quarta-feira, 25 de abril de 2012

Trabalhando Avaliação com Professores/Coordenadores


Considerando sua experiência profissional, é possível que você, como professor(a) e como pessoa, já tenha observado como determinadas histórias infantis nos levam a refletir sobre questões gerais da vida humana. Um desses tipos de história são os apólogos


– narrativa em que os personagens são seres inanimados, e que também apresenta uma lição moral como conclusão, capaz de traduzir a essência do que querem nos transmitir.

Que tal refletir sobre a mensagem de um apólogo, a respeito do sentido e uso da avaliação? Para tanto, leia com atenção o texto apresentado a seguir.

Era uma vez...

Uma rainha que vivia em um grande castelo.

Ela tinha uma varinha mágica que fazia as pessoas bonitas ou feias, alegres ou tristes, vitoriosas ou fracassadas. Como todas as rainhas, ela também tinha um espelho mágico. Um dia, querendo avaliar sua beleza, também, ela perguntou ao espelho:

– Espelho, espelho meu, existe alguém mais bonita do que eu?

O espelho olhou bem para ela e respondeu:

– Minha rainha, os tempos estão mudados. Esta não é uma resposta assim tão simples. Hoje em dia, para responder a sua pergunta eu preciso de alguns elementos mais claros.

Atônita, a rainha não sabia o que dizer. Só lhe ocorreu perguntar:

– Como assim?

– Veja bem, respondeu o espelho. Em primeiro lugar, preciso saber por que Vossa Majestade fez essa pergunta, ou seja, o que pretende fazer com minha resposta. Pretende apenas levantar dados sobre o seu “ibope” no castelo? Pretende examinar seu nível

de beleza, comparando-o com o de outras pessoas, ou sua avaliação visa ao desenvolvimento de sua própria beleza, sem nenhum critério externo? É uma avaliação considerando a norma ou critérios pré-determinados? De toda forma, é preciso, ainda, que Vossa Majestade me diga se pretende fazer uma classificação dos resultados.

E continuou o espelho:

– Além disso, eu preciso que Vossa Majestade me defina com que bases devo fazer essa avaliação. Devo considerar o peso, a altura, a cor dos olhos, o conjunto? Quem devo consultar para fazer essa análise? Por exemplo: se consultar somente os moradores do castelo, vou ter uma resposta; por outro lado, se utilizar parâmetros nacionais, poderei ter outra resposta. Entre a turma da copa ou mesmo entre os anões, a Branca de Neve ganha estourado. Mas, se perguntar aos seus conselheiros, acho que minha rainha terá o primeiro lugar. Depois, ainda tem o seguinte – continuou o espelho:

Como vou fazer essa avaliação? Devo utilizar análises continuadas? Posso utilizar alguma prova para verificar o grau dessa beleza? Utilizo a observação?

Finalmente, concluiu o espelho:

– Será que estou sendo justo? Tantos são os pontos a considerar... (Adaptado de PATTON, Michael Quinn. Utilization-Focused Evolution. Londres: Sage Pub, 1997, p. 45-46)

Com base no apólogo apresentado, reflita sobre as perguntas a seguir e, depois, registre suas conclusões nas linhas em branco.

a) Em termos de avaliação, qual a reação do espelho diante da pergunta da rainha?

b) Como o espelho reagiu frente ao uso de instrumentos para avaliar a beleza da rainha?

c) Comparando o seu comportamento com o do espelho da história

tradicional da Branca de Neve, o que mudou?

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