sexta-feira, 7 de abril de 2017

SEMANA PEDAGÓGICA: O QUE NÃO PODE FALTAR



COMO ORGANIZAR A PRIMEIRA REUNIÃO PEDAGÓGICA DO ANO
As férias estão terminando, em breve os professores chegarão às escolas e precisamos nos preparar para recebê-los. Para que esse momento crucial transcorra bem, o coordenador precisa criar um bom clima de trabalho, acolhendo os docentes, principalmente os novatos.
Para organizar o meu primeiro encontro pedagógico com os professores, estou antecipando possíveis conteúdos para discutir com o diretor. É com ele que vou fechar a pauta da reunião. Essa parceria entre direção e coordenação é muito importante para o trabalho começar alinhado. Já tenho alguns tópicos que considero essenciais: resultados e ações do ano passado, os conteúdos tratados em formação docente, onde conseguimos chegar, para onde queremos ir e a revisão das metas estabelecidas em 2016.
Esmiuçando os pontos acima, fiz uma lista com temas mais específicos que podem compor a pauta da primeira reunião ou serem discutidos em conversas individuais durante a semana inicial do ano letivo:
- Integrar os professores que estão chegando à proposta pedagógica da escola;
- Retomar as funções e o organograma da instituição;
- Retomar o plano de metas elaborado no ano anterior;
- Conversar sobre as turmas que cada um vai trabalhar. Vou abrir espaço para que os docentes apresentem as classes que acompanharam no ano passado e, se algum tiver deixado a escola, eu farei essa função;
- Apresentar e analisar o calendário escolar e nossa rotina. Já vamos reservar datas para reuniões de equipe, de pais, de fechamento dos bimestres, de confraternizações e de planejamento coletivo;
- Avaliar os dados da escola: índices de aprendizagens, taxas de aprovação, distorção e resultados de avaliações externas;
- Planejar atividades que deverão acontecer em sala de aula nas primeiras semanas, como o diagnóstico de aprendizagem;
- Apresentar os projetos institucionais realizados e reavaliá-los;
- Propor ajustes no projeto político-pedagógico (PPP), com avaliação e monitoramento das metas estabelecidas;
- Combinar como acontecerá a formação continuada durante o ano.

Se é verdade que um bom planejamento evita problemas posteriores, certamente a primeira semana do ano é a mais importante para qualquer escola: é quando os gestores e a equipe pedagógica se reúnem para projetar os próximos 200 dias letivos e fazer a revisão do Projeto Político Pedagógico (PPP) - o documento que marca a identidade da escola e indica os caminhos para que os objetivos educacionais sejam atingidos. É o momento de integrar os professores que estão chegando, colocando-os em contato com o jeito de trabalhar do grupo, e, claro, mostrar os dados da escola para todos os docentes, além de apresentar as informações sobre as turmas para as quais cada um vai lecionar.

Primeiras providências

Organização

Reúna a equipe gestora alguns dias antes para preparar os dias que a escola irá receber, se lembre que a primeira impressão é superimportante. Algumas ações devem ser realizadas:
Leitura do calendário da escola
Com base na programação oficial da Secretaria de Educação exponha o calendário escolar (em que constam feriados, recessos e eventos de rede), planeje o calendário da escola, reservando datas para reuniões periódicas, como as de pais, do Conselho de Escola e da Associação de Pais e Mestres. Eleja alguns dias para eleição dos representantes de classe, , festas ou outro evento que a escola costume realizar. Peça ao coordenador para sugerir dias e horários para o trabalho pedagógico coletivo (geral, por área e por série).
Consolidação dos dados da escola
Faça uma tabela com os principais dados da escola - número de matrículas iniciais e finais e as taxas de aprovação, repetência e distorção idade-série, UTILIZE A ATA FINAL DA ESCOLA, para fazer a tabulação;


Como tabular os dados.    

DIRECIONAMENTO PARA OBTENÇÃO DOS DADOS DO ITEM RESULTADOS EDUCACIONAL
Padronizando os Conceitos
Matrícula Inicial: Número de alunos matriculados e efetivamente frequentando a escola até a última semana do mês de março.
Afastado por Transferência: Número de alunos que durante o ano letivo solicitaram, oficialmente, sua transferência para uma outra escola.
Afastado por Abandono: Número de alunos que constam da Matrícula Inicial, mas não aparecem na Matrícula Final.
Padronizando as Fórmulas
As fórmulas para calcular as taxas de desempenho são:
•     Matrícula Final       =  (Nº de Aprovados  +  Nº de Reprovados)
•  Taxa de Aprovação   = [(Nº de Aprovados) : (Matrícula Inicial + Nº de Admitidos após o mês de março – Afastados por transferência)]  x 100
•   Taxa de Reprovação   = [(Nº de Reprovados)  :  (Matrícula Inicial  + Nº de Admitidos após o mês de março – Afastados por transferência)]  x 100
•      Taxa de Abandono     =   [(Nº de Alunos  afastados  por  abandono)   :  (Matrícula Iniciais  –   Afastados  por transferência)]  x 100

Modelo de ficha a ser preenchida por série/ano e  turma e depois uma gera uma sobre toda a unidade escolar
Planejamento do tempo
Monte um cronograma da semana pedagógica baseado na quantidade de dias que a escola dispõe para o encontro.
 - Organização do espaço
Calcule quantos grupos de trabalho serão formados durante os encontros e combine com o pessoal da limpeza para que os espaços estejam limpos e organizados. Se possível, exponha as produções de alunos e professores em corredores e nas salas de aula para criar familiaridade e valorizar o trabalho realizado pelos alunos.
- Previsão de alimentação
Como receber a equipe? Com um café da manhã de boas-vindas? Então é preciso organizar, local e preparar um espaço para essa recepção. Se a equipe vai se reunir por alguns dias, planeje os momentos em que ocorrerão as pausas e o lanche e o que será servido. Organize coma sua gestora o cardápio e façam as compras necessárias.













PROPOSTA DE REUNIÃO

Providenciar...
- Crachá se houver muitos novatos.
- Um espaço adequado para todos os participantes e o material necessário (cartazes, data show, microfone, papel e caneta).
- Cópia do PPP.
- Planilhas com os dados da escola em slide.
- As metas da rede, que devem estar contempladas nas da escola
                       




APRESENTAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Peça aos participantes que se apresentem, contando rapidamente em que área trabalham e um pouco do histórico profissional. Em seguida, fale sobre o perfil da comunidade e das famílias atendidas. Com base no regimento da escola, explique como são combinadas as regras e como funciona a divulgação de informações administrativas. Fale um pouco da rotina da escola. Compartilhe também os novos materiais e equipamentos adquiridos e, caso tenha havido alguma reforma ou construção, convide o grupo para uma visita ao local. Divulgue a programação da semana pedagógica na escola para que a equipe saiba de quais reuniões participarão e os assuntos que serão abordados. Assim, todos podem se preparar. Separe um tempo para esclarecer dúvidas.
Inicie uma discussão com base no PPP e nos dados da escola do ano anterior, tanto os revelados pelos diagnósticos internos como os de avaliações externas, como Índice de Desenvolvimento Básico da Educação (Ideb). Depois de expor os números, levante questões que levem à reflexão: qual é o quadro atual da escola? Aonde queremos chegar e como fazer para ir da atual realidade à meta desejada? O envolvimento de todos nesse debate é essencial. Esclareça que até as funções administrativas têm papel educador.
Providenciar...

- Cópias do calendário da escola.
- Grade com o horário de aulas das turmas.
-Salas adequadas, preparadas e em número suficiente para que os participantes trabalhem em grupo.
- Cópias e relatórios de projetos realizados no ano anterior que deram bons resultados.
- Água, cafezinho e lanche.




