SEMANA PEDAGÓGICA: O QUE NÃO PODE FALTAR
COMO ORGANIZAR A PRIMEIRA REUNIÃO PEDAGÓGICA DO ANO
As férias
estão terminando, em breve os professores chegarão às escolas e precisamos nos
preparar para recebê-los. Para que
esse momento crucial transcorra bem, o coordenador precisa criar um bom clima
de trabalho, acolhendo os docentes, principalmente os novatos.
Para
organizar o meu primeiro encontro pedagógico com os professores, estou
antecipando possíveis conteúdos para discutir com o diretor. É com ele que vou
fechar a pauta da reunião. Essa parceria entre direção e coordenação é muito
importante para o trabalho começar alinhado. Já tenho alguns tópicos que
considero essenciais: resultados e ações do ano passado, os conteúdos tratados
em formação docente, onde conseguimos chegar, para onde queremos ir e a revisão
das metas estabelecidas em 2016.
Esmiuçando
os pontos acima, fiz uma lista com temas mais específicos que podem compor a
pauta da primeira reunião ou serem discutidos em conversas individuais durante a
semana inicial do ano letivo:
- Integrar
os professores que estão chegando à proposta pedagógica da escola;
- Retomar
as funções e o organograma da instituição;
- Retomar o
plano de metas elaborado no ano anterior;
- Conversar
sobre as turmas que cada um vai trabalhar. Vou abrir espaço para que os docentes
apresentem as classes que acompanharam no ano passado e, se algum tiver deixado
a escola, eu farei essa função;
-
Apresentar e analisar o calendário escolar e nossa rotina. Já vamos reservar
datas para reuniões de equipe, de pais, de fechamento dos bimestres, de
confraternizações e de planejamento coletivo;
- Avaliar
os dados da escola: índices de aprendizagens, taxas de aprovação, distorção e
resultados de avaliações externas;
- Planejar
atividades que deverão acontecer em sala de aula nas primeiras semanas, como o
diagnóstico de aprendizagem;
-
Apresentar os projetos institucionais realizados e reavaliá-los;
- Propor
ajustes no projeto político-pedagógico (PPP), com avaliação e monitoramento das
metas estabelecidas;
- Combinar
como acontecerá a formação continuada durante o ano.
Se é verdade que um bom planejamento
evita problemas posteriores, certamente a primeira semana do ano é a mais
importante para qualquer escola: é quando os gestores e a equipe pedagógica se
reúnem para projetar os próximos 200 dias letivos e fazer a revisão do Projeto
Político Pedagógico (PPP) - o documento que marca a identidade da escola e
indica os caminhos para que os objetivos educacionais sejam atingidos. É o
momento de integrar os professores que estão chegando, colocando-os em contato
com o jeito de trabalhar do grupo, e, claro, mostrar os dados da escola para
todos os docentes, além de apresentar as informações sobre as turmas para as
quais cada um vai lecionar.
Primeiras providências
Organização
Reúna a equipe gestora alguns dias
antes para preparar os dias que a escola irá receber, se lembre que a primeira
impressão é superimportante. Algumas ações devem ser realizadas:
Leitura do calendário da escola
Com base na programação oficial da Secretaria de Educação exponha o
calendário escolar (em que constam feriados, recessos e eventos de rede),
planeje o calendário da escola, reservando datas para reuniões periódicas, como
as de pais, do Conselho de Escola e da Associação de Pais e Mestres. Eleja
alguns dias para eleição dos representantes de classe, , festas ou outro evento
que a escola costume realizar. Peça ao coordenador para sugerir dias e horários
para o trabalho pedagógico coletivo (geral, por área e por série).
Consolidação dos dados da escola
Faça uma tabela com os principais dados da escola - número de matrículas
iniciais e finais e as taxas de aprovação, repetência e distorção idade-série,
UTILIZE A ATA FINAL DA ESCOLA, para fazer a tabulação;
Como tabular os dados.
DIRECIONAMENTO PARA OBTENÇÃO DOS DADOS
DO ITEM RESULTADOS EDUCACIONAL
Padronizando os Conceitos
Matrícula
Inicial: Número de
alunos matriculados e efetivamente frequentando a escola até a última semana do
mês de março.
Afastado
por Transferência:
Número de alunos que durante o ano letivo solicitaram, oficialmente, sua
transferência para uma outra escola.
Afastado
por Abandono: Número de
alunos que constam da Matrícula Inicial, mas não aparecem na Matrícula Final.
Padronizando
as Fórmulas
As fórmulas para calcular as taxas de
desempenho são:
•
Matrícula Final = (Nº de Aprovados + Nº
de Reprovados)
•
Taxa de Aprovação = [(Nº de
Aprovados) : (Matrícula Inicial + Nº de Admitidos após o mês de março –
Afastados por transferência)] x 100
•
Taxa de Reprovação = [(Nº de
Reprovados) : (Matrícula Inicial + Nº de Admitidos após o mês de março –
Afastados por transferência)] x 100
•
Taxa de Abandono = [(Nº de Alunos afastados
por abandono) :
(Matrícula Iniciais – Afastados
por transferência)] x 100
Modelo de ficha a ser preenchida por
série/ano e turma e depois uma gera uma
sobre toda a unidade escolar
Planejamento do tempo
Monte um cronograma da semana pedagógica baseado na quantidade
de dias que a escola dispõe para o encontro.
- Organização do espaço
Calcule quantos grupos de trabalho serão formados durante os
encontros e combine com o pessoal da limpeza para que os espaços estejam limpos
e organizados. Se possível, exponha as produções de alunos e professores em
corredores e nas salas de aula para criar familiaridade e valorizar o trabalho
realizado pelos alunos.
- Previsão de alimentação
Como receber a equipe? Com um café da manhã de boas-vindas?
Então é preciso organizar, local e preparar um espaço para essa recepção. Se a
equipe vai se reunir por alguns dias, planeje os momentos em que ocorrerão as
pausas e o lanche e o que será servido. Organize coma sua gestora o cardápio e
façam as compras necessárias.
PROPOSTA DE REUNIÃO
Providenciar...
- Crachá se
houver muitos novatos.
- Um espaço
adequado para todos os participantes e o material necessário (cartazes,
data show, microfone, papel e caneta).
- Cópia do PPP.
- Planilhas com
os dados da escola em slide.
- As metas da
rede, que devem estar contempladas nas da escola
|
APRESENTAÇÃO DOS PARTICIPANTES
Peça
aos participantes que se apresentem, contando rapidamente em que área trabalham
e um pouco do histórico profissional. Em seguida, fale sobre o perfil da
comunidade e das famílias atendidas. Com base no regimento da escola, explique
como são combinadas as regras e como funciona a divulgação de informações
administrativas. Fale um pouco da rotina da escola. Compartilhe também os novos
materiais e equipamentos adquiridos e, caso tenha havido alguma reforma ou
construção, convide o grupo para uma visita ao local. Divulgue a programação da
semana pedagógica na escola para que a equipe saiba de quais reuniões
participarão e os assuntos que serão abordados. Assim, todos podem se preparar.
Separe um tempo para esclarecer dúvidas.
Inicie uma discussão com base no PPP e nos dados da escola do ano
anterior, tanto os revelados pelos diagnósticos internos como os de avaliações
externas, como Índice de Desenvolvimento Básico da Educação (Ideb). Depois de
expor os números, levante questões que levem à reflexão: qual é o quadro atual
da escola? Aonde queremos chegar e como fazer para ir da atual realidade à meta
desejada? O envolvimento de todos nesse debate é essencial. Esclareça que até
as funções administrativas têm papel educador.
