PROPOSTA DE PLANO DE AULA – LINGUA PORTUGUESA
PLANO DE AULA – ESSE
ANO VOU VOTAR (este plano para quatro aulas – constará:
1- Introdução/motivação
em língua portuguesa,
2- Transversalidade:
cidadania – pleito;
3- Simulação do pleito-
e poderá também envolver toda a escola e se tornar um projeto)
Nível de Ensino- Ensino Fundamental II
Tema Curricular - Cidadania e cultura no mundo contemporâneo –
Língua Portuguesa: gênero literário; estrutura do texto; conteúdos gramaticais;
reconto através da n construção de uma peça teatral ou dramatização da trama
contida na crônica.
Nesta aula, as questões, poderão ser trabalhadas também, como cidadania,
direitos humanos, organizações políticas, de acordo com o nível de conhecimento
prévio dos alunos sobre os temas em referência.
O que o aluno poderá aprender com esta aula:
1-Tema Transversal: Cidadania
Compreender o conceito de democracia;
Refletir sobre o exercício da cidadania e sua relação com o processo
democrático;
Participar de um processo eleitoral através de uma simulação
2-Língua Portuguesa: Gênero Literário: Crônica; principais elementos
estruturais de um texto: introdução, desenvolvimento, conclusão; elementos de
um diálogo; construção de uma peça teatral á partir do texto ou a simulação da
trama sugerida na crônica a ser trabalhada; gramática (conteúdos em pauta)
3-Duração das atividades -3 a 4 aulas de 50 minutos
Desenvolvimento
Estratégia de Motivação:
Cada aluno recebe o texto impresso da crônica de Fernando Veríssimo “O
Pleito”
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O Pleito
Luís Fernando Veríssimo

_Saco.
_Pare, André. É preciso candidatos. Quem quer ser candidato? Muito bem.
Você... você não, André, e você... Cada candidato diz o que pensa em fazer se
for eleito. Quem conseguir convencer o maior número de pessoas a votar nele
ganha. Vamos começar por você. Carlos Eduardo. Se você fosse eleito, qual seria
a primeira coisa que faria?
_Acabava com o colégio.
_Não assopre, André. Fale Carlos Eduardo.
_Dava dinheiro pros pobres ahn... construiria mais hospitais, mais escolas
e uma sorveteria lá perto de casa.
_Carlos Eduardo, um candidato não pode pensar nos seus interesses. Tem
de pensar nos interesses de todos. Mas está bom o seu programa de governo.
Melhor distribuição de renda, mais atenção à saúde e à educação. Ótimo. E você
Rita?
_Meus amigos...
_Não precisa subir na mesa. Fale do chão mesmo.
_Meus amigos! Se eleita, resolverei todos os problemas do Brasil!
_Como, Rita? Você tem que ser mais específica.
_Eu ainda não tenho um plano, mas na hora me dá um estalo. Eu sei que
dá.
_Muito bem. A Rita é o tipo de candidato que não tem um programa e em
quem você confia ou não confia. Vocês é que vão decidir. E você, Otávio? Faça
seu discurso.
_Brasileiros e brasileiras!
_André fique quieto. O Otávio, André!
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_Bom eu representarei vocês no governo. O que vocês quiserem eu farei.
_O Otávio é outro estilo de candidato. Então vamos ver. O Carlos tem um
programa de governo, a Rita diz que ela, na hora resolve tudo, e o Otávio diz
que fará o que pedirem. Vamos votar. Cada um escreve neste papelzinho o nome do
candidato, depois coloca nesta caixa. André, distribua os papeizinhos, por
favor. Se isto fosse uma eleição de verdade estas seriam cédulas, e isto, uma
urna. Cada um vota de acordo com as suas convicções.
_Como se escreve “MacDonalds”?
_Isso é sério, André. Vamos ver quem ganha.
_Primeiro o Otávio, segundo a Rita, terceiro o Carlos Eduardo.

_Fiz uma pesquisa enquanto distribuía os papeizinhos.
_Podem parar de votar.
_Porque, professora?
_Não tem mais graça.
Todos concordaram que as pesquisas estragam tudo e ninguém falou com o
André pelo resto do dia. Apesar de ele acusar todo mundo de ser contra a
ciência
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Após a leitura silenciosa do texto, proceder com a turma:
1-A leitura do texto pelo professor, com as devidas entonações, para
melhor compreensão do do texto.