PRIMEIRO DIA
Manhã: Recepção e apresentação
Este é o momento de dar as boas-vindas a todos e acolher os novos professores e funcionários de apoio.
Proposta de reunião
Peça aos participantes que se apresentem, contando rapidamente em que área trabalham e um pouco do histórico profissional. Em seguida, fale sobre o perfil da comunidade e das famílias atendidas. Com base no regimento da escola, explique como são combinadas as regras e como funciona a divulgação de informações administrativas. Fale um pouco da rotina da escola. Compartilhe também os novos materiais e equipamentos adquiridos e, caso tenha havido alguma reforma ou construção, convide o grupo para uma visita ao local. Divulgue a programação da semana pedagógica para que a equipe saiba de quais reuniões participarão e os assuntos que serão abordados. Assim, todos podem se preparar. Separe um tempo para esclarecer dúvidas.
Análise dos resultados da escola
Com todos inteirados do funcionamento da escola, é hora de refletir sobre as metas da unidade e os passos que precisam ser dados durante o ano para atingi-las.
Após, inicie uma discussão com base no PPP e nos dados da escola do ano anterior, tanto os revelados pelos diagnósticos internos como os de avaliações externas, como Índice de Desenvolvimento Básico da Educação (Ideb). Depois de expor os números, levante questões que levem à reflexão: qual é o quadro atual da escola? Aonde queremos chegar e como fazer para ir da atual realidade à meta desejada? O envolvimento de todos nesse debate é essencial. Esclareça que até as funções administrativas têm papel educador.
TARDE - Organização de agendas e horários
Use o segundo dia para apresentar o calendário escolar e definir a grade horária das salas, que já foi previamente elaborada com o coordenador.
Proposta de reunião
 Entregue uma cópia do calendário à equipe e explique os itens marcados. No caso da grade horária das turmas, peça que cada um analise se sua área terá um bom funcionamento diante da programação sugerida. As merendeiras, por exemplo, conseguirão providenciar a merenda nos intervalos escalonados? E o pessoal da limpeza dá conta de preparar o laboratório para as aulas de Química se elas são em sequência? Defina os horários de formação permanente em que toda a equipe docente deverá estar presente e os que serão realizados somente com os professores de uma disciplina ou ciclo, tomando o cuidado de escolher data e hora em que todos possam estar presentes. Para isso, é essencial levar em conta, inclusive, a agenda dos professores que lecionam em outras escolas.
Reúna professores e funcionários para os informes gerais e, depois, divida a equipe em grupos, por área de atuação.
Passagem de turmas
Este é o dia em que os professores se dedicam a conhecer as turmas com as quais vão trabalhar durante o ano e os funcionários dos serviços de apoio analisam a rotina de trabalho.
Proposta
Aqui, o foco está no passado: cada professor fala da sala com a qual trabalhou no ano anterior, segundo um roteiro definido pelo coordenador pedagógico. Se um educador saiu da escola, um membro da equipe gestora deve assumir a tarefa. Certifique-se de que sejam abordadas as características gerais da turma, como os conteúdos trabalhados e os resultados das avaliações. Recupere documentos como mapas de aprendizagem e fichas de alunos para a análise dos docentes. Nas escolas que tenham o Ensino Fundamental completo, é essencial que o professor do antigo 5º ano converse com todos os do 6º ano para ajudar os colegas a criar um ambiente que facilite a adaptação ao novo ciclo. Preveja um orador para falar sobre os avanços em cada área e outro para discorrer sobre o perfil das turmas dos últimos anos do Ensino Fundamental
PROVIDENCIAR
COPIA DO: PPP, REGIMENTO INTERNO E PROPOSTA CURRICULAR
TIRAR XEROX DE PLANILHA PARA PLANO ANUAL – 300 CÓPIAS OU DISPONIBILIZAR O TRABALHO NO LABORATORIO DA ESCOLA, PORÉM, O COORDENADOR DEVE SALVAR ANTES O DOCUMENTO PARA SER PREENCHIDO EM CADA COMPUTADOR





MANHÃ SEGUNDO DIA - Avaliação de projetos institucionais
Acertados os horários, a equipe deve planejar os projetos institucionais. Os temas escolhidos devem enriquecer o currículo, mobilizar a comunidade e ser coerente com o PPP.
Proposta de reunião
 Apresente os bons projetos institucionais realizados e as contribuições deles para a aprendizagem. Abra a discussão para novas sugestões e promova a análise de cada uma sempre de olho na intencionalidade: quais os resultados esperados? Como os pais podem se envolver? Que responsabilidades os alunos terão na organização? Essa é a melhor forma de alcançar os objetivos? Também é interessante levar para a equipe projetos realizados em outras escolas ou encontrados em bibliografia especializada (e que possam ser adaptados). Quando escolhidas as propostas, defina com o grupo os professores e gestores que farão o acompanhamento. E não se esqueça de registrar as intenções no PPP.

ORGANIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO DAS AULAS

1.  Planejar as atividades diagnósticas para primeira semana (professores da mesma disciplina que atuarão na mesma série/ano construírem em coletivo);
Alerta
 Fique atento para que os grupos mantenham foco no pedagógico e evite que o momento seja usado para disseminar ideias pré-concebidas sobre determinada turma ou aluno.




Ação para ser requisitada:

1.  Nos primeiros dias de aula, os professores devem observar alguns aspectos, para que, conhecendo os alunos e suas necessidades, elaborem seus planos de ensino de modo a contemplar retomadas ou avanços que sejam significativos. Uma ação que deverá iniciar na segunda quinzena após o início das aulas, durante o AC organizar para que os professores se dediquem ao planejamento geral da disciplina que ensinam (professores da mesma disciplina que atuarão na mesma série/ano construírem em coletivo). A equipe de gestão acompanha o trabalho como mediadora entre os colegas que vão compartilhar o mesmo plano e supervisiona os resultados.
Em Língua Portuguesa, para as séries finais do Ensino Fundamental, recomenda-se observar, por exemplo, em relação à linguagem oral, se o aluno expõe, de forma clara, suas ideias; se consegue argumentar em defesa de seu ponto de vista e se utiliza a fala de forma adequada a diferentes interlocutores e situações de comunicação.
Quanto à leitura, vale observar se o aluno compreende e é capaz de se expressar sobre o que lê; se reconhece e diferencia os diversos suportes textuais e os gêneros textuais já estudados, e quais relações estabelece com o texto literário.
Quando o foco da observação é a produção escrita do aluno, é importante verificar se escreve convencionalmente, sem marcas de oralidade e se escolhe estruturas composicionais adequadas ao tipo de texto e ao objetivo a que se propõe. É relevante verificar, ainda, se há clareza e coerência em seu texto e se consegue utilizar adequadamente os elementos coesivos.
No início do trabalho com turmas de 6º ano, é importante que os professores possam verificar se nessa etapa de escolaridade o aluno é capaz de(3):
 interagir produtivamente em situações de intercâmbio oral, ao ouvir com atenção, compreender explicações, explicar, manifestar opiniões, argumentar e contra argumentar;
 planejar e realizar exposições orais, inclusive fazendo uso de textos escritos;
 compartilhar a escolha de obras literárias, a leitura, a escuta, os comentários e os efeitos das obras lidas;
 selecionar textos para leitura, de acordo com seus propósitos e a natureza dos temas;
 demonstrar certa autonomia ao buscar recursos para compreender ou superar dificuldades de compreensão durante a leitura;
 reescrever e/ou produzir textos escritos, utilizando a escrita convencional e considerando o contexto de produção;
 revisar textos (próprios e de outros), posicionando-se como leitor crítico para garantir a adequação composicional e a correção gramatical.
O aluno deve perceber que a construção do conhecimento não é um processo estanque, com os assuntos divididos em áreas rigidamente compartimentadas. Ao contrário: todas as áreas do conhecimento podem e devem se relacionar, contribuindo para o crescimento dos alunos, como indivíduos e cidadãos conscientes e participativos.
No caso específico do inglês, é fundamental que eles percebam que têm muitas oportunidades de contato com o idioma no seu dia a dia: por meio de filmes e músicas, por exemplo, e de palavras inglesas usadas no Brasil, seja no original (“delivery”, “self-service” “skate”), seja como termos aportuguesados (futebol, pênalti, gol, hambúrguer). Além disso, o inglês é a língua mais usada na internet, à qual mais e mais alunos têm acesso, e muito importante no mercado de trabalho. Com a ajuda desse idioma, os alunos podem se comunicar com pessoas do mundo inteiro, recebendo informações sobre outros povos e falando sobre nós. O objetivo maior é aprender a conviver com as diferenças e a valorizar o que há de positivo em todas as culturas.