Providenciar...
- Cópias do calendário da escola.
- Grade com o horário de aulas das
turmas.
-Salas adequadas, preparadas e em
número suficiente para que os participantes trabalhem em grupo.
- Cópias e relatórios de projetos
realizados no ano anterior que deram bons resultados.
- Água, cafezinho e lanche.
|
PRIMEIRO
DIA
Manhã:
Recepção e apresentação
Este é
o momento de dar as boas-vindas a todos e acolher os novos professores e
funcionários de apoio.
Proposta
de reunião
Peça
aos participantes que se apresentem, contando rapidamente em que área trabalham
e um pouco do histórico profissional. Em seguida, fale sobre o perfil da
comunidade e das famílias atendidas. Com base no regimento da escola, explique
como são combinadas as regras e como funciona a divulgação de informações
administrativas. Fale um pouco da rotina da escola. Compartilhe também os novos
materiais e equipamentos adquiridos e, caso tenha havido alguma reforma ou
construção, convide o grupo para uma visita ao local. Divulgue a programação da
semana pedagógica para que a equipe saiba de quais reuniões participarão e os
assuntos que serão abordados. Assim, todos podem se preparar. Separe um tempo
para esclarecer dúvidas.
Análise
dos resultados da escola
Com
todos inteirados do funcionamento da escola, é hora de refletir sobre as metas
da unidade e os passos que precisam ser dados durante o ano para atingi-las.
Após, inicie
uma discussão com base no PPP e nos dados da escola do ano anterior, tanto os
revelados pelos diagnósticos internos como os de avaliações externas, como
Índice de Desenvolvimento Básico da Educação (Ideb). Depois de expor os
números, levante questões que levem à reflexão: qual é o quadro atual da
escola? Aonde queremos chegar e como fazer para ir da atual realidade à meta
desejada? O envolvimento de todos nesse debate é essencial. Esclareça que até
as funções administrativas têm papel educador.
TARDE
- Organização de agendas e horários
Use o
segundo dia para apresentar o calendário escolar e definir a grade horária das
salas, que já foi previamente elaborada com o coordenador.
Proposta
de reunião
Entregue uma cópia do calendário à equipe e
explique os itens marcados. No caso da grade horária das turmas, peça que cada
um analise se sua área terá um bom funcionamento diante da programação
sugerida. As merendeiras, por exemplo, conseguirão providenciar a merenda nos
intervalos escalonados? E o pessoal da limpeza dá conta de preparar o
laboratório para as aulas de Química se elas são em sequência? Defina os
horários de formação permanente em que toda a equipe docente deverá estar
presente e os que serão realizados somente com os professores de uma disciplina
ou ciclo, tomando o cuidado de escolher data e hora em que todos possam estar
presentes. Para isso, é essencial levar em conta, inclusive, a agenda dos
professores que lecionam em outras escolas.
Reúna
professores e funcionários para os informes gerais e, depois, divida a equipe
em grupos, por área de atuação.
Passagem
de turmas
Este é
o dia em que os professores se dedicam a conhecer as turmas com as quais vão
trabalhar durante o ano e os funcionários dos serviços de apoio analisam a
rotina de trabalho.
Proposta
Aqui,
o foco está no passado: cada professor fala da sala com a qual trabalhou no ano
anterior, segundo um roteiro definido pelo coordenador pedagógico. Se um
educador saiu da escola, um membro da equipe gestora deve assumir a tarefa.
Certifique-se de que sejam abordadas as características gerais da turma, como
os conteúdos trabalhados e os resultados das avaliações. Recupere documentos
como mapas de aprendizagem e fichas de alunos para a análise dos docentes. Nas
escolas que tenham o Ensino Fundamental completo, é essencial que o professor
do antigo 5º ano converse com todos os do 6º ano para ajudar os colegas a criar
um ambiente que facilite a adaptação ao novo ciclo. Preveja um orador para
falar sobre os avanços em cada área e outro para discorrer sobre o perfil das
turmas dos últimos anos do Ensino Fundamental
PROVIDENCIAR
COPIA DO: PPP, REGIMENTO INTERNO E
PROPOSTA CURRICULAR
TIRAR XEROX DE PLANILHA PARA PLANO
ANUAL – 300 CÓPIAS OU DISPONIBILIZAR O TRABALHO NO LABORATORIO DA ESCOLA,
PORÉM, O COORDENADOR DEVE SALVAR ANTES O DOCUMENTO PARA SER PREENCHIDO EM
CADA COMPUTADOR
|
MANHÃ SEGUNDO DIA -
Avaliação de projetos institucionais
Acertados
os horários, a equipe deve planejar os projetos institucionais. Os temas
escolhidos devem enriquecer o currículo, mobilizar a comunidade e ser coerente
com o PPP.
Proposta de reunião
Apresente os bons projetos institucionais
realizados e as contribuições deles para a aprendizagem. Abra a discussão para
novas sugestões e promova a análise de cada uma sempre de olho na
intencionalidade: quais os resultados esperados? Como os pais podem se
envolver? Que responsabilidades os alunos terão na organização? Essa é a melhor
forma de alcançar os objetivos? Também é interessante levar para a equipe
projetos realizados em outras escolas ou encontrados em bibliografia
especializada (e que possam ser adaptados). Quando escolhidas as propostas,
defina com o grupo os professores e gestores que farão o acompanhamento. E não
se esqueça de registrar as intenções no PPP.
ORGANIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO DAS AULAS
1. Planejar as atividades diagnósticas para
primeira semana (professores da mesma disciplina que atuarão na mesma série/ano
construírem em coletivo);
Alerta
Fique atento para que os grupos mantenham
foco no pedagógico e evite que o momento seja usado para disseminar ideias
pré-concebidas sobre determinada turma ou aluno.
|
Ação para ser requisitada:
1. Nos
primeiros dias de aula, os professores devem observar alguns aspectos, para
que, conhecendo os alunos e suas necessidades, elaborem seus planos de ensino
de modo a contemplar retomadas ou avanços que sejam significativos. Uma ação
que deverá iniciar na segunda quinzena após o início das aulas, durante o AC organizar
para que os professores se dediquem ao planejamento geral da disciplina que
ensinam (professores da mesma disciplina que atuarão na mesma série/ano
construírem em coletivo). A equipe de gestão acompanha o trabalho como
mediadora entre os colegas que vão compartilhar o mesmo plano e supervisiona os
resultados.
Em
Língua Portuguesa, para as séries finais do Ensino Fundamental, recomenda-se
observar, por exemplo, em relação à linguagem oral, se o aluno expõe, de
forma clara, suas ideias; se consegue argumentar em defesa de seu ponto de
vista e se utiliza a fala de forma adequada a diferentes interlocutores e
situações de comunicação.
Quanto
à leitura, vale observar se o aluno compreende e é capaz de se expressar
sobre o que lê; se reconhece e diferencia os diversos suportes textuais e os
gêneros textuais já estudados, e quais relações estabelece com o texto
literário.
Quando
o foco da observação é a produção escrita do aluno, é importante verificar
se escreve convencionalmente, sem marcas de oralidade e se escolhe estruturas
composicionais adequadas ao tipo de texto e ao objetivo a que se propõe. É
relevante verificar, ainda, se há clareza e coerência em seu texto e se
consegue utilizar adequadamente os elementos coesivos.
