terça-feira, 25 de outubro de 2016

Oficinas que constroem a paz



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Se a paz se aprende, então é importante criar espaços onde os jovens possam vivenciá-la, contrapondo com a agressividade que, muitas vezes, prevalece nas relações.
 Artigo publicado no jornal Mundo Jovem, edição nº 355, abril de 2005, página 3.
Oficina 1
  • Objetivo
Sensibilizar para a compreensão de que paz se aprende e se constrói na ação e numa reflexão dialógica conflitiva.
Atividades

Integração: Técnica do Nome e Predicado: sentados em círculo, cada participante diz o seu nome e um predicado com a letra inicial de seu nome representando algum aspecto de sua personalidade, devendo usar a frase “bom dia, fulano (repete o nome e o predicado do colega ao lado) eu sou...
Sensibilização: Cada integrante do grupo deverá responder numa ficha a pergunta “o que é paz?” Divididos em pequenos grupos, trocarão suas fichas e deverão chegar a um conceito de paz que deverá ser escrito numa folha e socializado para todos.

Aprofundamento: Leitura de breve texto (justificativa do projeto) no grande grupo. Socialização dos destaques dos participantes e pontualizações do facilitador retomando os diferentes conceitos de paz socializados pelos grupos na sensibilização: “Nunca se falou tanto em ‘paz’ como nos dias de hoje e os motivos para este despertar são conhecidos e vividos diariamente por todos. A violência direta, aquela visível e explorada pela mídia, nunca esteve tão presente como neste início de século. Contudo a violência não é um fenômeno causado por alguns poucos indivíduos que nasceram com o germe para o crime e a marginalidade. Vivemos numa sociedade culturalmente violenta. Colocando a violência como algo cultivado, afirmo, portanto, que a violência não é algo natural, não faz parte da natureza humana e é um instrumento aprendido culturalmente para solucionar conflitos. Assim se aprendemos ao longo da nossa existência a resolver as desavenças através da agressão, direta ou indireta, podemos também aprender novas maneiras de resolução de conflitos. A paz sob esta nova perspectiva nega um caráter de estado de espírito de harmonia passiva, sendo compreendida como movimento, ação, instrumento político em direção a relações de igualdade e justiça.”

Síntese: Os participantes no grande grupo deverão voluntariamente escrever no papelógrafo um acróstico (escrever a frase na vertical e fazer uma frase ou verso com cada uma das letras) com a expressão “cultura da paz” representando o conceito de paz estudado durante a oficina.
Oficina 2
  • Objetivo
Reconhecer as diferentes faces da violência e as suas possíveis causas.
Atividades
Integração: Técnica do Nó Humano: o grupo forma um círculo e dá as mãos. O facilitador solicita que todos memorizem a pessoa que está à sua direita. Após a memorização, todos devem andar livremente pela sala e parar ao sinal do facilitador. Movendo-se o menos possível, deverão dar a mão direita ao colega que estava à sua direita anteriormente, formando assim um grande nó humano. O facilitador lançará, então, o desafio: voltarem ao círculo inicial sem soltar as mãos e de uma maneira não-violenta. Discussão sobre os sentimentos durante a técnica, a semelhança deste nó com as relações humanas e as diferentes posturas durante o desarme do nó.
Sensibilização: Sentados em círculo, cada aluno deve escrever numa ficha uma situação de violência. As fichas serão misturadas e redistribuídas entre os participantes. Cada um lerá a ficha do colega e deverá fazer algum comentário sobre a situação (se é comum, se já aconteceu com alguém que conhece etc.).
Aprofundamento: No centro do círculo o facilitador coloca folhas com a descrição de situações de violência direta e indireta descritas, sendo uma situação em cada folha. Alguns voluntários serão convidados a separar as situações violentas das não-violentas. Serão estimulados a discutir sobre as situações até chegarem à conclusão de que todas representam algum tipo de violência. Pontualizações do facilitador sobre os diferentes tipos de violência existentes e as suas consequências. Questionamento para o grupo sobre o tipo de violência que comumente reconhecemos e é apresentado pela mídia e se somente este é causador de prejuízos para a humanidade.
Síntese: Em pequenos grupos os participantes deverão escrever uma breve síntese do que aprenderam durante a oficina a respeito da violência e da paz, e das formas de se lutar pela paz.

Eveline Maria da Costa - professora de Filosofia na Rede Municipal de Porto Alegre. Oficineira da ONG Educadores para a Paz. Endereço eletrônico: evelinda@terra.com.br
Artigo publicado no jornal Mundo Jovem, edição nº 355, abril de 2005, página 3.

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