INICIO DAS AULAS O QUE FAZER?

Sugerimos que seja feita uma pequena reunião para conversar com os pais e responsáveis a respeito das normas de convivência da Unidade Escolar. Questões como a necessidade de se respeitar horários de entrada e saída, uso de uniforme, , a necessidade de acompanhamento e participação no processo de ensino-aprendizagem, inclusive nas reuniões bimestrais, entre outros.
É importante que pensemos também na recepção aos novos alunos, principalmente aqueles egressos do 5º ano que encontrarão um ambiente escolar novo, com características distintas daquelas a que estavam acostumados.
Sugerimos que para este grupo em especial, seja pensada uma acolhida por parte dos gestores e professores que trabalharão diretamente com o grupo. Pode-se organizar, por exemplo, uma visita a todos os ambientes que a UE oferece. Para acompanhá-los, sugerimos a formação de um comitê de recepção com alunos do último ano/série para acompanhamento e esclarecimentos sobre as normas de convivência, usos dos espaços, etc.
Na sequência, este documento apresentará, por área, uma breve conversa com os professores e algumas sugestões de atividades que poderão subsidiar os primeiros dias de aula.
PREPARANDO A ESCOLA PARA O INICIO DAS AULAS


Em março, inicia-se um novo ano letivo e muitas serão as expectativas dos alunos matriculados na Rede Municipal de Ensino e seus responsáveis.
É um momento importante para que a escola inicie ou estreite a parceria com a comunidade escolar. Assim, a escola — principalmente a equipe gestora — deve estar preparada para este importante momento: a recepção dos alunos, pais e responsáveis.
Boas-vindas bem planejadas
Como garantir a acolhida dos alunos nos primeiros dias de aula para estabelecer o vínculo com a escola
por: Cinthia Rodrigues
Dezembro de 2009

Depois de planejar com a equipe gestora, os docentes e os funcionários como será o ano na sua escola, reserve um período da semana pedagógica para organizar a recepção dos alunos na primeira semana de aula. Os professores já terão informações sobre as turmas para as quais darão aulas e isso certamente ajudará nas relações que se estabelecerão no início do ano letivo. Com todo o grupo, pense nos detalhes que farão com que os alunos se sintam acolhidos e formem (ou fortaleçam) os laços afetivos com a escola - condição importante para que a aprendizagem aconteça. A seguir, uma pauta para você discutir com a equipe:

1. Organização das salas

Antes de os alunos chegarem, combine com professores e funcionários a maneira como a sala de aula deve estar organizada. No primeiro dia, as formações circulares facilitam a integração e por isso são mais indicadas do que fileiras (que não favorecem a socialização). etárias.

2. Recepção
Decidam em conjunto o local em que cada um receberá os alunos. A sugestão é que a equipe gestora fique no portão para cumprimentar não somente as crianças e os jovens mas também os pais que costumam acompanhar os filhos à escola. Os professores podem esperar pelos alunos na porta da sala de aula. Combine com os funcionários de apoio que eles se posicionem nos corredores e em locais em que possam ajudar a informar a localização de cada classe ou ainda orientar sobre o caminho para os banheiros, o bebedouro etc. e outras dúvidas que os estudantes possam ter.
3. Apresentação em sala de aula
Reflita com os professores sobre a importância de apresentar os novos alunos aos demais antes do início dos trabalhos. Peça aos docentes que estimulem a criança a falar um pouco sobre ele mesmo, seu histórico e sua relação com os estudos. Depois, todos podem contar o que fizeram durante as férias. Os professores podem contribuir dando ideias para organizar esse momento e apresentar maneiras de fazer isso. Exemplos: cada aluno pode contar sobre algo que aprendeu nas férias, um lugar que visitou, uma história que leu ou assistiu. Entre os mais velhos, também é interessante falar dos planos que têm para o ano, o que pode incluir um curso ou uma atividade extra ou estudar para o vestibular.

4. Tutoria dos veteranos

            É comum que os alunos novos demorem um pouco para se enturmar com um grupo já formado. Para facilitar esse período, adote um sistema de tutoria em que um colega da turma que já estuda na escola há mais tempo mostre ao novato todos os departamentos, o acompanhe e oriente em relação aos procedimentos da escola e tire suas dúvidas. Esse acompanhamento pode variar de uma semana a um mês. Algumas escolas marcam o início das aulas para os novatos um ou dois dias depois do início oficial das aulas. Nesses dias, o professor dá informações sobre o novo colega que vai chegar (nome, de onde ele vem, o que fazem os pais etc.) e escolhe o aluno que fará a tutoria. Em instituições em que há grêmio estudantil, essa recepção pode ser feita por um membro da entidade.

5. Primeiro contato com cada setor
Reforce também a importância dos funcionários de apoio e administrativos serem receptivos com todos e especialmente solícitos com quem ainda não conhece as dependências e rotina da unidade. Estude a hipótese de a classe do primeiro ano - em que todos devem ser novos - fazer uma excursão pela escola com paradas em cada setor para que um responsável da área explique o funcionamento da cantina, da biblioteca, da secretaria, etc. Algumas escolas marcam o início das aulas em dias diferentes para cada três ou quatro turmas para que todos os funcionários deem atenção a chegada de todos.

6. Aulas inaugurais diferenciadas

             As primeiras aulas devem apresentar os conteúdos que serão trabalhados durante um período (bimestre, trimestre ou semestre), de acordo com o que foi planejado na semana pedagógica. Uma maneira de apresentar os projetos que serão desenvolvidos é mostrar à turma os trabalhos feitos sobre o tema em anos anteriores. Ao coordenador pedagógico, cabe orientar os professores para que façam uma avaliação inicial antes de introduzir cada conteúdo. As perguntas, quando bem elaboradas, além de dar uma noção precisa do que cada aluno sabe sobre o tema e de que ponto os professores podem avançar, servem para despertar a curiosidade e dar uma prévia do que os alunos aprenderão durante o projeto.