No
início do trabalho com turmas de 6º ano, é importante que os professores possam
verificar se nessa etapa de escolaridade o aluno é capaz de(3):
interagir produtivamente em situações de intercâmbio oral, ao ouvir com
atenção, compreender explicações, explicar, manifestar opiniões, argumentar e
contra argumentar;
planejar e realizar exposições orais, inclusive fazendo uso de textos escritos;
compartilhar a escolha de obras literárias, a leitura, a escuta, os comentários
e os efeitos das obras lidas;
selecionar textos para leitura, de acordo com seus propósitos e a natureza dos
temas;
demonstrar certa autonomia ao buscar recursos para compreender ou superar
dificuldades de compreensão durante a leitura;
reescrever e/ou produzir textos escritos, utilizando a escrita convencional e
considerando o contexto de produção;
revisar textos (próprios e de outros), posicionando-se como leitor crítico para
garantir a adequação composicional e a correção gramatical.
O
aluno deve perceber que a construção do conhecimento não é um processo
estanque, com os assuntos divididos em áreas rigidamente compartimentadas. Ao
contrário: todas as áreas do conhecimento podem e devem se relacionar,
contribuindo para o crescimento dos alunos, como indivíduos e cidadãos
conscientes e participativos.
No
caso específico do inglês, é fundamental que eles percebam que têm muitas
oportunidades de contato com o idioma no seu dia a dia: por meio de filmes e
músicas, por exemplo, e de palavras inglesas usadas no Brasil, seja no original
(“delivery”, “self-service” “skate”), seja como termos aportuguesados (futebol,
pênalti, gol, hambúrguer). Além disso, o inglês é a língua mais usada na
internet, à qual mais e mais alunos têm acesso, e muito importante no mercado
de trabalho. Com a ajuda desse idioma, os alunos podem se comunicar com pessoas
do mundo inteiro, recebendo informações sobre outros povos e falando sobre nós.
O objetivo maior é aprender a conviver com as diferenças e a valorizar o que há
de positivo em todas as culturas.
INICIO DAS AULAS O QUE FAZER?
Sugerimos que seja feita uma
pequena reunião para conversar com os pais e responsáveis a respeito das normas
de convivência da Unidade Escolar. Questões como a necessidade de se respeitar
horários de entrada e saída, uso de uniforme, , a necessidade de acompanhamento
e participação no processo de ensino-aprendizagem, inclusive nas reuniões
bimestrais, entre outros.
É importante que pensemos também
na recepção aos novos alunos, principalmente aqueles egressos do 5º ano que
encontrarão um ambiente escolar novo, com características distintas daquelas a
que estavam acostumados.
Sugerimos que para este grupo em
especial, seja pensada uma acolhida por parte dos gestores e professores que
trabalharão diretamente com o grupo. Pode-se organizar, por exemplo, uma visita a todos os ambientes que a UE
oferece. Para acompanhá-los, sugerimos a formação de um comitê de recepção com
alunos do último ano/série para acompanhamento e esclarecimentos sobre as
normas de convivência, usos dos espaços, etc.
Na sequência, este documento
apresentará, por área, uma breve conversa com os professores e algumas
sugestões de atividades que poderão subsidiar os primeiros dias de aula.
PREPARANDO A ESCOLA PARA O INICIO DAS AULAS
|
Em
março, inicia-se um novo ano letivo e muitas serão as expectativas dos alunos
matriculados na Rede Municipal de Ensino e seus responsáveis.
É um momento importante para
que a escola inicie ou estreite a parceria com a comunidade escolar. Assim, a
escola — principalmente a equipe gestora — deve estar preparada para este
importante momento: a recepção dos alunos, pais e responsáveis.
Boas-vindas bem planejadas
Como garantir a acolhida dos
alunos nos primeiros dias de aula para estabelecer o vínculo com a escola
por: Cinthia
Rodrigues
Dezembro
de 2009
Depois de planejar com a equipe gestora, os
docentes e os funcionários como será o ano na sua escola, reserve um período da
semana pedagógica para organizar a recepção dos alunos na primeira semana de
aula. Os professores já terão informações sobre as turmas para as quais darão
aulas e isso certamente ajudará nas relações que se estabelecerão no início do
ano letivo. Com todo o grupo, pense nos detalhes que farão com que os alunos se
sintam acolhidos e formem (ou fortaleçam) os laços afetivos com a escola -
condição importante para que a aprendizagem aconteça. A seguir, uma pauta para
você discutir com a equipe:
1. Organização das salas
Antes de os alunos chegarem, combine com professores e funcionários a maneira como a sala de aula deve estar organizada. No primeiro dia, as formações circulares facilitam a integração e por isso são mais indicadas do que fileiras (que não favorecem a socialização). etárias.
2. Recepção
Decidam em conjunto o local em que cada um receberá
os alunos. A sugestão é que a equipe gestora fique no portão para cumprimentar
não somente as crianças e os jovens mas também os pais que costumam acompanhar
os filhos à escola. Os professores podem esperar pelos alunos na porta da sala
de aula. Combine com os funcionários de apoio que eles se posicionem nos
corredores e em locais em que possam ajudar a informar a localização de cada
classe ou ainda orientar sobre o caminho para os banheiros, o bebedouro etc. e
outras dúvidas que os estudantes possam ter.
3. Apresentação em sala de aula
Reflita com os professores sobre a importância de
apresentar os novos alunos aos demais antes do início dos trabalhos. Peça aos
docentes que estimulem a criança a falar um pouco sobre ele mesmo, seu
histórico e sua relação com os estudos. Depois, todos podem contar o que
fizeram durante as férias. Os professores podem contribuir dando ideias para
organizar esse momento e apresentar maneiras de fazer isso. Exemplos: cada
aluno pode contar sobre algo que aprendeu nas férias, um lugar que visitou, uma
história que leu ou assistiu. Entre os mais velhos, também é interessante falar
dos planos que têm para o ano, o que pode incluir um curso ou uma atividade
extra ou estudar para o vestibular.
4. Tutoria dos veteranos
É comum que os alunos novos demorem um pouco para se enturmar com um grupo já formado. Para facilitar esse período, adote um sistema de tutoria em que um colega da turma que já estuda na escola há mais tempo mostre ao novato todos os departamentos, o acompanhe e oriente em relação aos procedimentos da escola e tire suas dúvidas. Esse acompanhamento pode variar de uma semana a um mês. Algumas escolas marcam o início das aulas para os novatos um ou dois dias depois do início oficial das aulas. Nesses dias, o professor dá informações sobre o novo colega que vai chegar (nome, de onde ele vem, o que fazem os pais etc.) e escolhe o aluno que fará a tutoria. Em instituições em que há grêmio estudantil, essa recepção pode ser feita por um membro da entidade.
5. Primeiro contato com cada setor
Reforce
também a importância dos funcionários de apoio e administrativos serem
receptivos com todos e especialmente solícitos com quem ainda não conhece as
dependências e rotina da unidade. Estude a hipótese de a classe do primeiro ano
- em que todos devem ser novos - fazer uma excursão pela escola com paradas em
cada setor para que um responsável da área explique o funcionamento da cantina,
da biblioteca, da secretaria, etc. Algumas escolas marcam o início das aulas em
dias diferentes para cada três ou quatro turmas para que todos os funcionários
deem atenção a chegada de todos.
6. Aulas inaugurais diferenciadas
As primeiras aulas devem apresentar os conteúdos que serão trabalhados durante um período (bimestre, trimestre ou semestre), de acordo com o que foi planejado na semana pedagógica. Uma maneira de apresentar os projetos que serão desenvolvidos é mostrar à turma os trabalhos feitos sobre o tema em anos anteriores. Ao coordenador pedagógico, cabe orientar os professores para que façam uma avaliação inicial antes de introduzir cada conteúdo. As perguntas, quando bem elaboradas, além de dar uma noção precisa do que cada aluno sabe sobre o tema e de que ponto os professores podem avançar, servem para despertar a curiosidade e dar uma prévia do que os alunos aprenderão durante o projeto.