2-Leitura individual por alguns alunos de acordo com a rotina que o
professor tem, em sala de aula, de exercícios de leitura.
3-Interpretação do texto. (pergunte aos alunos)
. Quem participa da história?
. O que acontece na história?
. Quem conta a história?
. Onde a história se passa?
. Quando essa história se passa ou é contada?
. É um fato que acontece na vida real?
4-Provoque os alunos:
Neste momento, a professora vai proceder a compreensão do vocabulário,
pedindo que os alunos apontem as palavras que não conhecem.
Descobrir o conhecimento prévio sobre eleições, formas de
governo, programa de governo dos candidatos (plataforma política), a
importância do voto, (cidadania), voto em branco, voto nulo, pesquisas,
pesquisas de boca de urna – provocando a exposição de conhecimentos, do senso
crítico, valores, e interesses em relação ao tema central da crônica, pois a
partir daí o professor fará o planejamento sobre o tema transversal, enquanto
trabalha os conteúdos já planejados em língua portuguesa.
Identificação dos principais conceitos em relação ao PLEITO – como
exercício´cicio da cidadania, dividindo a turma em grupos ( 7 grupos com o
máximo de 4 alunos)e distribuindo fichas impressas : PLEITO – PROGRAMA DE
GOVERNO - VOTO NULO – VOTAÇÃO – PESQUISAS- os grupos vão identificar no
texto os conceitos solicitados nas fichas e apresentarem à turma, o último
grupo fará a conclusão ( sempre em cada apresentação o professor fará
intervenções e provocações de conhecimentos)
5-Identificação dos aspectos textuais – introdução – desenvolvimento –
clímax – conclusão.
6-Gênero literário:
A crônica enquanto estilo literário: Ligada à vida quotidiana; Narrativa
informal, familiar, intimista; Uso da oralidade na escrita: linguagem
coloquial; Sensibilidade no contato com a realidade; Síntese; Leveza; Diz
coisas sérias por meio de uma aparente conversa fiada; Uso do humor; É um fato
moderno: está sujeita à rápida transformação e à fugacidade da vida moderna.
Enfim, é uma história do dia-a-dia, com uma pitada de humor, transformada em
textos maravilhosos aí, o humor faz com que fique mais interessante.
Essa é uma característica bem marcante do Luís Fernando Veríssimo
Gramática: o professor vai usar o texto para trabalhar; pontuação ( no diálogo,
por exemplo) e os aspectos gramaticais já em desenvolvimento.
Reconto -colocar em discussão as atividades, enfatizando a sua importância:
- simulação de um pleito eleitoral –
- Atividade extra classe: será solicitado que se manifestem no mínimo 3 (três) candidatos à prefeito(de seus municípios), pesquisem as necessidades da população e apresentem seus programas de governo ( para serem apresentadas na próxima aula e começar a propaganda política à turma ou à escola se for um projeto que envolva toda a escola.
2ª Aula – Tema Transversal – Cidadania: direito de escolher seus governantes
Subsídio ao professor:
Conceituar cidadania e democracia– na linguagem que os alunos possam identificar no seu papel na sociedade.
“...o exercício da cidadania compreende a totalidade dos direitos que o indivíduo tem de desempenhar nas mais diversas funções no tecido social, do ponto de vista individual e social. No cotidiano de cada um, seja criança ou adulto, o conhecimento dos direitos, o reconhecimento dos deveres, a adesão legítima às riquezas das necessidades (mesmo as sociais, culturais e políticas) garantem o princípio de liberdade de cidadania. Isso confere ao cidadão o direito de escolher seus amigos, brinquedos, diversão, o seu emprego, a mulher com quem vai se casar, o número de filhos, o médico que ele vai frequentar, o partido político ao qual vai aderir, as concepções de Estado e sociedade para as quais vai destinar o seu voto, o lugar que ele vai ocupar na sociedade.”Paulo Freire (2007b, p. 30-31):
A educação para a cidadania, deve ser resultante de uma consciência crítica de um sujeito ativo e participativo na vida social com suas leis, deveres e concepção de sujeitos, o que implica aprender a viver a cidadania. e a compreensão da organização política do país –Legislativo, Executivo e Judiciário ( resumir as funções dos três poderes) – como tema impulsionador para uma formação crítica e compreensiva da cidadania imbricada nessa organização, tendo como base a vivência social desses poderes, viabilizadas para crianças do ensino fundamental. Essa proposta visa contribuir com o desenvolvimento intelectual, social.