7. Regras bem compreendidas

             Decida com a equipe, também no final da semana pedagógica, quem apresentará o regimento da escola - e como - e em que momentos serão feitos os combinados entre professores e alunos. O próprio diretor pode ter essa função. Para isso, ele precisará ir de sala em sala, se apresentando, dando as boas vindas e explicando algumas regras de convivência já em vigor - que devem ser transmitidas de forma que os alunos entendam porque elas existem. Uma sugestão é partir dos direitos de cada um para os deveres de todos. Por exemplo: todo estudante tem direito a material didático de qualidade, para isso cada um deve cuidar bem dos livros que usará naquele ano para que eles possam ser reutilizados no próximo. É importante gastar alguns minutos com o assunto logo nos primeiros dias de aula, antes que as situações em que caberia o uso de determinadas regras ocorram. Com as regras gerais conhecidas, cada professor pode organizar com a uma turma os combinados internos. Para isso é preciso ouvir os alunos e sistematizar as discussões, chegando a normas internas para cada grupo.
É importante, também, pensar na recepção dos novos alunos, principalmente os ingressantes no 6º ano e os novatos que estarão chegando a escola, advindos de outras escolas e que encontrarão um ambiente novo, com características distintas das que estavam acostumados. Recomenda-se que, para este grupo em especial, o acolhimento seja realizado pelos gestores e professores que atuarão diretamente com eles. Pode-se organizar, por exemplo, uma visita a todos os ambientes escolares, sempre que possível, com a participação de um comitê de recepção formado por alunos do último ano/série.
No que diz respeito à Educação de Jovens e Adultos, por possuir características específicas e diversas daquelas do ensino regular, inclusive em relação à duração dos cursos, cujos termos são semestrais, é de suma importância que o professor, nos primeiros dias de aula, escute os alunos e faça um levantamento da real situação educacional e dos anseios desses estudantes para elaborar o seu plano de aula. É fundamental que todas as ações e estratégias de ensino estejam comprometidas com a efetiva aprendizagem dos seus alunos, para que, ao término do curso, estejam aptos a dar prosseguimento aos estudos e tenham maior possibilidade de inserção no mundo do trabalho. Objetivamente, um fazer pedagógico que, entre outras questões, seja acolhedor, estimulante e inclusivo, favorecendo a aprendizagem e propiciando permanência desses jovens e adultos na escola.
Além disso, é importante reforçar que, atualmente, a escola deve estar atenta a toda a diversidade de alunos, uma vez que toda a heterogeneidade social é, atualmente, atendida pela escola pública. A escola deve considerar essa diversidade como uma riqueza, e nunca como um problema, para o sucesso do processo de ensino e aprendizagem.
No momento em que se inicia o trabalho específico de cada classe, é importante identificar, dentre os alunos, os diferentes graus de conhecimento sobre determinados conteúdos e saberes. É adequado que esse processo se faça por meio de um diagnóstico criterioso, que orientará as futuras intervenções, de acordo com as características das turmas e níveis de conhecimento de cada aluno.
Complementarmente a esse diagnóstico inicial, os resultados da Avaliação da Aprendizagem em Processo também podem (e devem) ser utilizados, uma vez que essa avaliação tem como objetivo principal, instrumentalizar e nortear o trabalho da equipe gestora e dos professores, com ações de intervenções mais rápidas e pontuais, a tempo de melhorar o aprendizado do aluno no mesmo semestre letivo. Além disso, a avaliação também tem a função de embasar o corpo docente durante as Atividades Complementares.

Mudança de série
A transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, do 5º para o 6º ano e mesmo do Fundamental para o Ensino Médio costuma gerar ansiedade e incerteza. É comum que professores, coordenadores e diretores sejam bombardeados no fim do ano letivo com perguntas dos pais, que estão ansiosos sobre as mudanças na futura rotina dos filhos. "As crianças vão mudar de turma?" "Quem serão os novos professores?" "A escola ficará mais exigente?" "Vai aumentar a lição de casa?" "Como será a partir do 6º ano, com tantos professores?" "E o Ensino Médio? Ele prepara para o vestibular ou é profissionalizante?"
Soma-se a isso a sensação de insegurança de muitos alunos em relação à etapa seguinte. Alguns chegam a pedir para faltar nos primeiros dias de aula por temer o desconhecido ou o contato com os colegas mais velhos. Outros têm de se adaptar a uma escola diferente, uma vez que nem sempre as instituições oferecem todos os segmentos da Educação Básica.
Lidar com esse quadro sensível é responsabilidade da Orientação Educacional, que deve atuar na integração da comunidade escolar com o trabalho pedagógico. Cabe ao orientador gerenciar as mudanças do cotidiano, incentivando a equipe docente a elaborar estratégias que auxiliem a adaptação dos alunos às novas demandas. Não se trata apenas de definir as turmas do ano seguinte (tarefa que é muito importante), mas desenvolver ações educacionais com os estudantes e sua família para fortalecer o convívio entre todos. Esse planejamento vai ajudá-los a compreender a mudança de série como um passo para uma etapa mais complexa da escolaridade.
Uma das atividades indicadas é aproximar os estudantes da turma que cursa a série acima. É possível convidar as crianças da Educação Infantil ou do 1º ano do Ensino Fundamental para apreciar a produção dos colegas mais velhos, assistir a um seminário feito por eles e à apresentação de um trabalho ou participar de um debate. Observar os outros em situação de aprendizagem ajuda a tirar possíveis temores em relação aos "grandes", produz admiração e um tipo de identificação que estimula o desejo de crescer.
É interessante fazer um levantamento das expectativas da turma em relação ao ano seguinte e convidar os colegas mais adiantados para uma conversa. Essa estratégia costuma ser eficaz com os que estão no 5º e no 9º ano do Ensino Fundamental. Quem está cursando o 6º ano e já passou pela mudança de segmento pode relatar as experiências dando dicas aos menores. A ideia é falar sobre as maneiras de gerenciar o tempo de estudo e lidar com a diversidade de professores. Do mesmo modo, os estudantes do Ensino Médio orientam os do 9º ano quanto aos cuidados que devem ter em relação às novas disciplinas e demandas.
Outra ação bastante eficiente para despertar interesse e compromisso nessa fase de mudança é o planejamento de uma visita, a ser realizada no fim do ano, aos espaços que eles irão ocupar futuramente. Os mais velhos são convidados a atuar como cicerones dos mais novos. O (re)conhecimento antecipado dos novos professores e dos lugares de convivência e de circulação ajuda a transformar a insegurança em uma expectativa positiva. Preparar uma aula inaugural a ser dada com a futura equipe docente também é uma proposta muito bem-vinda. Esse torna-se o momento ideal para apresentar aos estudantes os objetivos e o currículo da próxima etapa. E, se a sua escola não tem a continuidade da Educação Básica, um bom caminho é construir parcerias com outras instituições.
Não podemos esquecer que todas as ações planejadas para os alunos devem estar articuladas a outras atividades, com foco na família. As reuniões de pais e toda a comunicação realizada com eles são importantes ferramentas para informar sobre eventuais mudanças na rotina dos estudantes e orientá-los no sentido de ajudar crianças e jovens a enfrentar os novos desafios pedagógicos e pessoais que terão pela frente: maior quantidade de lições de casa, mais tempo de permanência na escola, aumento no número de disciplinas ou de alunos por sala etc. Os pais podem ser orientados a gerenciar a rotina dos filhos, garantindo o equilíbrio entre o tempo destinado aos estudos e as outras atividades.
As ações educacionais que visam à adaptação e à integração das turmas no início do ano letivo, como atividades esportivas e culturais, também são bastante importantes. Vale ressaltar aqui a necessidade de dedicar atenção especial aos alunos recém-chegados, um fator que contribui significativamente para a qualidade do convívio escolar entre todos. Ao eleger colegas cicerones responsáveis por apresentar o espaço e a dinâmica da instituição aos novatos, por exemplo, você propicia o fortalecimento da integração do grupo. Se a escola contar com um grêmio estudantil, poderá convidar esse grupo para ajudar a promover atividades de aproximação.
Parece paradoxal, mas é fundamental criar diferentes estratégias que auxiliem todos os alunos (e cada um deles) a superar os desafios enfrentados ao longo da escolaridade e, ao mesmo tempo, trabalhar para que essas exigências se tornem cada vez mais complexas.