7. Regras bem compreendidas
Decida com a equipe, também no final da semana pedagógica, quem apresentará o regimento da escola - e como - e em que momentos serão feitos os combinados entre professores e alunos. O próprio diretor pode ter essa função. Para isso, ele precisará ir de sala em sala, se apresentando, dando as boas vindas e explicando algumas regras de convivência já em vigor - que devem ser transmitidas de forma que os alunos entendam porque elas existem. Uma sugestão é partir dos direitos de cada um para os deveres de todos. Por exemplo: todo estudante tem direito a material didático de qualidade, para isso cada um deve cuidar bem dos livros que usará naquele ano para que eles possam ser reutilizados no próximo. É importante gastar alguns minutos com o assunto logo nos primeiros dias de aula, antes que as situações em que caberia o uso de determinadas regras ocorram. Com as regras gerais conhecidas, cada professor pode organizar com a uma turma os combinados internos. Para isso é preciso ouvir os alunos e sistematizar as discussões, chegando a normas internas para cada grupo.
É importante, também, pensar
na recepção dos novos alunos, principalmente os ingressantes no 6º ano e os novatos
que estarão chegando a escola, advindos de outras escolas e que encontrarão um
ambiente novo, com características distintas das que estavam acostumados.
Recomenda-se que, para este grupo em especial, o acolhimento seja realizado
pelos gestores e professores que atuarão diretamente com eles. Pode-se
organizar, por exemplo, uma visita a todos os ambientes escolares, sempre que
possível, com a participação de um comitê de recepção formado por alunos do
último ano/série.
No que diz respeito à Educação
de Jovens e Adultos, por possuir características específicas e diversas
daquelas do ensino regular, inclusive em relação à duração dos cursos, cujos
termos são semestrais, é de suma importância que o professor, nos primeiros
dias de aula, escute os alunos e faça um levantamento da real situação
educacional e dos anseios desses estudantes para elaborar o seu plano de aula.
É fundamental que todas as ações e estratégias de ensino estejam comprometidas
com a efetiva aprendizagem dos seus alunos, para que, ao término do curso,
estejam aptos a dar prosseguimento aos estudos e tenham maior possibilidade de
inserção no mundo do trabalho. Objetivamente, um fazer pedagógico que, entre
outras questões, seja acolhedor, estimulante e inclusivo, favorecendo a
aprendizagem e propiciando permanência desses jovens e adultos na escola.
Além disso, é importante
reforçar que, atualmente, a escola deve estar atenta a toda a diversidade de
alunos, uma vez que toda a heterogeneidade social é, atualmente, atendida pela
escola pública. A escola deve considerar essa diversidade como uma riqueza, e
nunca como um problema, para o sucesso do processo de ensino e aprendizagem.
No momento em que se inicia o
trabalho específico de cada classe, é importante identificar, dentre os alunos,
os diferentes graus de conhecimento sobre determinados conteúdos e saberes. É
adequado que esse processo se faça por meio de um diagnóstico criterioso, que
orientará as futuras intervenções, de acordo com as características das turmas
e níveis de conhecimento de cada aluno.
Complementarmente a esse
diagnóstico inicial, os resultados da Avaliação da Aprendizagem em Processo
também podem (e devem) ser utilizados, uma vez que essa avaliação tem como
objetivo principal, instrumentalizar e nortear o trabalho da equipe gestora e
dos professores, com ações de intervenções mais rápidas e pontuais, a tempo de
melhorar o aprendizado do aluno no mesmo semestre letivo. Além disso, a
avaliação também tem a função de embasar o corpo docente durante as Atividades
Complementares.
Mudança de série
A transição da Educação
Infantil para o Ensino Fundamental, do 5º para o 6º ano e mesmo do Fundamental
para o Ensino Médio costuma gerar ansiedade e incerteza. É comum que
professores, coordenadores e diretores sejam bombardeados no fim do ano letivo
com perguntas dos pais, que estão ansiosos sobre as mudanças na futura rotina
dos filhos. "As crianças vão mudar de turma?" "Quem serão os
novos professores?" "A escola ficará mais exigente?" "Vai
aumentar a lição de casa?" "Como será a partir do 6º ano, com tantos
professores?" "E o Ensino Médio? Ele prepara para o vestibular ou é
profissionalizante?"
Soma-se a isso a sensação de
insegurança de muitos alunos em relação à etapa seguinte. Alguns chegam a pedir
para faltar nos primeiros dias de aula por temer o desconhecido ou o contato
com os colegas mais velhos. Outros têm de se adaptar a uma escola diferente,
uma vez que nem sempre as instituições oferecem todos os segmentos da Educação
Básica.
Lidar com esse quadro sensível
é responsabilidade da Orientação Educacional, que deve atuar na integração da
comunidade escolar com o trabalho pedagógico. Cabe ao orientador gerenciar as
mudanças do cotidiano, incentivando a equipe docente a elaborar estratégias que
auxiliem a adaptação dos alunos às novas demandas. Não se trata apenas de
definir as turmas do ano seguinte (tarefa que é muito importante), mas
desenvolver ações educacionais com os estudantes e sua família para fortalecer
o convívio entre todos. Esse planejamento vai ajudá-los a compreender a mudança
de série como um passo para uma etapa mais complexa da escolaridade.
Uma das atividades indicadas é
aproximar os estudantes da turma que cursa a série acima. É possível convidar
as crianças da Educação Infantil ou do 1º ano do Ensino Fundamental para
apreciar a produção dos colegas mais velhos, assistir a um seminário feito por
eles e à apresentação de um trabalho ou participar de um debate. Observar os
outros em situação de aprendizagem ajuda a tirar possíveis temores em relação
aos "grandes", produz admiração e um tipo de identificação que
estimula o desejo de crescer.
É interessante fazer um
levantamento das expectativas da turma em relação ao ano seguinte e convidar os
colegas mais adiantados para uma conversa. Essa estratégia costuma ser eficaz
com os que estão no 5º e no 9º ano do Ensino Fundamental. Quem está cursando o
6º ano e já passou pela mudança de segmento pode relatar as experiências dando
dicas aos menores. A ideia é falar sobre as maneiras de gerenciar o tempo de
estudo e lidar com a diversidade de professores. Do mesmo modo, os estudantes
do Ensino Médio orientam os do 9º ano quanto aos cuidados que devem ter em
relação às novas disciplinas e demandas.
Outra ação bastante eficiente
para despertar interesse e compromisso nessa fase de mudança é o planejamento
de uma visita, a ser realizada no fim do ano, aos espaços que eles irão ocupar
futuramente. Os mais velhos são convidados a atuar como cicerones dos mais
novos. O (re)conhecimento antecipado dos novos professores e dos lugares de
convivência e de circulação ajuda a transformar a insegurança em uma
expectativa positiva. Preparar uma aula inaugural a ser dada com a futura
equipe docente também é uma proposta muito bem-vinda. Esse torna-se o momento
ideal para apresentar aos estudantes os objetivos e o currículo da próxima
etapa. E, se a sua escola não tem a continuidade da Educação Básica, um bom
caminho é construir parcerias com outras instituições.
