar
Industrialismo

Segundo Giddens “ a globalização é a intensificação das relações sociais em escala mundial e que esse termo pode ser explicado pelas perscpectivas teoricas : literatura das relações internacionais e a teoria do sistema mundial.

Há uma interdependência cada vez maior entre o espaço global e o local. O global tem influência sobre as vidas individuais nos espaços locais; mas também as decisões dos indivíduos em seu cotidiano podem influenciar sobre os resultados globais. Esta inter-influência incide sobre as coletividades e grupos de todos os tipos, incluindo o Estado. Todos têm que levar em consideração essa realidade, o que pressupõe repensar os papéis, sua reorganização e reformulação. Portanto, a globalização amplia tanto as oportunidades quanto as incertezas e os perigos.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anthony_Giddens. Acesso 4/08/08



ARQUIVO PESSOAL - RESENHA CRITICA

BRANDÃO, Zaia(org). A crise dos paradigmas e a educação – 8 ed – São Paulo. Cortez,2002. P.104.

                                                  *Kelly Chrystine Guedes Levy


A autora Rosaly Hermengarda Lima Brandão é uma referência para os profissionais de educação no Brasil. Conhecida no meio acadêmico como Zaia Brandão. Professora universitária, pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC-Rio e ganhadora do Prêmio "Cientistas do Nosso Estado" de 2002.

Zaia Brandão também é pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq) e ao longo de sua carreira publicou vários títulos, entre eles: A crise dos paradigmas e a educação (Cortez Editora) e Democratização do Ensino: meta ou mito? (Francisco Alves).

Brandão, como organizadora desta obra apresenta textos que serviram de base para o debate ocorrido durante o Seminário A crise dos paradigmas e a educação, que permitiu discussões de especialistas da área de Ciências Humanas e Sociais e profissionais da Educação. Que trocaram posicionamentos sobre a quebra do paradigma e suas conseqüências no campo da educação e da construção do conhecimento.

Na apresentação Zaia Brandão, faz algumas reflexões sobre as tarefas da Educação como produtora de conhecimento e orientação para as populações, nesta fase de crise, transição, metamorfose. Oriunda da era do conhecimento que teve como ponto chave a nova organização social fruto do desenvolvimento da tecnologia da informática e da cibernética, que promove a necessidade de mudanças no paradigma-instrumento e uma nova arrumação do paradigma produto de forma mais integrada e complementar, com "pontes" para a circulação interdisciplinar (e não com trincheiras para impedir o acesso). Mas será possível escapar ao condicionamento da cultura fragmentária e comercial, pregada diariamente do alto das torres de televisão, mantida pelas supervigilantes redes informatizadas dos banqueiros, multinacionais e patrulhada pelos serviços secretos de informação dos Estados?

A obra é composta pela síntese de diferentes abordagens, através de diversos autores. O primeiro é Danilo Marcondes no qual aborda a crise de paradigmas e o surgimento da modernidade, situa o leitor em relação a paradigma do ponto de vista com acepção clássica e do contemporâneo, realizando uma incursão pela história da ciência visando um maior esclarecimento do assunto abordado.

“De acordo a Platão, “ um paradigma é um tipo exemplar que se encontra em um mundo abstrato e do qual existem instâncias, como cópias imperfeitas , em nosso mundo concreto.” Na definição de Thomas Kuhn em sua obra A Estrutura Estrutura das Revoluções Científicas entende “ que paradigma é aquilo que os membros de uma comunidade cientifica compartilham” Em ambas concepções tem um caráter exemplar a função normativa.

Portanto a crise de um paradigma é a insatisfação com o modelo estabelecido e uma mudança conceitual da visão de mundo. Quando as mesmas são radicais são fruto de revoluções cientificas. Que para Kuhn são proeminentes de causas internas ou externas, sendo a primeira fruto do desenvolvimento teórico e metodológico dentro de uma mesma teoria. As causas externas são mudanças da sociedade e da cultura em determinada época.

O segundo texto foi elaborado por Carlos Alberto Plastino e intitulado A crise dos paradigmas e a crise do conceito paradigma

É um livro a nível epistemológico, de crítica e discussão da construção do conhecimento, seus métodos, seu condicionamento histórico e geográfico e

suas aplicações na organização do ecossistema planetário. Porém pouco é mostrado sobre os esaforços que estão fazendo para a superação dessa crise. Vale ressaltar que a UNESCO desde 1987, no encontro de Veneza, vem estimulando não só a integração interdisciplinar, mas também a transdisciplinar; não só entre as formas de conhecimento e de orientação dadas pelas disciplinas acadêmicas, mas também pelas tradições espirituais de cunho místico, bem como da arte (exemplos disso são: Fritjoff Capra, David Bohm e Krishnamurti etc.). O livro não menciona um seminário similar dirigido por Cremilda Medina, com os resultados publicados pela ECA/USP: Novo Pacto da Ciência - A Crise dos Paradigmas (1990-1991), do qual já saiu o segundo volume, e está previsto o terceiro e último. Não analisou, sequer citou na bibliografia, as experiências e publicações da Universidade Holística Internacional (Brasília), dirigida por Pierre Weil, e as experiências e publicações da Cibernética Social, que são contribuições brasileiras

A busca de uma nova identidade da Educação vem possibilitando um novo olhar através de questionamento da receita cartesiana, com disciplinas excludentes que possibilita mais a exclusão de que a inclusão do cidadão diante da era da informática, mesmo que concretizada como ciência independente, autossuficiente, cotidianizada no currículo por disciplinas cartesianas que pouco têm a ver com a vida, tornando a sala de aula um local distante da realidade do educando. A obra tem grande mérito de alimentar o debate e instigar a busca e a criação de alternativas para a crise.


*Tutora do Curso de Licenciatura em Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FTC - EaD); Coordenadora do Município de Rio Real/BA e Professora de Matemática do Estado da Bahia. Pós graduada em: Gestão Educacional (FTC Faculdade de Ciências e Tecnologia); Psicopedagogia Escolar(Faculdade Montenegro); Educação de Jovens e Adultos ( UNEB – Universidade do Estado da Bahia). Graduada em Pedagogia (UFBA – Universidade Federal da Bahia)