Catarina Iavelberg, é assessora psicoeducacional especializada em Psicologia da Educação.

Como orientar os professores para o início das aulas
O ano letivo está se iniciando nesta semana e é momento de pensar na organização do trabalho em sala de aula. É um processo fundamental para que os professores comecem o planejamento, obtenham dados dos alunos que estão assumindo e reflitam sobre sua rotina. Nesse momento, procuro ouvir cada docente de forma individual e planejar com ele ações específicas para sua classe, sempre com o foco na aprendizagem das crianças. Essa parceria é essencial. Minha tarefa é orientá-los na preparação do ambiente, elaborar propostas de acolhimento, realizar as primeiras atividades diagnósticas e finalizar o planejamento da rotina das crianças.
Quero dividir com vocês um pouquinho do que pretendo fazer com a minha equipe:
A preparação do ambiente
Vamos refletir sobre a organização das carteiras e dos espaços da sala de aula (cantinho de leitura, de materiais, do calendário, dos locais de exposição dos trabalhos). As paredes serão decoradas à medida que os conteúdos forem trabalhados, pois esse será o local de exposição das produções dos estudantes.
Ações de acolhimento
Apresentações são importantes nesse momento das crianças, do professor e da escola. Também é a ocasião correta de se elaborar combinados internos, ouvindo os alunos e sistematizando as discussões. Outra ação que funciona bastante é propor aulas diferentes como ouvir histórias e organizar rodas de leitura e brincadeiras.
Atividades diagnósticas
Organizar com os professores propostas que avaliam alguns conteúdos importantes: uma boa situação de escrita pelo aluno, uma resolução de problema matemático, situações de leitura. Tabular o resultado dessa avaliação inicial ajuda o docente a mapear a turma e direcionar os temas de necessidades de aprendizagens.
Planejamento da rotina
Após essa etapa inicial, a construção da rotina diária das crianças e da rotina fixa da escola devem ser abordados. Sugiro refletir sobre a organização do tempo e do espaço e alguns combinados que precisam ser feitos, como ir ao banheiro antes do sinal e encher a garrafinha d‘água. Por sua vez, o professor também precisa planejar como será seu dia a diapara que todas as suas atividades caibam na agenda.
Plano de ensino
Eleger os conteúdos do bimestre a partir do currículo da série e das necessidades de aprendizagens da turma. Como coordenadora, gosto de planejar essa etapa junto com o professor, pois definimos as principais ações, projetos, sequencias didáticas, metas, matriz curricular e as expectativas de aprendizagem das crianças. Dessa forma fico por dentro do que está acontecendo em sala de aula e o encadeamento dos conteúdos ao longo de cada ano escolar.
Essas são algumas das atividades que farão parte do meu planejamento com os professores nessa etapa inicial de trabalho na escola. E vocês coordenadores o que estão planejando com sua equipe?
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

Oriente os professores para conhecer a turma, peça que coloque no primeiro dia da escola, com o nome da disciplina e o seu nome no quadro
      Primeiramente porque você gosta de trabalhar com esta disciplina?
      Qual a importância dela na sociedade?
      Destacar a importância da disciplina no desenvolvimento da humanidade;
      O valor da disciplina para formação do homem integral;
      Mostrar como ocorrerá a avaliação e que metodologia será utilizada;
      Cause impacto nesta aula, para que a mesma seja lembrada pelo resto da vida
      Após realize uma avaliação diagnóstica

+

Língua portuguesa

LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o foco da observação é a produção escrita do aluno, é importante verificar se escreve convencionalmente, sem marcas de oralidade e se escolhe estruturas composicionais adequadas ao tipo de texto e ao objetivo a que se propõe. É relevante verificar, ainda, se há clareza e coerência em seu texto e se consegue utilizar adequadamente os elementos coesivos.
A prática de análise linguística busca a reflexão sobre o uso da língua sob dois aspectos: a decisão sobre a melhor forma de registrar as ideias, de forma clara, coerente e coesa, sem erros ortográficos e de pontuação; o outro aspecto diz respeito às classificações ou às referências às regras gramaticais.
No início do trabalho com turmas de 6º ano, é importante que os professores possam verificar se nessa etapa de escolaridade o aluno é capaz de (5):
 Interagir produtivamente em situações de intercâmbio oral, ao ouvir com atenção, compreender explicações, explicar, manifestar opiniões, argumentar e contra argumentar;
 Planejar e realizar exposições orais, inclusive fazendo uso de textos escritos;
 Compartilhar a escolha de obras literárias, a leitura, a escuta, os comentários e os efeitos das obras lidas;
 Selecionar textos para leitura, de acordo com seus propósitos e a natureza dos temas;
 Demonstrar certa autonomia ao buscar recursos para compreender ou superar dificuldades de compreensão durante a leitura;
 Reescrever e/ou produzir textos escritos, utilizando a escrita convencional e considerando o contexto de produção;
 Revisar textos (próprios e de outros), posicionando-se como leitor crítico para garantir a adequação composicional e a correção gramatical.
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(5) SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Orientações Curriculares do Estado de São Paulo. Língua Portuguesa e Matemática, Ciclo 1. São Paulo: FDE, 2008.
Diagnóstico inicial no 6º ano: o mapa do saber
Como conduzir as avaliações iniciais no 6º ano para averiguar o que a turma já aprendeu
Fernanda Salla (fernanda@novaescola.org.br). Colaborou Elisângela Fernandes

A chegada ao 6° ano é marcada por muitas dúvidas. Estudantes acostumados com um único professor multidisciplinar se deparam com diversos educadores. E os docentes, por sua vez, têm o desafio de ampliar o conhecimento dos jovens sobre disciplinas específicas. Para promover uma aprendizagem significativa, é preciso que o professor conheça bem os personagens dessa jornada anual, o que pode ser feito por meio da avaliação realizada no início do ano e repetida sempre que necessário. "Isso possibilita um amplo conhecimento da turma, dando a visão completa de cada aluno e de suas dificuldades", diz Jussara Maria Lerch Hoffmann, mestre em Avaliação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenadora da Editora Mediação.
Esse processo tem a função de levantar o que os estudantes sabem e como resolvem as situações-problema. "Também é interessante usar esse momento para tentar traçar um perfil da criança. Afinal, não conseguimos ensinar quem não conhecemos, e a história de vida contribui para a trajetória escolar", afirma Janssen Felipe da Silva, docente da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Segundo o pesquisador norte-americano David Paul Ausubel (1918-2008), os conhecimentos prévios são pontos de ancoragem para que os novos aprendizados façam sentido. "Isso é essencial para uma aprendizagem significativa, que é construída e se mantém durante toda a vida", explica Rosália Maria Ribeiro de Aragão, professora aposentada da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O docente é quem faz a mediação entre os saberes da criança e o conteúdo a ser apresentado e colabora para respaldar ou complementar uma ideia que o aluno apresenta.
Existem várias maneiras de fazer um diagnóstico: propor problemas, formar rodas de conversa, solicitar a produção ou interpretação de textos, entre outras. Cada disciplina e conteúdo tem suas particularidades. Essas práticas não são restritas ao início do ano e devem ser feitas sempre que surgir um assunto novo. Com elas, você pode obter dados objetivos e observar quais hipóteses o estudante já elaborou em seu processo educativo.
 É comum os professores focarem a avaliação no que não foi aprendido, mas uma boa sondagem procura ressaltar o que a criança sabe, independentemente da escola. "O estudante leva para a sala o conhecimento que obtém no mundo", lembra Rosália. Ainda que receba a mesma formação, cada um é único.
 Em muitos locais do Brasil, a mudança de ciclo gera a troca de escola, pois as redes municipais e estaduais dividem a formação. Isso pode fazer com que a diferença entre o que cada aluno já aprendeu seja muito grande. Por isso não dá para impor um programa fechado. Com o diagnóstico é possível identificar as individualidades e usar as diferenças para proporcionar o avanço de toda a classe.
No fim das atividades didáticas, o levantamento volta a ganhar importância. Ele deve ser confrontado com os resultados obtidos pela garotada. Comparar esses dois dados é o que permite saber quanto cada aluno evoluiu e, ao longo do ano, diminuir as dúvidas existentes no primeiro dia de aula. 
Língua Portuguesa
É essencial fazer a sondagem das capacidades de leitura e escrita, pois muitas vezes os alunos não desenvolvem o aprendizado de outras disciplinas por falta dessa compreensão. Avalie questões de gramática, organização textual e ortografia, que ainda é uma dificuldade grande de parte dos estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental.
Exemplo de conteúdo Produção de texto.
O que você precisa saber Como está o domínio sobre os padrões de escrita e aspectos discursivos.
Como avaliar Proponha uma situação de produção de texto. Você pode solicitar a reescrita de uma história conhecida ou ler um conto e pedir que os estudantes reescrevam o final. É importante explicar que a atividade será essencial para você fazer o planejamento das aulas seguintes e ajudar a turma a avançar nessa linguagem. Verifique questões de pontuação, uso de maiúsculas e minúsculas, ortografia (troca de letras, interferência da fala na escrita etc.) e regras de concordância nominal e verbal, além de aspectos relacionados ao gênero trabalhado. Veja quais são os erros que mais aparecem e planeje suas aulas de forma a trabalhar primeiro os mais comuns, sem deixar de lado as dificuldades individuais. 