Não podemos esquecer que todas
as ações planejadas para os alunos devem estar articuladas a outras atividades,
com foco na família. As reuniões de pais e toda a comunicação realizada com
eles são importantes ferramentas para informar sobre eventuais mudanças na
rotina dos estudantes e orientá-los no sentido de ajudar crianças e jovens a
enfrentar os novos desafios pedagógicos e pessoais que terão pela frente: maior
quantidade de lições de casa, mais tempo de permanência na escola, aumento no
número de disciplinas ou de alunos por sala etc. Os pais podem ser orientados a
gerenciar a rotina dos filhos, garantindo o equilíbrio entre o tempo destinado
aos estudos e as outras atividades.
As ações educacionais que
visam à adaptação e à integração das turmas no início do ano letivo, como
atividades esportivas e culturais, também são bastante importantes. Vale
ressaltar aqui a necessidade de dedicar atenção especial aos alunos
recém-chegados, um fator que contribui significativamente para a qualidade do
convívio escolar entre todos. Ao eleger colegas cicerones responsáveis por
apresentar o espaço e a dinâmica da instituição aos novatos, por exemplo, você
propicia o fortalecimento da integração do grupo. Se a escola contar com um
grêmio estudantil, poderá convidar esse grupo para ajudar a promover atividades
de aproximação.
Parece
paradoxal, mas é fundamental criar diferentes estratégias que auxiliem todos os
alunos (e cada um deles) a superar os desafios enfrentados ao longo da
escolaridade e, ao mesmo tempo, trabalhar para que essas exigências se tornem
cada vez mais complexas.
Catarina
Iavelberg, é assessora psicoeducacional especializada em Psicologia da
Educação.
Como orientar
os professores para o início das aulas
O ano letivo está se iniciando nesta
semana e é momento de pensar na organização do trabalho em sala de aula. É um
processo fundamental para que os professores comecem o planejamento, obtenham
dados dos alunos que estão assumindo e reflitam sobre sua rotina. Nesse
momento, procuro ouvir cada docente de forma individual e planejar com ele
ações específicas para sua classe, sempre com o foco na aprendizagem das
crianças. Essa parceria é essencial. Minha tarefa é orientá-los na preparação
do ambiente, elaborar propostas de acolhimento, realizar as primeiras
atividades diagnósticas e finalizar o planejamento da rotina das crianças.
Quero dividir com vocês um pouquinho
do que pretendo fazer com a minha equipe:
A preparação do ambiente
Vamos refletir sobre a organização
das carteiras e dos espaços da sala de aula (cantinho de leitura, de materiais,
do calendário, dos locais de exposição dos trabalhos). As paredes serão
decoradas à medida que os conteúdos forem trabalhados, pois esse será o local
de exposição das produções dos estudantes.
Ações de acolhimento
Apresentações são importantes nesse
momento das crianças, do professor e da escola. Também é a ocasião correta de
se elaborar combinados internos, ouvindo os alunos e sistematizando as
discussões. Outra ação que funciona bastante é propor aulas diferentes como
ouvir histórias e organizar rodas de leitura e brincadeiras.
Atividades diagnósticas
Organizar com os professores
propostas que avaliam alguns conteúdos importantes: uma boa situação de escrita
pelo aluno, uma resolução de problema matemático, situações de leitura. Tabular
o resultado dessa avaliação inicial ajuda o docente a mapear a turma e direcionar
os temas de necessidades de aprendizagens.
Planejamento da rotina
Após essa etapa inicial, a construção
da rotina diária das crianças e da rotina fixa da escola devem ser abordados.
Sugiro refletir sobre a organização do tempo e do espaço e alguns combinados
que precisam ser feitos, como ir ao banheiro antes do sinal e encher a
garrafinha d‘água. Por sua vez, o professor também precisa planejar como será
seu dia a diapara que todas as suas atividades caibam na agenda.
Plano de ensino
Eleger os conteúdos do bimestre a
partir do currículo da série e das necessidades de aprendizagens da turma. Como
coordenadora, gosto de planejar essa etapa junto com o professor, pois
definimos as principais ações, projetos, sequencias didáticas, metas, matriz
curricular e as expectativas de aprendizagem das crianças. Dessa forma fico por
dentro do que está acontecendo em sala de aula e o encadeamento dos conteúdos
ao longo de cada ano escolar.
Essas são algumas das atividades que
farão parte do meu planejamento com os professores nessa etapa inicial de
trabalho na escola. E vocês coordenadores o que estão planejando com sua
equipe?
AVALIAÇÃO
DIAGNÓSTICA
Oriente
os professores para conhecer a turma, peça que coloque no primeiro dia da
escola, com o nome da disciplina e o seu nome no quadro
•
Primeiramente porque
você gosta de trabalhar com esta disciplina?
•
Qual a importância dela
na sociedade?
•
Destacar a importância
da disciplina no desenvolvimento da humanidade;
•
O valor da disciplina
para formação do homem integral;
•
Mostrar como ocorrerá a
avaliação e que metodologia será utilizada;
•
Cause impacto nesta
aula, para que a mesma seja lembrada pelo resto da vida
•
Após realize uma
avaliação diagnóstica
|
Língua
portuguesa
LÍNGUA
PORTUGUESA
Quando o foco da observação é a produção
escrita do aluno, é importante verificar se escreve convencionalmente, sem
marcas de oralidade e se escolhe estruturas composicionais adequadas ao tipo de
texto e ao objetivo a que se propõe. É relevante verificar, ainda, se há clareza
e coerência em seu texto e se consegue utilizar adequadamente os elementos
coesivos.
A prática de análise linguística busca a
reflexão sobre o uso da língua sob dois aspectos: a decisão sobre a melhor
forma de registrar as ideias, de forma clara, coerente e coesa, sem erros
ortográficos e de pontuação; o outro aspecto diz respeito às classificações ou
às referências às regras gramaticais.
No início do trabalho com
turmas de 6º ano, é importante que os professores possam verificar se nessa
etapa de escolaridade o aluno é capaz de (5):
Interagir produtivamente em situações de
intercâmbio oral, ao ouvir com atenção, compreender explicações, explicar,
manifestar opiniões, argumentar e contra argumentar;
Planejar e realizar exposições orais,
inclusive fazendo uso de textos escritos;
Compartilhar a escolha de obras literárias, a
leitura, a escuta, os comentários e os efeitos das obras lidas;
Selecionar textos para leitura, de acordo com
seus propósitos e a natureza dos temas;
Demonstrar certa autonomia ao buscar recursos
para compreender ou superar dificuldades de compreensão durante a leitura;
Reescrever e/ou produzir textos escritos,
utilizando a escrita convencional e considerando o contexto de produção;
Revisar textos (próprios e de outros),
posicionando-se como leitor crítico para garantir a adequação composicional e a
correção gramatical.
_____________________________________
(5) SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Orientações
Curriculares do Estado de São Paulo. Língua Portuguesa e Matemática, Ciclo 1.
São Paulo: FDE, 2008.
Diagnóstico inicial no 6º
ano: o mapa do saber
Como conduzir as avaliações iniciais no 6º ano para
averiguar o que a turma já aprendeu
Esse processo tem a função de levantar o que os
estudantes sabem e como resolvem as situações-problema. "Também é
interessante usar esse momento para tentar traçar um perfil da criança. Afinal,
não conseguimos ensinar quem não conhecemos, e a história de vida contribui
para a trajetória escolar", afirma Janssen Felipe da Silva, docente da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Segundo o pesquisador norte-americano David Paul
Ausubel (1918-2008), os conhecimentos prévios são pontos de ancoragem para que
os novos aprendizados façam sentido. "Isso é essencial para uma
aprendizagem significativa, que é construída e se mantém durante toda a
vida", explica Rosália Maria Ribeiro de Aragão, professora aposentada da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O docente é quem faz a mediação
entre os saberes da criança e o conteúdo a ser apresentado e colabora para
respaldar ou complementar uma ideia que o aluno apresenta.