Democracia
Democracia – Democracia representativa onde o povo delega seus poderes por meio de eleições;
1-O professor iniciará a aula fazendo alguns questionamentos, tais como:
- O que vocês acham que significa democracia?
- O que vocês já ouviram falar sobre democracia?
- Quando podemos dizer que um país é democrático?
- O Brasil é um país democrático?
- Vocês já ouviram falar em cidadania, “ser cidadão”, qual seria a ligação da democracia com a cidadania?
- Registrar o que os alunos já sabem e procurar direcionar os conteúdos objetivando esclarecer o que ainda não compreendem bem, ou o que gostariam de saber mais.
2-Organizar ( com a turma) o pleito:
determinar o tempo de duração do processo eleitoral (uma semana, no máximo)
- apresentação dos candidatos
- eleger uma comissão eleitoral, que se encarregará de organizar, com a supervisão da professora todo o processo eleitoral;
- estabelecer o horário próprio para a propaganda política;
- estabelecer regras baseadas nas atuais normas que regem a propaganda eleitora:
-não espalhar papeis com programas de governo pelos espaços da escola
(somente nos locais permitidos) – murais específicos ( na sala ou espaços da
escola);
-não oferecem presentes ou gratificações em troca de apoio político;
-não ofender, colocar apelidos, criticar ou combater os programas de governo apresentados pelos concorrentes
-não oferecem presentes ou gratificações em troca de apoio político;
-não ofender, colocar apelidos, criticar ou combater os programas de governo apresentados pelos concorrentes
esclarecer sobre a questão do voto nulo” ser uma forma de faltar com seu direito de exercício da cidadania
- comparecer aos debates quando forem determinados, obedecendo as regras estabelecidas.
- marcar duas reuniões políticas para apresentação dos programas de governos – uma no início outra nas vésperas das eleições`: que se constituírão de apresentação dos programas de governos e responder as questões (entregues por escrito aos candidatos) para esclarecer dúvidas.
- proibir a pesquisa (tipo “boca de urna” esclarecendo como é prejudicial aos resultados verdadeiros da eleição - lembrando que é proibido por lei.
- estabelecer o dia da votação e apuração;
Sugestões de atividades:
- Levar urna eletrônica para os alunos fazerem a simulação da votação;
- Elaborar mural com informativos sobre a eleição.
- Convidar um candidato para ir à escola esclarecer as dúvidas das crianças sobre o voto.
- Trabalhar os deveres dos políticos.
- Trabalhar com tipos de propaganda.
- Valorizar talentos (através de comício eleitoral).
- Apresentar propostas eleitorais feitas pelos alunos candidatos.
- Trabalhar a importância da política na vida dos cidadãos.
- Simular programas de TV e rádio na realização de debates entre os candidatos.
- Realizar visitas a casas legislativas (câmara de vereadores, prefeituras…).
Uma grande sugestão: solicitar ao TRE (Tribunal Regional Eleitora) o empréstimo de urnas eletrônicas programadas com os nome e fotografias dos candidatos, uma vez que os TREs estão levando para a escola o projeto “~Eleitor do Futuro” com os mesmo objetivos destas aula/projeto. Levando o projeto escrito e fazendo a solicitação, vale a pena tentar!
Conclusão
- A realização da votação, com os fiscais de cada candidato, cédulas autenticadas, e similares de urnas.
- Apuração dos votos: alunos escolhidos para proceder a apuração com supervisão da professora, e os fiscais dos candidatos.
- Declaração dos resultados posse com faixa, discurso de posse (cada aluno deverá ter pronto, previamente, caso seja eleito) e comemoração.
Avaliação
A avaliação deverá ser realizada durante todo o processo, observando a participação dos alunos, bem como a realização das atividades.
Enriqueça seu projeto adequando às necessidades e sua turma: formação de valores e conteúdos curriculares – esta é apenas uma sugestão!
Por: Júlia Virginia de Moura – Pedagoga
Fonte de pesquisa:
Fonte
Veríssimo, Luís Fernando. O santinho. Apresentação Maria Clara Machado. Rio de Janeiro.Objetiva,2001
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 36 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007ª.
RODRIGUES, Neidson. Da mistificação da escola a escola necessária. 8 ed. São Paulo:
Cortez, 1998.
MEC – Parâmetros Curriculares Nacionais – Temas transversais
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