Matemática


Há diversos conteúdos que podem ser avaliados no 6° ano: escrita e leitura de números, compreensão de gráficos e tabelas, resolução de problemas e estratégias de cálculo. O ideal não é levantar tudo o que os alunos sabem de uma só vez, e sim planejar uma atividade específica para cada tema no início do trabalho com ele.
Exemplo de conteúdo Resolução de problemas.
O que você precisa saber Quais procedimentos os estudantes utilizam para resolver problemas que envolvam as diferentes operações e se eles identificam os cálculos a empregar em cada caso.
Como avaliar Selecione uma questão para cada tipo de operação que deseja avaliar. Por exemplo, para checar se a turma resolve problemas de divisão que envolvem a análise do resto, apresente o seguinte enunciado: "Quantos ônibus são necessários para transportar 237 pessoas em veículos com capacidade para 32?" Já a adição pode ser avaliada com este desafio: "Pedro participou de duas partidas de um campeonato. Na primeira, perdeu 24 pontos. Na segunda, não se lembra do que aconteceu, mas sabe que no fim ficou com 10 pontos. O que ocorreu na segunda partida? Pedro ganhou ou perdeu? Quantos pontos?" Não revele as operações envolvidas e peça que os estudantes registrem suas estratégias para ver o que pensaram. Mais do que verificar se eles dominam a técnica operatória, você pode observar se entendem o enunciado e quais conhecimentos utilizam para chegar à resposta final.

Ciências

Espera-se que ao chegar a essa fase os estudantes saibam descrever fenômenos observáveis a olho nu, classificar fatos por critérios funcionais e verificar suas hipóteses individuais. Uma situação possível para avaliar os conhecimentos deles é o experimento. Ele possibilita que você confira diferentes questões ligadas à investigação científica, como a capacidade de descrever um fenômeno.
Exemplo de conteúdo Estados físicos da água.
 O que você precisa saber Se a garotada sabe que gelo, água líquida e vapor d'água são a mesma substância em três estados físicos diferentes.
 Como avaliar Separe a turma em grupos e peça que cada um anote no caderno suas conclusões sobre a atividade que será realizada. Posicione dois copos sobre cada mesa. Em um deles, peça que coloquem água à temperatura ambiente e no outro bastante gelo e só um pouco de água, até que o nível seja igual nos dois recipientes. Pergunte em qual há mais água. Aqueles que veem a água somente como sendo algo líquido provavelmente dirão que a quantidade é maior no copo à temperatura ambiente. Aguarde alguns minutos até que o vapor d’água comece a se condensar na parte de fora do copo com gelo, formando gotas. Pergunte de onde vem essa água. Os que não entendem a existência de vapor e que ele pode se condensar na superfície de objetos gelados podem indicar que a água que se forma do lado de fora do copo veio de dentro dele.

Durante as primeiras séries do Ensino Fundamental, são abordados temas ligados à construção da identidade, à história local e à formação do povo brasileiro. A avaliação inicial na área deve contemplar situações que privilegiem a observação e a capacidade crítica. Podem ser propostas a elaboração de quadros comparativos, a análise de imagens e a resolução de situações-problema.
Exemplo de conteúdo Percepção histórica e noção de temporalidade.
O que você precisa saber O que os educandos entendem por história e por processo histórico.
Como avaliar Peça que cada um escreva o que entende por história e observe se todos conseguem ver os fatos como parte de um processo histórico. Leve quatro trechos de documentos: a carta de Pero Vaz de Caminha (1450-1500), a Lei Áurea, uma notícia nacional de poucos anos atrás e uma reportagem do jornal do dia. Leia em voz alta e promova uma conversa sobre os materiais. Pergunte: "Quais dos textos vistos exibem fatos históricos? Quando eles ocorreram?" Caso as crianças respondam que somente os dois primeiros textos tratam de fatos históricos, isso pode evidenciar que há o entendimento de que a história é algo antigo ou ligado apenas a personagens conhecidos.
Geografia
Quando chegam ao 6° ano, os estudantes se deparam com processos e conceitos mais teóricos dessa disciplina que são novidade para eles. A sondagem inicial é especialmente importante nesse momento. É preciso levar em consideração que muitas vezes a criança sabe determinados assuntos, mas não domina o vocabulário da área. Para avançar no aprendizado dessa disciplina, a garotada precisa articular relações entre as situações e os locais estudados com outras escalas (local, regional, nacional, mundial). Os lugares estudados não devem ser vistos de forma isolada.
Exemplo de conteúdo Noções cartográficas.
O que você precisa saber Como a garotada representa cartograficamente o que observa em um lugar.
 Como avaliar Peça que a turma faça um mapa com o que se lembra da escola, acompanhado da descrição e dos dados considerados importantes. Verifique se os alunos usam elementos cartográficos, como legenda, título e indicações de escala, e também se fazem a representação na vertical (olhando de cima) ou na horizontal (como se o espaço fosse visto de frente). Isso mostra se eles já compreenderam a questão da perspectiva e a noção de proporcionalidade. Além disso, é importante que o mapa esteja articulado com a observação da paisagem, diferenciando elementos naturais daqueles que já tenham sido modificados.