Existem várias maneiras de fazer um diagnóstico:
propor problemas, formar rodas de conversa, solicitar a produção ou
interpretação de textos, entre outras. Cada disciplina e conteúdo tem suas
particularidades. Essas práticas não são restritas ao início do ano e devem ser
feitas sempre que surgir um assunto novo. Com elas, você pode obter dados
objetivos e observar quais hipóteses o estudante já elaborou em seu processo
educativo.
É comum os
professores focarem a avaliação no que não foi aprendido, mas uma boa sondagem
procura ressaltar o que a criança sabe, independentemente da escola. "O
estudante leva para a sala o conhecimento que obtém no mundo", lembra
Rosália. Ainda que receba a mesma formação, cada um é único.
Em muitos
locais do Brasil, a mudança de ciclo gera a troca de escola, pois as redes
municipais e estaduais dividem a formação. Isso pode fazer com que a diferença
entre o que cada aluno já aprendeu seja muito grande. Por isso não dá para
impor um programa fechado. Com o diagnóstico é possível identificar as individualidades
e usar as diferenças para proporcionar o avanço de toda a classe.
No fim das atividades didáticas, o levantamento
volta a ganhar importância. Ele deve ser confrontado com os resultados obtidos
pela garotada. Comparar esses dois dados é o que permite saber quanto cada
aluno evoluiu e, ao longo do ano, diminuir as dúvidas existentes no primeiro
dia de aula.
Língua
Portuguesa
Exemplo de conteúdo Produção
de texto.
O que você precisa saber Como
está o domínio sobre os padrões de escrita e aspectos discursivos.
Como avaliar Proponha uma situação de produção de texto. Você
pode solicitar a reescrita de uma história conhecida ou ler um conto e pedir
que os estudantes reescrevam o final. É importante explicar que a atividade
será essencial para você fazer o planejamento das aulas seguintes e ajudar a
turma a avançar nessa linguagem. Verifique questões de pontuação, uso de
maiúsculas e minúsculas, ortografia (troca de letras, interferência da fala na
escrita etc.) e regras de concordância nominal e verbal, além de aspectos relacionados
ao gênero trabalhado. Veja quais são os erros que mais aparecem e planeje suas
aulas de forma a trabalhar primeiro os mais comuns, sem deixar de lado as
dificuldades individuais.
Matemática
Exemplo de conteúdo Resolução
de problemas.
O que você precisa saber Quais
procedimentos os estudantes utilizam para resolver problemas que envolvam as
diferentes operações e se eles identificam os cálculos a empregar em cada caso.
Como avaliar Selecione uma questão para cada tipo de operação
que deseja avaliar. Por exemplo, para checar se a turma resolve problemas de
divisão que envolvem a análise do resto, apresente o seguinte enunciado:
"Quantos ônibus são necessários para transportar 237 pessoas em veículos
com capacidade para 32?" Já a adição pode ser avaliada com este desafio:
"Pedro participou de duas partidas de um campeonato. Na primeira, perdeu
24 pontos. Na segunda, não se lembra do que aconteceu, mas sabe que no fim ficou
com 10 pontos. O que ocorreu na segunda partida? Pedro ganhou ou perdeu?
Quantos pontos?" Não revele as operações envolvidas e peça que os
estudantes registrem suas estratégias para ver o que pensaram. Mais do que
verificar se eles dominam a técnica operatória, você pode observar se entendem
o enunciado e quais conhecimentos utilizam para chegar à resposta final.
Ciências
Exemplo
de conteúdo Estados físicos da água.
O que você precisa saber Se a garotada
sabe que gelo, água líquida e vapor d'água são a mesma substância em três
estados físicos diferentes.
Como avaliar Separe a turma em grupos e
peça que cada um anote no caderno suas conclusões sobre a atividade que será
realizada. Posicione dois copos sobre cada mesa. Em um deles, peça que coloquem
água à temperatura ambiente e no outro bastante gelo e só um pouco de água, até
que o nível seja igual nos dois recipientes. Pergunte em qual há mais água.
Aqueles que veem a água somente como sendo algo líquido provavelmente dirão que
a quantidade é maior no copo à temperatura ambiente. Aguarde alguns minutos até
que o vapor d’água comece a se condensar na parte de fora do copo com gelo,
formando gotas. Pergunte de onde vem essa água. Os que não entendem a
existência de vapor e que ele pode se condensar na superfície de objetos
gelados podem indicar que a água que se forma do lado de fora do copo veio de
dentro dele.
Durante
as primeiras séries do Ensino Fundamental, são abordados temas ligados à
construção da identidade, à história local e à formação do povo brasileiro. A
avaliação inicial na área deve contemplar situações que privilegiem a
observação e a capacidade crítica. Podem ser propostas a elaboração de quadros
comparativos, a análise de imagens e a resolução de situações-problema.
Exemplo
de conteúdo Percepção histórica e noção de temporalidade.
O que
você precisa saber O que os educandos entendem por história e por
processo histórico.
Como
avaliar Peça que cada um escreva o que entende por história e observe se todos
conseguem ver os fatos como parte de um processo histórico. Leve quatro trechos
de documentos: a carta de Pero Vaz de Caminha (1450-1500), a Lei Áurea, uma
notícia nacional de poucos anos atrás e uma reportagem do jornal do dia. Leia
em voz alta e promova uma conversa sobre os materiais. Pergunte: "Quais
dos textos vistos exibem fatos históricos? Quando eles ocorreram?" Caso as
crianças respondam que somente os dois primeiros textos tratam de fatos
históricos, isso pode evidenciar que há o entendimento de que a história é algo
antigo ou ligado apenas a personagens conhecidos.
Geografia
Exemplo de conteúdo Noções cartográficas.
O que
você precisa saber Como a garotada representa cartograficamente o que
observa em um lugar.
Como avaliar Peça que a turma faça um
mapa com o que se lembra da escola, acompanhado da descrição e dos dados
considerados importantes. Verifique se os alunos usam elementos cartográficos,
como legenda, título e indicações de escala, e também se fazem a representação
na vertical (olhando de cima) ou na horizontal (como se o espaço fosse visto de
frente). Isso mostra se eles já compreenderam a questão da perspectiva e a
noção de proporcionalidade. Além disso, é importante que o mapa esteja
articulado com a observação da paisagem, diferenciando elementos naturais
daqueles que já tenham sido modificados.
Educação
Física
Exemplo
de conteúdo Beisebol.
O que
você precisa saber As noções que os estudantes têm sobre o esporte.
Como
avaliar A disciplina tem como característica ser voltada para a prática. Sendo
assim, os momentos de conversa não devem se estender. Além disso, é preciso
qualificar esse tempo, com perguntas objetivas: "Conhece o jogo? Quais são
os materiais usados?" Depois, articule a teoria com a experimentação. Ao
perguntar para o aluno o que ele sabe sobre o beisebol (que pode ser
contemplado na proposta curricular dessa fase da escolaridade), muitas vezes
ele tem mais dificuldade em explicar com palavras do que em jogar. A observação
é essencial e para que ela seja avaliativa você deve ter uma matriz com o que
quer verificar. Vale pedir também à garotada que faça uma conexão com a
realidade, questionando se seria possível jogar o esporte na escola e que
adaptações precisariam ser feitas.