Educação Física
Adaptar a prática à realidade dos alunos e seus conhecimentos prévios é um grande avanço para essa disciplina, pois antigamente ela lidava com a turma de maneira homogênea. Todos eram tratados da mesma forma e aqueles que não tinham determinada habilidade acabavam desmotivados. Como a área está muito ligada à linguagem corporal, é importante ver o que as crianças e os jovens sabem fazer e de que forma.
Exemplo de conteúdo Beisebol.
O que você precisa saber As noções que os estudantes têm sobre o esporte.
Como avaliar A disciplina tem como característica ser voltada para a prática. Sendo assim, os momentos de conversa não devem se estender. Além disso, é preciso qualificar esse tempo, com perguntas objetivas: "Conhece o jogo? Quais são os materiais usados?" Depois, articule a teoria com a experimentação. Ao perguntar para o aluno o que ele sabe sobre o beisebol (que pode ser contemplado na proposta curricular dessa fase da escolaridade), muitas vezes ele tem mais dificuldade em explicar com palavras do que em jogar. A observação é essencial e para que ela seja avaliativa você deve ter uma matriz com o que quer verificar. Vale pedir também à garotada que faça uma conexão com a realidade, questionando se seria possível jogar o esporte na escola e que adaptações precisariam ser feitas.
  Língua Estrangeira
O ensino dessa disciplina não é obrigatório antes do 6° ano. Então, muitos chegam a essa fase sem ter aprendido oficialmente um idioma. Mas isso não quer dizer que o contato deles com inglês e espanhol seja nulo. No caso do inglês, há muitas palavras que já foram incorporadas ao nosso vocabulário, principalmente as ligadas à tecnologia, como power, escrita em botões de ligar e desligar dos aparelhos eletrônicos. Como o espanhol é muito próximo do português, a garotada já faz hipóteses sobre ele. Geralmente há uma diversidade grande de saberes em uma mesma classe e é preciso levantá-los para planejar aulas que atendam a todos.
Exemplo de conteúdo Leitura.
O que você precisa saber A compreensão que a sala tem de textos e a capacidade de encontrar informações nele.
Como avaliar Selecione dois tipos de texto, mas que sejam simples - por exemplo, um anúncio de um filme e outro de um produto. Faça perguntas que exijam a capacidade de encontrar as respostas no material, como: "A que horas é o filme?" e "Quanto custa o produto anunciado?" As perguntas devem ser diretas para avaliar a capacidade leitora. Questões que precisem de uma resposta dissertativa podem atrapalhar a avaliação dessa habilidade, pois há o risco de o aluno entender o texto e a pergunta, mas ter dificuldade em elaborar uma resposta completa.

  Arte

Há muita diferença no currículo da disciplina entre as escolas espalhadas pelo Brasil. Dentro dessa área, há várias linguagens - música, dança, teatro e artes visuais - e, muitas vezes, o ensino fica à mercê do professor, que, se é especialista em uma delas, pode acabar dando mais ênfase a ela. Por isso, uma boa avaliação diagnóstica deve levar em conta o repertório dos alunos sobre o tema a ser trabalhado. Tome cuidado para não avaliar o resultado das produções com critérios estéticos da arte adulta. Considere as possibilidades de desempenho deles dentro da faixa etária em que estão.

Exemplo de conteúdo Percurso de criação pessoal em artes visuais.
O que você precisa saber Se as crianças repetem sempre as mesmas produções ou se têm um percurso de criação desenvolvido.
 Como avaliar Proponha que a classe faça trabalhos de autoria, usando diferentes técnicas artísticas para expor suas ideias, como pintura, escultura, desenho e colagem. Você pode propor isso regularmente para identificar se a turma rompe estereótipos quando está em atividades de criação. Veja, por exemplo, se as crianças fazem sempre o mesmo desenho ou se desenvolvem versões diferentes de um mesmo objeto. Para acompanhar a evolução, mantenha um portfólio de cada um. Assim fica mais fácil avaliar que competências já foram desenvolvidas e propor novos desafios.
Esses dados valem ouro
As informações que estão na sua secretaria ajudam a definir as ações e metas educacionais
Dados escolares familiares ao dia a dia do gestor, como os referentes à avaliação, movimentação e situação do aluno - geralmente requisitados anualmente pelo Ministério da Educação e pelas secretarias de Educação -, são bem mais do que simples levantamentos numéricos. Quando olhados com atenção, eles se transformam em instrumentos valiosos para detectar problemas, definir encaminhamentos, analisar variáveis e definir metas. A semana pedagógica é uma excelente oportunidade para a equipe discutir e analisar esses números (leia reportagem).
Se num ano muitos alunos deixaram a escola ou ficaram retidos, é preciso fazer alguns questionamentos e verificar quais as possíveis variáveis do cotidiano escolar que justificam esse número. O passo seguinte é planejar as ações que devem ser implementadas antes de o problema se agravar e as que evitarão que ele aconteça no futuro. Para mostrar como usar essas tabelas, Roberta Panico, coordenadora pedagógica do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac) e consultora de NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR, fez uma simulação dos índices de uma unidade que atende alunos da primeira etapa do Ensino Fundamental (leia quadro abaixo). Ela levantou questões que a equipe gestora pode fazer com base neles e os possíveis caminhos que a equipe gestora pode trilhar. Dica geral: se os números analisados isoladamente parecerem pequenos ou irrelevantes, transforme-os em porcentagem. Você verá como eles revelam a situação da escola e tornam visíveis os problemas, facilitando a tomada de decisão (como no segundo quadro, que traz uma parte de uma tabela de turmas da segunda etapa do Ensino Fundamental).
Dez questões para pensar
Cleuza Acosta
 Os números são instrumentos que levam à reflexão sobre diversas questões. Aqui, alguns pontos que podem ser analisados pela equipe gestora:
1 É importante comparar os resultados dos alunos de uma mesma série e perguntar: há uma divisão desigual de turmas (classes "fortes" e "fracas"?) Qual sala reprova mais?
2 Os alunos estão evadindo ou pedindo transferência? Será que os pais estão insatisfeitos? A comunidade passa por problemas?
 3 De que maneira você e a equipe gestora podem contribuir para elevar o índice geral de aprovação? Será que falta acompanhar mais de perto o desempenho dos alunos ou o trabalho de professores e coordenadores?
 4 Há necessidade de montar grupos de apoio para os alunos com mais dificuldade de aprendizagem?
 5 Os professores do 5º ano estão considerando que na próxima etapa da escolaridade as crianças passarão por diversas mudanças e é necessário prepará-las para que não caiam nas estatísticas de reprovação e evasão ao passar por essa transição?
6 Que ações pedagógicas podem ser implementadas nas últimas séries da primeira fase do Ensino Fundamental de modo a facilitar a adaptação dos estudantes ao segmento seguinte?
7 Qual é a disciplina que mais impacta os índices de reprovação? Não seria o caso de reunir os professores e planejar uma nova abordagem?
8 Ao longo dos anos, a evasão pode estar relacionada a dificuldades de adaptação às novas situações que os estudantes encontraram pelo percurso?
9 Que metas podem ser traçadas e implementadas para melhorar os índices globais no próximo ano?
10 Você, diretor, está olhando os números da tabela adequadamente ou apenas por burocracia?