O ensino dessa disciplina não é obrigatório antes
do 6° ano. Então, muitos chegam a essa fase sem ter aprendido oficialmente um
idioma. Mas isso não quer dizer que o contato deles com inglês e espanhol seja
nulo. No caso do inglês, há muitas palavras que já foram incorporadas ao nosso
vocabulário, principalmente as ligadas à tecnologia, como power, escrita
em botões de ligar e desligar dos aparelhos eletrônicos. Como o espanhol é
muito próximo do português, a garotada já faz hipóteses sobre ele. Geralmente
há uma diversidade grande de saberes em uma mesma classe e é preciso
levantá-los para planejar aulas que atendam a todos.
Exemplo de conteúdo Leitura.
O que você precisa saber A
compreensão que a sala tem de textos e a capacidade de encontrar informações
nele.
Como avaliar Selecione dois tipos de texto, mas que sejam
simples - por exemplo, um anúncio de um filme e outro de um produto. Faça
perguntas que exijam a capacidade de encontrar as respostas no material, como:
"A que horas é o filme?" e "Quanto custa o produto
anunciado?" As perguntas devem ser diretas para avaliar a capacidade
leitora. Questões que precisem de uma resposta dissertativa podem atrapalhar a
avaliação dessa habilidade, pois há o risco de o aluno entender o texto e a
pergunta, mas ter dificuldade em elaborar uma resposta completa.
Arte
Arte
Exemplo de conteúdo Percurso
de criação pessoal em artes visuais.
O que você precisa saber Se as
crianças repetem sempre as mesmas produções ou se têm um percurso de criação
desenvolvido.
Como
avaliar Proponha que a classe faça trabalhos de autoria, usando diferentes
técnicas artísticas para expor suas ideias, como pintura, escultura, desenho e
colagem. Você pode propor isso regularmente para identificar se a turma rompe
estereótipos quando está em atividades de criação. Veja, por exemplo, se as
crianças fazem sempre o mesmo desenho ou se desenvolvem versões diferentes de
um mesmo objeto. Para acompanhar a evolução, mantenha um portfólio de cada um.
Assim fica mais fácil avaliar que competências já foram desenvolvidas e propor
novos desafios.
Esses dados valem ouro
As
informações que estão na sua secretaria ajudam a definir as ações e metas
educacionais
Dados escolares familiares ao dia a dia do
gestor, como os referentes à avaliação, movimentação e situação do aluno -
geralmente requisitados anualmente pelo Ministério da Educação e pelas
secretarias de Educação -, são bem mais do que simples levantamentos numéricos.
Quando olhados com atenção, eles se transformam em instrumentos valiosos para
detectar problemas, definir encaminhamentos, analisar variáveis e definir
metas. A semana pedagógica é uma excelente oportunidade para a equipe discutir
e analisar esses números (leia reportagem).
Se num ano muitos alunos deixaram a escola ou
ficaram retidos, é preciso fazer alguns questionamentos e verificar quais as
possíveis variáveis do cotidiano escolar que justificam esse número. O passo
seguinte é planejar as ações que devem ser implementadas antes de o problema se
agravar e as que evitarão que ele aconteça no futuro. Para mostrar como usar
essas tabelas, Roberta Panico, coordenadora pedagógica do Centro de Educação e
Documentação para Ação Comunitária (Cedac) e consultora de NOVA ESCOLA GESTÃO
ESCOLAR, fez uma simulação dos índices de uma unidade que atende alunos da
primeira etapa do Ensino Fundamental (leia quadro abaixo). Ela levantou
questões que a equipe gestora pode fazer com base neles e os possíveis caminhos
que a equipe gestora pode trilhar. Dica geral: se os números analisados
isoladamente parecerem pequenos ou irrelevantes, transforme-os em porcentagem.
Você verá como eles revelam a situação da escola e tornam visíveis os
problemas, facilitando a tomada de decisão (como no segundo quadro, que traz
uma parte de uma tabela de turmas da segunda etapa do Ensino Fundamental).
Dez questões para pensar
Cleuza Acosta
Os números são instrumentos que levam à
reflexão sobre diversas questões. Aqui, alguns pontos que podem ser analisados
pela equipe gestora:
1 É
importante comparar os resultados dos alunos de uma mesma série e perguntar: há
uma divisão desigual de turmas (classes "fortes" e "fracas"?)
Qual sala reprova mais?
2 Os
alunos estão evadindo ou pedindo transferência? Será que os pais estão
insatisfeitos? A comunidade passa por problemas?
3 De que maneira você e a equipe gestora podem
contribuir para elevar o índice geral de aprovação? Será que falta acompanhar
mais de perto o desempenho dos alunos ou o trabalho de professores e
coordenadores?
4 Há necessidade de montar grupos de apoio para
os alunos com mais dificuldade de aprendizagem?
5 Os professores do 5º ano estão considerando
que na próxima etapa da escolaridade as crianças passarão por diversas mudanças
e é necessário prepará-las para que não caiam nas estatísticas de reprovação e
evasão ao passar por essa transição?
6 Que
ações pedagógicas podem ser implementadas nas últimas séries da primeira fase
do Ensino Fundamental de modo a facilitar a adaptação dos estudantes ao
segmento seguinte?
7 Qual
é a disciplina que mais impacta os índices de reprovação? Não seria o caso de
reunir os professores e planejar uma nova abordagem?
8 Ao
longo dos anos, a evasão pode estar relacionada a dificuldades de adaptação às
novas situações que os estudantes encontraram pelo percurso?
9 Que
metas podem ser traçadas e implementadas para melhorar os índices globais no
próximo ano?
10
Você, diretor, está olhando os números da tabela adequadamente ou apenas por
burocracia?
PLANEJE SUAS TAREFAS PARA NÃO SER O “FAZ TUDO” DA ESCOLA
Muitas funções são importantes
na escola, mas considero a minha, de coordenadora pedagógica, uma das
principais. A qualidade do processo de ensino e aprendizagem, fundamental para
o sucesso dos alunos, depende da minha atuação.
Para fazer essa função
realmente funcionar é preciso rotina, prazo, tempo e planejamento. Percebi que,
de vez em quando, acabo virando um “coordenador bombeiro”, aquele que fica o
tempo todo resolvendo o que aparece de imediato, apagando incêndios pela escola
e atendendo emergências, e que, quando termina o dia, acaba tendo a sensação
que não fez nada do que deveria.
Isso acontece quando não
planejo minha rotina e minhas ações mensais, ou seja, quando não tenho um
cronograma a cumprir. Assim que passei a me organizar, comecei a dividir as
ações fixas semanais e aquelas que serão desempenhadas a partir da necessidade
do trabalho junto com o professor. Ao fazer isso, meu trabalho mudou e aos
poucos fui me adaptando à realidade da escola em que trabalho. Tudo é previsto
mensalmente, facilitando o meu trabalho diário.
Na minha rotina de ações
fixas estão:
–
Planejamentos e supervisão das ações dos professores,
–
Atendimento a pais,
–
Observação de sala de aula,
–
Reunião com a gestão da escola,
–
Momentos para estudo pessoal,
–
Pesquisas para serem tematizada com os professores,
–
Análise dos resultados dos alunos e rendimentos obtidos nas avaliações,
–
Organização de pauta e materiais para as reuniões pedagógicas
–
Realização de reuniões com a equipe.
Com uma rotina intensa, o
tempo todo tento ficar ligada na questão: quais
estão sendo minhas contribuições aos professores e alunos?