PLANEJE SUAS TAREFAS PARA NÃO SER O “FAZ TUDO” DA ESCOLA

Muitas funções são importantes na escola, mas considero a minha, de coordenadora pedagógica, uma das principais. A qualidade do processo de ensino e aprendizagem, fundamental para o sucesso dos alunos, depende da minha atuação.
Para fazer essa função realmente funcionar é preciso rotina, prazo, tempo e planejamento. Percebi que, de vez em quando, acabo virando um “coordenador bombeiro”, aquele que fica o tempo todo resolvendo o que aparece de imediato, apagando incêndios pela escola e atendendo emergências, e que, quando termina o dia, acaba tendo a sensação que não fez nada do que deveria.
Isso acontece quando não planejo minha rotina e minhas ações mensais, ou seja, quando não tenho um cronograma a cumprir. Assim que passei a me organizar, comecei a dividir as ações fixas semanais e aquelas que serão desempenhadas a partir da necessidade do trabalho junto com o professor. Ao fazer isso, meu trabalho mudou e aos poucos fui me adaptando à realidade da escola em que trabalho. Tudo é previsto mensalmente, facilitando o meu trabalho diário.
Na minha rotina de ações fixas estão:
– Planejamentos e supervisão das ações dos professores,
– Atendimento a pais,
– Observação de sala de aula,
– Reunião com a gestão da escola,
– Momentos para estudo pessoal,
– Pesquisas para serem tematizada com os professores,
– Análise dos resultados dos alunos e rendimentos obtidos nas avaliações,
– Organização de pauta e materiais para as reuniões pedagógicas
– Realização de reuniões com a equipe.
Com uma rotina intensa, o tempo todo tento ficar ligada na questão: quais estão sendo minhas contribuições aos professores e alunos? Respondendo a esta pergunta consigo perceber que ações vão impactar na melhoria e qualidade do trabalho pedagógico em sala de aula e como posso melhorar cada vez mais a prática do professor da minha escola.
Além de conhecer, é importante que eu imponha meu papel, então também preciso compartilhar com toda a equipe escolar que ações serão realizadas por mim no dia a dia. A partir deste momento minha função começa a ser assumida de fato na escola.
Às vezes o excesso de ações e tarefas atribuídas a nós, coordenadores pedagógicos, está entre os motivos que nos impedem de desempenhar bem o nosso papel. O meu dia a dia me leva a fugir da rotina e se eu não tiver claro qual é a minha função, vou passar a ser reconhecida como “faz tudo”, apagadora de incêndios ou aquela que auxilia os professores e cuida de outro monte de coisas.
E vocês coordenadores o que pensam sobre estas reflexões e como desenvolvem o seu papel na escola?
Eduarda
SETE DICAS PARA LEVAR O CINEMA BRASILEIRO PARA A ESCOLA

Criado em 26/07/14 12h32 e atualizado em 26/07/14 15h51
Por Marina Lopes Fonte:Porvir
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Desde o dia 27 de junho, o uso de recursos audiovisuais passou a ser obrigatório em escolas da educação básica de todo o país. Uma nova regra, que passou a integrar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, determina a exibição de filmes nacionais por, no mínimo, duas horas mensais, como componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola. Para contribuir com o cumprimento da legislação, o Porvir conversou com especialistas em audiovisual e educação para reunir algumas dicas de como trabalhar o cinema na sala de aula.
O uso de filmes na escola pode ser um elemento importante para trabalhar outros formatos e linguagens com os alunos. Segundo a doutora em ciências da comunicação Cláudia Mogadouro, pesquisadora do Núcleo de Comunicação e Educação da USP, ainda existe na escola um descompasso muito grande entre a cultura letrada e a cultura audiovisual.
Para Djalma Ribeiro Junior, doutorando em educação e técnico de laboratório audiovisual da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), a lei é importante para trazer à tona o debate sobre a importância do audiovisual na educação. “A proposta é interessante, mas deve ser olhada em uma perspectiva mais ampla. Os filmes não podem ser usados apenas para cobrir horários de aula. Eles precisam estar integrados na proposta pedagógica escolar”, destacou. Confira algumas propostas que o Porvir reuniu com base nas conversas com os especialistas:
1. É fundamental fazer o planejamento da atividade 
Antes de exibir um filme para os alunos, é necessário realizar um planejamento. Segundo Cláudia Mogadouro, é importante que o professor escolha uma obra que leve em conta o repertório dos alunos. Em alguns casos, o educador deve preparar uma aula introdutória para que a classe consiga ter uma compreensão maior sobre o contexto do filme.
2. O tempo da aula deve ser levado em conta durante a escolha do filme
De acordo com Ribeiro Junior, o professor precisa escolher um filme que se encaixe no seu horário de aula. Em muitos casos, os curtas podem ser uma boa alternativa. No entanto, para a pesquisadora do Núcleo de Comunicação e Educação da USP, os longas também podem ser exibidos com um planejamento adequado. Segundo ela, alguns filmes têm conteúdos interdisciplinares que podem ser trabalhados durante diferentes aulas.
Se o tempo não for suficiente, o professor pode dividir o conteúdo em duas aulas ou apenas selecionar alguns trechos. No entanto, para fazer isso ele deve prestar muita atenção. “Alguns filmes podem ser cortados; outros, não”, advertiu Cláudia, ao destacar que existem casos que necessitam a exibição da obra completa para não perder a unidade do roteiro. Em histórias que envolvem suspense, por exemplo, uma quebra pode ser prejudicial.
3. A exibição deve ser acompanhada de um debate
Após exibir o filme, uma boa sugestão é fazer uma discussão sobre a obra com os alunos. “O debate é fundamental para a construção do conhecimento”, defendeu a doutora e pesquisadora Cláudia Mogadouro. Se não sobrar tempo para realizar esse debate, o educador pode levantar algumas questões de reflexão e retomar o conteúdo na próxima aula.
Para técnico de laboratório audiovisual da UFSCar, o debate não precisa envolver apenas questionamentos relacionados ao conteúdo do filme. Ele pode estabelecer relações com as matérias trabalhadas em sala de aula. Além disso, também é possível usar a obra para fazer uma discussão sobre a própria linguagem audiovisual, observando a estrutura narrativa, construção do roteiro, cenas e planos de filmagem.
4. As obras audiovisuais podem proporcionar releituras
“O filme é uma obra que tem muitas camadas de leitura. Ele pode ser utilizado para trabalhar com uma série de desdobramentos”, apontou Cláudia. Dentro dessa perspectiva, os educadores podem propor atividades como a reprodução de cenas do filme e a criação de trabalhos de artes plásticas.
Baseado em experiências dos projetos desenvolvidos pela UFSCar dentro de escolas da região, o pesquisador Ribeiro Junior também apontou a possibilidade dos alunos produzirem seus próprios conteúdos audiovisuais. “Isso representa uma forma dos estudantes se apropriarem da linguagem audiovisual”, pontuou. “A participação pode contribuir para a formação de uma visão mais crítica.”
5. A escolha dos filmes deve levar em conta a classificação indicativa
Antes de exibir um filme, os professores devem olhar a classificação indicativa e observar se o conteúdo está adequado para a faixa etária dos seus alunos. Segundo Cláudia, isso também é um instrumento de segurança para o educador. Caso os pais façam alguma reclamação sobre o filme, o professor tem  como afirmar que usou os parâmetros de classificação etária do Ministério da Justiça.
6. As atividades não devem adquirir o peso de uma obrigação
As atividades propostas pelos professores não devem criar nos alunos experiências traumáticas com os filmes. Em nenhum momento a atividade deve adquirir o peso de uma obrigação. ”Se você apresentar a proposta como um dever de casa, assistir o filme se torna uma tarefa chata”, afirmou Cláudia. Segundo ela, quando o professor pede uma redação sobre a mensagem do filme, por exemplo, ele acaba limitando o aluno de dar a sua opinião e o seu ponto de vista sobre a obra, pois isso passa uma ideia de que só existe uma resposta correta.
“Cada um vai sentir o filme de forma diferente. O audiovisual é polissêmico”, explicou. De acordo com ela, antes de propor qualquer atividade é ideal fazer um debate para mostrar para os alunos que cada um pode ter uma opinião diferente sobre o filme e que existem muitos caminhos para entender a obra.
7. As sessões de cinema também podem ser realizadas fora do horário de aula
Além da exibição de filmes nos horários de aula, Djalma Ribeiro Junior também mencionou a possibilidade dos professores se organizarem para desenvolver projetos de cineclubes na escola. Segundo ele, esses projetos ajudam a criar um ambiente de diálogo que incentiva o interesse dos alunos. Eles podem selecionar diversas obras para exibições e discussões dentro da escola. Esses projetos também podem ser abertos para toda a comunidade, integrando pais e moradores locais.
Para saber mais
Para os professores que desejarem buscar mais informações sobre o tema, podem ser consultados alguns sites como: Porta Curtas, Portal do Professor, Tela Brasil, Cineduc, Net Educação e Cinead

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