Respondendo a esta pergunta consigo perceber que ações vão impactar na melhoria
e qualidade do trabalho pedagógico em sala de aula e como posso melhorar cada
vez mais a prática do professor da minha escola.
Além de conhecer, é
importante que eu imponha meu papel, então também preciso compartilhar com toda
a equipe escolar que ações serão realizadas por mim no dia a dia. A partir
deste momento minha função começa a ser assumida de fato na escola.
Às vezes o excesso de
ações e tarefas atribuídas a nós, coordenadores pedagógicos, está entre os
motivos que nos impedem de desempenhar bem o nosso papel. O meu dia a dia me
leva a fugir da rotina e se eu não tiver claro qual é a minha função, vou
passar a ser reconhecida como “faz tudo”, apagadora de incêndios ou aquela que
auxilia os professores e cuida de outro monte de coisas.
E vocês coordenadores o
que pensam sobre estas reflexões e como desenvolvem o seu papel na escola?
Eduarda
SETE
DICAS PARA LEVAR O CINEMA BRASILEIRO PARA A ESCOLA
Criado
em 26/07/14 12h32 e atualizado em 26/07/14 15h51
Por
Marina Lopes Fonte:Porvir
Publicidade
Desde
o dia 27 de junho, o uso de recursos audiovisuais passou a ser obrigatório em
escolas da educação básica de todo o país. Uma nova regra, que passou a
integrar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, determina a exibição
de filmes nacionais por, no mínimo, duas horas mensais, como componente
curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola. Para
contribuir com o cumprimento da legislação, o Porvir conversou com
especialistas em audiovisual e educação para reunir algumas dicas de como
trabalhar o cinema na sala de aula.
O uso
de filmes na escola pode ser um elemento importante para trabalhar outros
formatos e linguagens com os alunos. Segundo a doutora em ciências da
comunicação Cláudia Mogadouro, pesquisadora do Núcleo de Comunicação e Educação
da USP, ainda existe na escola um descompasso muito grande entre a cultura
letrada e a cultura audiovisual.
Para
Djalma Ribeiro Junior, doutorando em educação e técnico de laboratório
audiovisual da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), a lei é importante
para trazer à tona o debate sobre a importância do audiovisual na educação. “A
proposta é interessante, mas deve ser olhada em uma perspectiva mais ampla. Os
filmes não podem ser usados apenas para cobrir horários de aula. Eles precisam
estar integrados na proposta pedagógica escolar”, destacou. Confira algumas
propostas que o Porvir reuniu com base nas conversas com os especialistas:
1. É
fundamental fazer o planejamento da atividade
Antes
de exibir um filme para os alunos, é necessário realizar um planejamento.
Segundo Cláudia Mogadouro, é importante que o professor escolha uma obra que
leve em conta o repertório dos alunos. Em alguns casos, o educador deve
preparar uma aula introdutória para que a classe consiga ter uma compreensão
maior sobre o contexto do filme.
2. O
tempo da aula deve ser levado em conta durante a escolha do filme
De
acordo com Ribeiro Junior, o professor precisa escolher um filme que se encaixe
no seu horário de aula. Em muitos casos, os curtas podem ser uma boa
alternativa. No entanto, para a pesquisadora do Núcleo de Comunicação e
Educação da USP, os longas também podem ser exibidos com um planejamento
adequado. Segundo ela, alguns filmes têm conteúdos interdisciplinares que podem
ser trabalhados durante diferentes aulas.
Se o
tempo não for suficiente, o professor pode dividir o conteúdo em duas aulas ou
apenas selecionar alguns trechos. No entanto, para fazer isso ele deve prestar
muita atenção. “Alguns filmes podem ser cortados; outros, não”, advertiu
Cláudia, ao destacar que existem casos que necessitam a exibição da obra
completa para não perder a unidade do roteiro. Em histórias que envolvem
suspense, por exemplo, uma quebra pode ser prejudicial.
3. A
exibição deve ser acompanhada de um debate
Após
exibir o filme, uma boa sugestão é fazer uma discussão sobre a obra com os
alunos. “O debate é fundamental para a construção do conhecimento”, defendeu a
doutora e pesquisadora Cláudia Mogadouro. Se não sobrar tempo para realizar
esse debate, o educador pode levantar algumas questões de reflexão e retomar o
conteúdo na próxima aula.
Para
técnico de laboratório audiovisual da UFSCar, o debate não precisa envolver
apenas questionamentos relacionados ao conteúdo do filme. Ele pode estabelecer
relações com as matérias trabalhadas em sala de aula. Além disso, também é
possível usar a obra para fazer uma discussão sobre a própria linguagem
audiovisual, observando a estrutura narrativa, construção do roteiro, cenas e
planos de filmagem.
4. As
obras audiovisuais podem proporcionar releituras
“O
filme é uma obra que tem muitas camadas de leitura. Ele pode ser utilizado para
trabalhar com uma série de desdobramentos”, apontou Cláudia. Dentro dessa
perspectiva, os educadores podem propor atividades como a reprodução de cenas
do filme e a criação de trabalhos de artes plásticas.
Baseado
em experiências dos projetos desenvolvidos pela UFSCar dentro de escolas da
região, o pesquisador Ribeiro Junior também apontou a possibilidade dos alunos
produzirem seus próprios conteúdos audiovisuais. “Isso representa uma forma dos
estudantes se apropriarem da linguagem audiovisual”, pontuou. “A participação
pode contribuir para a formação de uma visão mais crítica.”
5. A
escolha dos filmes deve levar em conta a classificação indicativa
Antes
de exibir um filme, os professores devem olhar a classificação indicativa e
observar se o conteúdo está adequado para a faixa etária dos seus alunos.
Segundo Cláudia, isso também é um instrumento de segurança para o educador.
Caso os pais façam alguma reclamação sobre o filme, o professor tem como afirmar que usou os parâmetros de
classificação etária do Ministério da Justiça.
6. As
atividades não devem adquirir o peso de uma obrigação
As
atividades propostas pelos professores não devem criar nos alunos experiências
traumáticas com os filmes. Em nenhum momento a atividade deve adquirir o peso
de uma obrigação. ”Se você apresentar a proposta como um dever de casa,
assistir o filme se torna uma tarefa chata”, afirmou Cláudia. Segundo ela,
quando o professor pede uma redação sobre a mensagem do filme, por exemplo, ele
acaba limitando o aluno de dar a sua opinião e o seu ponto de vista sobre a
obra, pois isso passa uma ideia de que só existe uma resposta correta.
“Cada
um vai sentir o filme de forma diferente. O audiovisual é polissêmico”,
explicou. De acordo com ela, antes de propor qualquer atividade é ideal fazer
um debate para mostrar para os alunos que cada um pode ter uma opinião
diferente sobre o filme e que existem muitos caminhos para entender a obra.
7. As
sessões de cinema também podem ser realizadas fora do horário de aula
Além
da exibição de filmes nos horários de aula, Djalma Ribeiro Junior também
mencionou a possibilidade dos professores se organizarem para desenvolver
projetos de cineclubes na escola. Segundo ele, esses projetos ajudam a criar um
ambiente de diálogo que incentiva o interesse dos alunos. Eles podem selecionar
diversas obras para exibições e discussões dentro da escola. Esses projetos
também podem ser abertos para toda a comunidade, integrando pais e moradores
locais.
Para
saber mais
Para
os professores que desejarem buscar mais informações sobre o tema, podem ser
consultados alguns sites como: Porta Curtas, Portal do Professor, Tela Brasil,
Cineduc, Net Educação e Cinead
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